Drama taiwanês A Garota Canhota estreia na Netflix e já figura entre os melhores de 2025

Thais Bentlin
6 Leitura mínima

Recém-adicionado ao catálogo da Netflix, o longa A Garota Canhota vem chamando atenção de críticos e cinéfilos. O drama familiar, ambientado em Taipei, reúne elementos que dialogam com temas universais, como maternidade e superação.

Dirigido por Shih-Ching Tsou, o filme desponta como um dos destaques de 2025, recebendo avaliação 9/10. A história acompanha o cotidiano de uma mãe solo e suas duas filhas, confrontadas por adversidades econômicas e emocionais.

Do interior à metrópole: a mudança que impulsiona a trama

A narrativa inicia quando Shu-Fen decide deixar o interior e recomeçar a vida na capital de Taiwan. Sem muitos recursos, a personagem aluga um pequeno apartamento no centro de Taipei e monta uma banca de comida na feira local para sustentar as filhas I-Ann e I-Jing.

Esse deslocamento geográfico serve como ponto de partida para explorar o choque cultural e os desafios financeiros enfrentados por milhares de famílias asiáticas. Ao mostrar a rotina exaustiva na metrópole, A Garota Canhota convida o público a refletir sobre o custo da sobrevivência em grandes centros urbanos.

Olhar infantil revela nuances de um drama adulto

Embora trate de temas pesados, o roteiro — escrito por Tsou em parceria com o cineasta Sean Baker — aposta na sensibilidade do olhar de I-Jing, a caçula, para suavizar momentos de tensão. A criança observa o entorno com curiosidade, sem compreender por completo a gravidade de cada problema.

Esse recurso narrativo equilibra cenas preocupantes com passagens leves, permitindo que o espectador respire entre os conflitos. O contraste também evidencia o impacto que questões financeiras e afetivas exercem sobre diferentes faixas etárias dentro da mesma casa.

Conflitos familiares ganham força quando o passado bate à porta

A estabilidade recém-conquistada por Shu-Fen é abalada ao descobrir que o ex-marido está gravemente doente. A notícia provoca reações opostas nas filhas: enquanto I-Ann demonstra empatia, I-Jing lida com sentimentos confusos. A diretora explora essas divergências em cenas curtas, mas carregadas de emoção.

Com fotografia sóbria e atuações contidas, Tsou evita melodrama excessivo, focando em detalhes — um silêncio prolongado ou um gesto hesitante — para transmitir angústia. O resultado é um retrato honesto de como culpas e ressentimentos atravessam gerações.

A metáfora da mão esquerda e o papel social das mulheres

O título A Garota Canhota surge em uma passagem rápida, porém simbólica. A sequência sugere que ser canhota, em determinados contextos culturais asiáticos, pode representar inadequação ou insubordinação às normas sociais.

Ao escolher essa metáfora, o filme discute barreiras enfrentadas por mulheres que buscam autonomia em ambientes hostis. Shu-Fen, suas filhas e outras personagens femininas lidam diariamente com subemprego, falta de redes de apoio e julgamentos externos.

Elenco entrega performances marcantes

Protagonistas no centro da história

Janel Tsai interpreta Shu-Fen com moderação, transmitindo força e fragilidade na medida certa. Ma Shih-yuan, como I-Ann, entrega uma jovem dividida entre responsabilidade e ressentimento. Já Nina Ye rouba a cena ao dar vida à perspicaz I-Jing, misturando inocência e firmeza.

Coadjuvantes que acrescentam camadas

O vendedor de muambas Johnny, vivido por Teng-Hui Huang, funciona como apoio para a protagonista. O personagem também ilustra outras formas de trabalho informal presentes na economia local, ampliando a discussão sobre precarização.

Direção de Shih-Ching Tsou reafirma parceria com Sean Baker

Antes de A Garota Canhota, Tsou colaborou com Baker em produções reconhecidas pela crítica. Nesta obra, a dupla mantém o compromisso com realismo social, utilizando iluminação natural e câmera próxima aos atores para reforçar a sensação de intimidade.

O roteiro dinâmico, com diálogos enxutos e cenas que raramente ultrapassam alguns minutos, sustenta o ritmo do começo ao fim. Assim, o longa evita quedas de tensão e prende o espectador por pouco mais de uma hora e meia.

Por que A Garota Canhota já é apontado como um dos melhores de 2025?

Entre os fatores que explicam o sucesso estão a combinação de narrativa universal e contexto cultural específico, além de personagens bem construídos. O uso de uma linguagem cinematográfica simples, porém eficaz, possibilita que a audiência se identifique com a jornada de Shu-Fen e suas filhas.

Além disso, o lançamento na Netflix amplia o alcance internacional da produção, colocando o drama taiwanês nos holofotes ao lado de grandes estreias do ano. Sites especializados em cinema, como o Salada de Cinema, já destacam a obra pelo frescor e pela sensibilidade ao retratar desigualdades.

Onde assistir e dados principais da produção

Disponível globalmente na Netflix desde 2025, A Garota Canhota tem 9/10 na média de avaliações especializada. Seguem as informações essenciais:

  • Título original: A Garota Canhota
  • Direção: Shih-Ching Tsou
  • Roteiro: Shih-Ching Tsou e Sean Baker
  • Gênero: Drama
  • País de origem: Taiwan
  • Duração aproximada: 1h40
  • Ano de lançamento: 2025
  • Classificação indicativa: 14 anos

Com uma abordagem direta e atuações de destaque, o filme confirma a força do cinema taiwanês no cenário internacional. Para quem busca um retrato sincero de laços familiares em meio a dificuldades econômicas, A Garota Canhota é uma escolha certeira e já está a poucos cliques de distância na plataforma de streaming.

Seguir:
Sou formada em Marketing Digital e criadora de conteúdo para web, com especialização no nicho de entretenimento. Trabalho desde 2021 combinando estratégias de marketing com a criação de conteúdo criativo. Minha fluência em inglês me permite acompanhar e desenvolver materiais baseados em tendências globais do setor.
Nenhum comentário