Personagens secundários que merecem brilhar em The Last of Us temporada 3

Thais Bentlin
7 Leitura mínima

Quando a HBO adaptou The Last of Us, ficou claro que pequenos papéis poderiam render grandes histórias. Frank e Bill, por exemplo, provaram o potencial de personagens que quase passam despercebidos no jogo.

Com The Last of Us temporada 3 prevista para 2027, a expectativa é que o roteiro repita a dose. Abaixo, listamos sete coadjuvantes da parte II que merecem tempo de tela extra — caminho que pode, inclusive, ajudar o público a compreender melhor Abby e os dilemas que cruzam a trama.

Jerry: o elo essencial para humanizar Abby

Jerry Anderson, pai de Abby, aparece rapidamente no game, mas é peça-chave para entendermos a motivação da jovem. Ele foi morto por Joel no hospital dos Vaga-lumes, evento que inicia o ciclo de vingança que domina a narrativa. Dar mais espaço para a relação entre pai e filha permitiria mostrar o lado carinhoso de Abby e reforçar o paralelo com Ellie, que também faz tudo por seu “pai”.

Se The Last of Us temporada 3 dedicar uma parte dos primeiros episódios a flashbacks com Jerry, o impacto emocional do público tende a ser maior quando a vingança entrar em cena. Além disso, explorar a rotina médica do personagem ampliaria a visão sobre o antigo grupo rebelde.

Mãe de Lev e Yara: fanatismo em foco

Lev e Yara mencionam a mãe diversas vezes, mas a mulher surge apenas morta no jogo. Tudo indica que ela seguia com fervor os ensinamentos da líder Serafita e assumiria qualquer culpa pelos filhos. A série, que pode alternar locais e pontos de vista, tem chance de mostrar essa relação antes e depois da fuga dos irmãos.

Uma sequência na ilha, exibindo o embate entre obediência religiosa e amor materno, enriqueceria o arco dos gêmeos. Também abriria espaço para discutir o radicalismo dentro da facção, tema que conversa com o mundo real e mantém a produção na conversa do público de novelas e doramas que adoram conflitos familiares intensos.

Boris Legasov: a face amarga da vingança

Enquanto Ellie atravessa Hillcrest, várias cartas contam a história de Boris Legasov, ex-herói local que se volta contra os Lobos após a morte do filho. Esse microconto espelha o desejo de vingança que permeia toda a franquia.

Um episódio focado em Boris, ao estilo antologia, poderia mostrar a escalada de violência até o ponto sem volta. A série já provou saber usar capítulos independentes para aprofundar temas; repetir a fórmula em Salada de Cinema certamente atrairia quem busca narrativas curtas, emotivas e bem amarradas.

Jules: o W.L.F. que sumiu na neblina

No jogo, acompanhamos apenas as cartas de Gray destinadas a Jules, explicando o plano para abandonar os Lobos e se juntar aos Serafitas. Gray consegue desertar; já Jules nunca aparece. A dúvida sobre o destino dele é um prato cheio para roteiro.

Mostrar a perspectiva de Jules — talvez preso no dilema entre lealdade e sobrevivência — daria dimensão humana ao conflito Seattle versus Ilha. Além disso, seu arco pode evidenciar como a guerra desgasta pessoas comuns, ideia que amplia o universo sem depender de protagonistas.

Max: ruínas de uma família no aquário

O barco ancorado no aquário esconde o passado de um pai e seus dois meninos, Max e Ricky. Quando a mãe morre, Ricky perde a fé na proteção paterna e leva o irmão para se juntar aos Serafitas. Max, o mais novo, fica dividido entre a inocência e o medo.

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Imagem: Divulgação

Retratar essa história em paralelo às lembranças de Abby e Owen dentro do aquário criaria um forte contraste de esperança e tragédia. Ver o ponto de vista de uma criança em meio ao caos sempre gera forte conexão — artifício que The Last of Us sabe usar bem.

Mãe de Abby: lacuna que pode surpreender

Ao contrário de Ellie, Abby nunca fala da mãe. A lacuna é tão grande que fãs especulam se ela morreu cedo ou simplesmente se afastou. Revelar esse mistério numa curta sequência ou num diálogo-chave ajudaria a colorir a personalidade da anti-heroína.

Uma saída interessante seria escalar Laura Bailey, atriz que dubla Abby no jogo, para viver a mãe em flashbacks. Além de prestar homenagem, cumpriria a tradição iniciada com Ashley Johnson na primeira temporada.

A Profeta Serafita: origem de uma fé distorcida

A figura mais enigmática do segundo jogo é a Profeta que fundou a seita conhecida como Cicatrizes. Segundo Lev, a líder pregava união e compaixão, mas seus sucessores deturparam tudo. A audiência nunca a vê, apenas seus murais e bonecos.

Um flashback isolado mostrando como ela conquistou tantos seguidores destacaria o perigo de líderes carismáticos em contextos desesperadores. Para a HBO, é chance de escalar um rosto forte que dialogue com o público global — detalhe importante para o apelo internacional de The Last of Us temporada 3.

Como esses coadjuvantes podem redefinir The Last of Us temporada 3

Dar voz a personagens secundários não é apenas fan service. Jerry, Boris e companhia podem servir como ponte emocional para explicar motivações de Abby, aprofundar o conflito W.L.F. versus Serafitas e aumentar o impacto das decisões cruéis que virão.

Ao dividir o foco entre protagonistas e novos rostos, a série mantém frescor narrativo, atrai quem ama histórias humanas — público cativo de novelas e doramas — e reforça a mensagem central: ninguém é totalmente herói ou vilão quando a sobrevivência está em jogo.

Ficha técnica

Série: The Last of Us
Temporada: 3 (adaptação da Parte II do game)
Previsão de estreia: 2027
Plataforma: HBO e HBO Max
Principais temas: vingança, lealdade, fé, sobrevivência
Base de fãs: jogadores do game e apreciadores de dramas profundos

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Sou formada em Marketing Digital e criadora de conteúdo para web, com especialização no nicho de entretenimento. Trabalho desde 2021 combinando estratégias de marketing com a criação de conteúdo criativo. Minha fluência em inglês me permite acompanhar e desenvolver materiais baseados em tendências globais do setor.
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