Série The Exorcist: o terror subestimado que continua a história do filme de 1973

Thais Bentlin
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Lançada em 2016, a série The Exorcist chegou discretamente à TV norte-americana, mas logo mostrou que não era apenas mais um derivado de franquia famosa. Ao servir como continuação direta do longa de 1973, a produção trouxe frescor para um universo que, no cinema, vivia de altos e baixos.

Mesmo assim, poucos perceberam o valor desse projeto ambicioso. Em duas temporadas, a série The Exorcist reuniu elenco de peso, expandiu a mitologia criada por William Friedkin e convenceu a crítica, mas não escapou de índices modestos de audiência.

Série The Exorcist: continuação direta do clássico de 1973

A produção, exibida pela Fox de setembro de 2016 a dezembro de 2017, assume que os eventos do filme original aconteceram de fato. Todas as sequências cinematográficas lançadas entre 1977 e 2005 são ignoradas, decisão que resolve a confusa linha do tempo da franquia.

Ambientada na Chicago contemporânea, a série The Exorcist acompanha dois padres: o idealista Tomas Ortega (Alfonso Herrera) e o experiente Marcus Keane (Ben Daniels). Juntos, eles investigam novos casos de possessão demoníaca enquanto lidam com os próprios conflitos de fé.

Trama apresenta nova família e faz acenos para fãs

No centro da narrativa está a família Rance. Angela Rance (Geena Davis) teme que a filha adolescente, Casey (Hannah Kasulka), esteja sob influência de uma entidade maligna. A preocupação da mãe serve de ponto de partida para uma temporada cheia de suspense, sustos e referências discretas ao longa de 1973 – material perfeito para fãs atentos.

Esse enfoque doméstico mantém o horror ancorado na realidade. Geena Davis entrega uma atuação visceral, retratando o desespero materno sem cair em exagero. A química entre Davis, Herrera e Daniels sustenta o drama e ajuda a série The Exorcist a equilibrar tensão sobrenatural e emoção humana.

Qualidade supera maioria dos filmes da franquia

O filme original garantiu status de clássico — foi, inclusive, o primeiro terror indicado ao Oscar de Melhor Filme. Já as continuações cinematográficas oscilaram entre a ficção científica de Exorcist II: The Heretic (1977) e a nostalgia sem propósito de outros capítulos.

Série The Exorcist: o terror subestimado que continua a história do filme de 1973 - Imagem do artigo original

Imagem: Divulgação

Ao contrário dessas produções, a série The Exorcist amplia o universo sem recorrer a fan service barato. A religião continua no cerne da história, mas deixa espaço para discutir trauma, culpa e identidade. O roteiro de Jeremy Slater prioriza a jornada emocional dos protagonistas, algo raro em sequências de terror.

Audiência baixa levou ao cancelamento precoce

Apesar dos 89% de aprovação no Rotten Tomatoes, a série The Exorcist ocupou a temida faixa de sexta-feira à noite, conhecida como death slot na TV aberta americana. Resultado: médias de audiência modestas, as menores entre os dramas da Fox na época.

Mesmo com a devoção de um público fiel, a emissora encerrou o programa após 20 episódios. O criador já tinha esboçado uma terceira temporada, na qual Marcus receberia um chamado divino para reencontrar Tomas, mas o projeto nunca avançou. Serviços de streaming, que costumam resgatar séries de nicho, não demonstraram interesse na ocasião.

Ficha Técnica

Título original: The Exorcist (TV Series, 2016-2017)
Número de temporadas: 2
Episódios: 20
Gêneros: Mistério, Drama, Horror, Sobrenatural
Canal: Fox (Estados Unidos)
Criação: Jeremy Slater
Diretores principais: Rupert Wyatt, Jason Ensler, Michael Nankin, entre outros
Elenco: Alfonso Herrera (Padre Tomas Ortega), Ben Daniels (Padre Marcus Keane), Geena Davis (Angela Rance)
Nota crítica (Rotten Tomatoes): 89% de aprovação

O Salada de Cinema segue de olho no futuro da franquia, agora nas mãos do cineasta Mike Flanagan, que já prepara um novo longa para os próximos anos.

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Sou formada em Marketing Digital e criadora de conteúdo para web, com especialização no nicho de entretenimento. Trabalho desde 2021 combinando estratégias de marketing com a criação de conteúdo criativo. Minha fluência em inglês me permite acompanhar e desenvolver materiais baseados em tendências globais do setor.
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