Universo Expandido de Star Wars ganha fôlego com sucesso de Visions e derivado The Ninth Jedi

Thais Bentlin
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Ao longo da última década, a franquia Star Wars concentrou esforços quase exclusivos em filmes e séries canônicos. Ainda assim, foi uma produção fora da linha oficial que reacendeu o interesse dos fãs pelo chamado Universo Expandido.

Star Wars: Visions, antologia de animação criada para o Disney+, ganhou terceira temporada neste ano e abriu caminho para o spin-off The Ninth Jedi. Juntas, as produções criam um novo espaço não canônico que resgata a liberdade criativa típica dos antigos livros e quadrinhos.

Visions pavimenta uma nova fase do Universo Expandido

Lançada em setembro de 2021, Visions surpreendeu ao trazer estúdios de diferentes países — com forte presença de anime — para contar histórias independentes dentro do universo de George Lucas. Nenhum episódio é considerado parte da cronologia oficial, condição que permitiu narrativas ousadas e estilos visuais variados.

O anúncio de The Ninth Jedi confirma que a antologia deixou de ser um experimento isolado. A trama do derivado, estrelada pela jovem Kara empunhando um sabre de luz verde, transforma um dos capítulos favoritos do público em série própria e estabelece um “subuniverso” que, embora não canônico, se conecta entre si.

Liberdade criativa como principal atração

Sem a obrigação de respeitar datas, personagens ou eventos específicos, roteiristas exploram temas pouco vistos nos filmes: novas ordens Jedi, tecnologias alternativas e, principalmente, protagonistas inéditos. Esse retorno ao espírito do antigo Universo Expandido, agora sob outra etiqueta, vem agradando parte considerável da crítica.

Recepção crítica reforça que nem tudo precisa ser cânone

Dados do Rotten Tomatoes mostram Visions com 98% de aprovação dos críticos, enquanto a terceira temporada ostenta inéditos 100%. Embora as notas do público sejam mais modestas, o desempenho comprova que há espaço para produções paralelas — algo que deveria interessar a Lucasfilm na busca por diversidade de histórias.

O cenário contrasta com a recepção dividida de algumas séries live-action canônicas recentes. Acolyte e Skeleton Crew, por exemplo, ainda nem estrearam e já enfrentam questionamentos acalorados nas redes sociais. Visions surge, então, como alternativa capaz de agradar quem quer novidades sem impactar o “lore” principal.

Números que chamam atenção

  • 98% de aprovação média de críticos para a série completa.
  • 100% para os episódios da terceira temporada.
  • Três volumes lançados entre 2021 e 2024.

Disney permanece focada no cânone, mas com exceções pontuais

Desde a compra da Lucasfilm em 2012, a Disney optou por unificar a cronologia. Filmes, The Mandalorian, Ahsoka e outras produções live-action integram um mesmo fio narrativo, frequentemente retomando nomes consagrados como Luke, Leia e Anakin. Mesmo depois de A Ascensão Skywalker ter sido anunciada como fim da Saga Skywalker, aparições de Hayden Christensen em Ahsoka provam que a família continua no centro dos holofotes.

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Imagem: MovieStillsDB

Dentro desse contexto rígido, Visions se destaca como rara exceção. A série demonstra que é possível investir em conteúdo paralelo sem comprometer a linha oficial, algo que o antigo Universo Expandido fazia com naturalidade.

Futuro cinematográfico amplia a linha do tempo

Embora todos os longas recentemente anunciados sejam canônicos, os projetos cobrem períodos distintos da cronologia:

  • The Mandalorian and Grogu — entre a trilogia original e a sequência.
  • Starfighter — poucos anos após A Ascensão Skywalker.
  • Dawn of the Jedi (título provisório) — milhares de anos antes de Episódio I.

Esse salto temporal remete à pluralidade do antigo Universo Expandido, sinal de que a Lucasfilm observa lições deixadas por Visions.

O saldo para os fãs e para a Lucasfilm

Com a chegada de The Ninth Jedi, Visions se consolida como vitrine para histórias não canônicas bem-sucedidas. A franquia passa a oferecer, simultaneamente, produções que expandem a linha principal e outras que experimentam novas ideias sem amarras cronológicas.

Para o público brasileiro que acompanha o Salada de Cinema, a boa notícia é clara: seja você fã tradicional ou curioso por narrativas alternativas, a galáxia muito, muito distante tem conteúdo para todos os gostos — e sem depender, necessariamente, do selo “oficial”.

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Sou formada em Marketing Digital e criadora de conteúdo para web, com especialização no nicho de entretenimento. Trabalho desde 2021 combinando estratégias de marketing com a criação de conteúdo criativo. Minha fluência em inglês me permite acompanhar e desenvolver materiais baseados em tendências globais do setor.
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