Janeiro mal começou e a Netflix já emplaca seu primeiro vício do ano: A Grande Ilusão (Fool Me Once). A produção adapta o best-seller homônimo de Harlan Coben, autor célebre por desmontar certezas do público a cada capítulo.
Com um enredo que desafia o espectador a todo instante, a série apresenta assassinato, conspirações familiares e uma pergunta impossível de ignorar: até onde você iria para descobrir a verdade? Prepare-se para maratonar, porque as reviravoltas não dão trégua.
Harlan Coben estreia 2024 com A Grande Ilusão na Netflix
Primeiro escritor a conquistar simultaneamente os prêmios Edgar, Shamus e Anthony, Harlan Coben começou 2024 renovando a parceria que mantém com a Netflix desde 2018. O acordo, estendido por mais quatro anos, prevê a adaptação de 14 romances e transforma A Grande Ilusão no carro-chefe do novo ciclo.
Coben afirma que se diverte ao criar curvas dramáticas inesperadas. “Se você não gosta de reviravoltas, talvez eu não seja o autor certo”, brinca o escritor, cujos livros somam mais de 80 milhões de cópias e circulam em mais de 40 idiomas.
Enredo de A Grande Ilusão: mistério em família
A nova série conta a história de Maya Stern, piloto de helicóptero e veterana de guerra interpretada por Michelle Keegan. Após testemunhar o assassinato do marido, Joe (Richard Armitage), Maya tenta juntar os cacos da própria vida enquanto cuida da filha pequena.
Tudo desanda quando uma babá eletrônica registra o marido supostamente morto brincando com a criança. Chocada, a protagonista mergulha em uma investigação que abrirá portas para segredos alarmantes, velhos ressentimentos e uma rede de mentiras quase impossível de desmontar.
Reviravoltas que prendem o público
A cada episódio surge uma nova pista que contradiz a narrativa anterior. Essa sensação de terreno instável, marca registrada de Coben, deixa o espectador em estado de alerta constante. Quem é vítima? Quem é vilão? Em A Grande Ilusão, nada e ninguém são exatamente o que parecem.
Elenco de peso reforça a tensão
Além de Keegan e Armitage, o elenco inclui a veterana Joanna Lumley, lenda da televisão britânica, no papel de Judith Burkett, sogra de Maya. O contraste social entre a família influente de Judith e os anos militares de Maya aprofunda conflitos de classe, elemento que ganha força na adaptação britânica.
As atuações ajudam a sustentar o suspense. Richard Armitage, rosto familiar de outras adaptações de Coben como The Stranger, alterna charme e ambiguidade. Já Lumley imprime à sogra uma elegância sombria, dando à personagem um ar de poder e ameaça permanente.
Imagem: Divulgação.
Adaptação britânica amplia conflitos de classe
Embora o romance original se passe nos Estados Unidos, A Grande Ilusão foi filmada no Reino Unido. Para Coben, a mudança beneficia a trama justamente por destacar a rigidez britânica quando o assunto é posição social. Maya e Judith, por exemplo, pertencem a universos totalmente distintos, o que agrava as suspeitas mútuas.
Coben comenta com frequência a “química única” entre equipes norte-americanas e britânicas. Segundo o autor, essa mescla de estilos garantiu que a série mantivesse a pegada de thriller veloz sem abrir mão de nuances dramáticas típicas das produções do Reino Unido.
Parceria entre Harlan Coben e Netflix segue firme
Desde que firmou o contrato original em 2018, o escritor já viu outras histórias suas virarem sucesso na plataforma, casos de Safe e The Stranger. O desempenho satisfatório levou a Netflix a prolongar o vínculo por mais quatro anos, assegurando ao público uma fila consistente de thrillers assinados por Coben.
Salada de Cinema acompanha essa evolução de perto e aposta que A Grande Ilusão tem tudo para repetir — ou superar — os índices de audiência das produções anteriores. Afinal, poucos nomes do gênero conseguem combinar ritmo frenético, drama familiar e conspirações de maneira tão viciante.
O que esperar de A Grande Ilusão nos próximos episódios
Com oito episódios já disponíveis para maratona, o público não precisa aguardar semanalmente pelos desdobramentos. A Netflix libera a temporada completa de uma só vez, fórmula que costuma impulsionar debates nas redes sociais e atrair novos espectadores pelo boca-a-boca.
Ao longo dos capítulos, Maya coleciona aliados e inimigos improváveis, enquanto pistas contraditórias apontam em várias direções. A promessa de Coben é cristalina: o final reserva um choque legítimo, daqueles que viram assunto em qualquer roda de amigos que curta tramas de mistério e suspense.
Em tempos de oferta quase infinita de séries, A Grande Ilusão entrega exatamente o que os fãs de thrillers desejam: intensidade do primeiro ao último minuto, personagens moralmente ambíguos e viradas que desafiam a lógica. Se 2024 começou com essa dose de adrenalina, os próximos lançamentos terão muito trabalho para manter o mesmo nível.


