Stranger Things mostrou ao grande público que terror, nostalgia e ficção podem andar juntos. Ainda assim, vários títulos exploram conceitos científicos com mais profundidade e trazem universos bem mais amplos do que Hawkins.
- Orphan Black esmiúça a ética da clonagem
- Fringe mistura investigação policial e multiverso
- Firefly leva o faroeste ao espaço
- Severance questiona identidade e memória
- The X-Files mantém o legado dos anos 90
- Black Mirror reflete os perigos da tecnologia
- Doctor Who expande o conceito de viagem no tempo
- The Twilight Zone pavimentou o gênero
Pensando nisso, o Salada de Cinema reuniu oito séries de ficção científica que abusam de teorias avançadas, clonagem, distopia e viagens temporais. Se você busca tramas mais ousadas, prepare-se para atualizar a lista de maratonas.
Orphan Black esmiúça a ética da clonagem
Lançada em 2013 pela BBC America, Orphan Black acompanha Sarah Manning, interpretada por Tatiana Maslany, que descobre fazer parte de uma rede de clones espalhados pelo mundo. Ao longo de cinco temporadas, a produção mergulha em debates sobre manipulação genética, direitos individuais e grandes corporações.
Com tom de thriller, a narrativa combina ação e ciência de forma equilibrada. O realismo dos procedimentos laboratoriais e a performance múltipla de Maslany — vivendo personagens com personalidades totalmente distintas — elevam a série a um patamar que Stranger Things nem pretende alcançar.
Fringe mistura investigação policial e multiverso
Exibida pela Fox entre 2008 e 2013, Fringe segue uma divisão especial do FBI responsável por casos que desafiam a lógica. A cada episódio, o trio Olivia Dunham, Peter Bishop e Walter Bishop se depara com fenômenos como universos paralelos, bioengenharia e viagens no tempo.
O ponto forte está no arco serializado que liga todos os casos em um único mistério de alto risco. Com isso, a atração oferece doses generosas de suspense, aprofundamento científico e construção de mitologia — elementos que agradam quem procura séries de ficção científica mais densas.
Firefly leva o faroeste ao espaço
Firefly durou apenas uma temporada em 2002, mas conquistou status de cult. Criada por Joss Whedon, a trama se passa séculos à frente, quando a humanidade abandonou a Terra e passou a viver em sistemas planetários distantes. A bordo da nave Serenity, um grupo de renegados tenta sobreviver realizando trabalhos nem sempre lícitos.
O charme de Firefly reside no casamento perfeito entre aventura espacial e estética de faroeste. Os diálogos afiados e o cuidado com a construção de mundo fazem da série um marco para quem busca produções televisivas de ficção científica que vão além do sobrenatural.
Severance questiona identidade e memória
Disponível na Apple TV+, Severance estreou em 2022 propondo uma ideia perturbadora: funcionários da misteriosa Lumon Industries passam por um procedimento que separa memórias pessoais das profissionais. O resultado é uma vida dividida em dois blocos que não se comunicam.
O enredo, já renovado para a terceira temporada, usa estética minimalista e clima de conspiração para discutir poder corporativo, livre-arbítrio e natureza humana. Ao focar em dilemas filosóficos, a série oferece uma experiência de ficção especulativa mais cerebral do que as ameaças do Mundo Invertido.
Imagem: Divulgação
The X-Files mantém o legado dos anos 90
Entre 1993 e 2002, The X-Files se tornou referência em mistério e paranormalidade. Os agentes Fox Mulder e Dana Scully investigam casos envolvendo alienígenas, mutações e conspirações governamentais. Ao longo de nove temporadas, o programa consolidou numerosa mitologia.
A estrutura híbrida — episódios autônomos e arco principal — permite que temas científicos variados sejam explorados com profundidade. O impacto cultural permanece forte, provando que boas séries de ficção científica atravessam gerações quando combinam carisma e intriga.
Black Mirror reflete os perigos da tecnologia
Antologia lançada em 2011, Black Mirror utiliza episódios independentes para analisar o lado sombrio do progresso tecnológico. Implantes de memória, realidades virtuais hiper-realistas e sistemas de punição social aparecem em histórias que funcionam como pequenos alertas sobre o futuro.
Por não depender de uma linha narrativa única, a produção consegue saltar entre subgêneros, épocas e estilos visuais. Assim, o espectador recebe diferentes doses de tensão e reflexão, algo que torna cada capítulo uma surpresa dentro do catálogo de séries de ficção científica.
Doctor Who expande o conceito de viagem no tempo
Desde 1963, Doctor Who coloca seu protagonista — um alienígena viajante do tempo conhecido apenas como Doutor — em aventuras que abrangem passado distante, futuro remoto e planetas desconhecidos. A fase moderna, iniciada em 2005 pela BBC, manteve o tom de fantasia científica e ampliou os efeitos visuais.
Com elenco rotativo e roteiros que misturam humor, drama e ação, a atração demonstra alcance gigantesco. As trocas de intérprete a cada regeneração mantêm a frescura da narrativa, permitindo temas como paradoxos temporais, guerras intergalácticas e ética da intervenção histórica.
The Twilight Zone pavimentou o gênero
Clássico absoluto, The Twilight Zone foi exibida entre 1959 e 1964 e, desde então, ganhou reboots e maratonas constantes. Cada episódio apresenta um conto autocontido que pode envolver contato alienígena, realidades alternativas ou avanços científicos que saem do controle.
Mesmo em preto e branco, a série conduz discussões sociais profundas e traz reviravoltas que inspiraram várias das produções listadas aqui. Quem pesquisa as origens das séries de ficção científica encontra em The Twilight Zone uma verdadeira cartilha de criatividade.


