O retorno da cobra gigante mais famosa do cinema já tem data marcada: 24 de dezembro de 2025. Mas, ao contrário do que muita gente esperava, o novo Anaconda não vai simplesmente refilmar a produção de 1997.
Em conversa com a imprensa, o diretor e corroteirista Tom Gormican contou como transformou a proposta inicial de remake num longa metalinguístico sobre amigos que tentam eles mesmos rodar uma “versão não oficial” do clássico – e, claro, acabam virando presa da criatura.
Por que o novo Anaconda abandonou o formato de remake
Segundo Gormican, a Sony o procurou com a ideia de atualizar a franquia. A resposta inicial foi negativa. Ele e o parceiro de roteiro Kevin Etten só aceitaram quando receberam carta-branca para misturar comédia de reencontro de amigos ao terror da cobra gigante. A metáfora usada pelo diretor foi clara: “Queríamos que The Big Chill encontrasse Anaconda”.
O estúdio topou a ousadia sem pestanejar. A dupla investiu tempo escrevendo um roteiro onde dois velhos camaradas, vividos por Jack Black e Paul Rudd, planejam filmar um remake caseiro do título cult. O que parecia piada vira pesadelo quando a serpente entra em cena.
As filmagens entregaram desafios dignos de making of:
- O final, originalmente ambientado em locação na Austrália, precisou ser mudado porque a temporada de chuvas inviabilizou o set.
- Já com tudo reescrito para um estaleiro abandonado, um ciclone destruiu a nova estrutura, forçando outra reviravolta de roteiro.
- A experiência virou piada interna e, depois, diálogo no próprio filme: um personagem pergunta se os roteiristas terminaram o terceiro ato; a resposta é “eles nunca terminaram o texto”.
Gormican diz que inserir esse humor autorreferente reforça o tom autoirônico do novo Anaconda, mantendo a ação, mas brincando com o cansaço do público diante de remakes em série. O resultado, garante o diretor, combina sustos, gargalhadas e uma leve crítica à máquina de Hollywood.
Inspirações e elenco veterano nos bastidores do novo Anaconda
Duas obras serviram de bússola criativa. A primeira é o documentário American Movie, vencedor do Grande Prêmio do Júri em Sundance, sobre cineastas amadores cheios de paixão e poucos recursos. A segunda é City Slickers, comédia dos anos 90 na qual um grupo de amigos tenta resgatar o sentido da vida em meio a um ambiente hostil. Ambas ecoam no roteiro ao mostrar gente comum encarando desafios absurdos.
Imagem: Divulgação
O elenco reforça essa ideia de amizade antiga. Jack Black, Paul Rudd e Steve Zahn se conhecem há décadas, o que facilitou o entrosamento em cena. Zahn, inclusive, adotou um bigode para homenagear a comédia Saving Silverman. Para Black, a participação de ice Cube – interpretando ele mesmo – fecha um círculo nostálgico ao trazer de volta um dos protagonistas do filme de 1997.
No set, situações improvisadas também ganharam espaço. Durante uma “funeral” da serpente, o ator brasileiro Selton Mello começou a cantar espontaneamente; o resto do elenco entrou no coro e a cena acabou no corte final. Gormican conta que, nessas horas, a regra era simples: “Jack Black vem primeiro, a trilha se adapta depois”.
O Salada de Cinema apurou que essa leve inversão de papéis – Rudd como o diretor sensível, Black como ator à beira do fracasso – dá frescor à dupla, explorando ritmos cômicos familiares, mas em posições trocadas.
Ficha técnica
- Título original: Anaconda
- Lançamento: 24 de dezembro de 2025
- Direção: Tom Gormican
- Roteiro: Kevin Etten e Tom Gormican
- Elenco principal: Jack Black (Doug McCallister), Paul Rudd (Griff), Ice Cube (ele mesmo)
- Gêneros: Aventura, comédia, horror
- Duração: 99 minutos
- Classificação indicativa: PG-13
- Produtores: Andrew Form, Brad Fuller
- Produtora: Sony Pictures


