“Eu Vi o Brilho da TV”: suspense estranho da HBO Max é apontado como favorito de Martin Scorsese

Thais Bentlin
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Quem já ficou hipnotizado pela luz azulada da televisão alta madrugada adentro vai se reconhecer em “Eu Vi o Brilho da TV”. O longa, lançado em 2024 na HBO Max, quebrou as barreiras do gênero ao combinar drama, horror, mistério e suspense em uma narrativa íntima e inquietante.

Dirigido por Jane Schoenbrun, o filme acompanha Owen em duas fases da vida, vividas por Ian Foreman (criança) e Justice Smith (adulto). Com diálogos carregados de silêncio, a obra virou queridinha de Martin Scorsese e tem nota 9/10 em avaliações especializadas. A seguir, entenda por que o título conquistou fama entre cinéfilos e aparece cada vez mais nos holofotes do público que adora produções diferentes.

O enredo de “Eu Vi o Brilho da TV”

Owen descobre ainda na infância uma série fictícia chamada “The Pink Opaque”. Na tela, ele encontra a acolhida que não recebe dos adultos do subúrbio em que vive. A atração vira refúgio, mapa afetivo e guia para sua sensibilidade, servindo de contraponto à convivência com um pai que vê as particularidades do garoto como mero obstáculo.

Já na adolescência, Owen (agora interpretado por Justice Smith) continua vendo os episódios às escondidas. É nesse momento que Maddy, papel de Brigette Lundy-Paine, reaparece para revelar que “The Pink Opaque” pode ser mais do que um simples programa de TV. A partir daí, o suspense se intensifica ao mostrar como o protagonista equilibra trabalho sem perspectivas, tensão familiar e um chamado misterioso vindo da própria série.

A linguagem visual que cria desconforto

Toda a atmosfera de “Eu Vi o Brilho da TV” dialoga com o estranho. Cores artificiais, monstros caricatos e trilha sonora que remete a porões distantes mergulham o espectador em um universo onírico, no qual realidade e fantasia compartilham a mesma densidade emocional.

Jane Schoenbrun abraça diálogos deslocados e personagens que parecem saídos de programas dos anos 1990. Essa estética reforça a sensação de que a narrativa interna de Owen é tão real quanto o mundo ao redor, convertendo o longa em experiência sensorial marcante.

Temas contemporâneos em foco

Embora não erga bandeiras explícitas, o roteiro aborda identidade de gênero, sexualidade, classe social e a pressão por “normalidade”. Owen serve de espelho para quem já se sentiu deslocado em qualquer etapa da vida. A recusa em abafar a própria voz interior vira o grande conflito, costurado com sutileza e empatia.

Esse olhar político se torna ainda mais potente graças às atuações de Justice Smith e Brigette Lundy-Paine. Ambos equilibram fragilidade e firmeza — ingrediente essencial para que o público acompanhe a jornada sem perder o fôlego.

Por que Martin Scorsese declarou apreço pela produção?

Scorsese, admirador confesso de narrativas que investigam a psique humana, destacou “Eu Vi o Brilho da TV” como um de seus títulos recentes preferidos. Para o lendário diretor, o longa acerta ao colocar o espectador numa posição de cumplicidade silenciosa com o protagonista, recurso que lembra o efeito hipnótico de clássicos do suspense psicológico.

O aval de Scorsese impulsionou o interesse na HBO Max, garantindo ao filme espaço entre as indicações de críticos e de plataformas como o Salada de Cinema — referência quando o assunto é analisar lançamentos curiosos da cultura pop.

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Imagem: Divulgação

Detalhes de produção

Elenco principal

• Justice Smith – Owen (adulto)
• Ian Foreman – Owen (criança)
• Brigette Lundy-Paine – Maddy

Ficha técnica

Direção: Jane Schoenbrun
País: Estados Unidos
Ano de lançamento: 2024
Gênero: Drama, Horror, Mistério, Suspense
Duração: 105 minutos (aprox.)
Plataforma: HBO Max
Avaliação média: 9/10

Recepção crítica e público-alvo

O longa conquistou plateias que cresceram na década de 1990 e reconhecem o poder libertador de programas tidos como “estranhos”. Além disso, toca quem busca produções com representatividade sutil, sem clichês ou discursos didáticos.

Críticos apontam a montagem paciente como ponto alto, permitindo que a angústia se manifeste em detalhes cotidianos. Ao adotar ritmo compassado, Jane Schoenbrun faz com que cada respiração de Owen pese tanto quanto os efeitos visuais chamativos.

Impacto cultural: televisões acesas por dentro

“Eu Vi o Brilho da TV” encerra-se em tom melancólico, questionando o preço da adaptação social. Embora Owen pareça guardar um poder psíquico — reflexo de sua contraparte televisiva —, ele hesita em utilizá-lo, temendo ferir expectativas alheias. O desfecho, aberto e incômodo, ecoa na cabeça do espectador após os créditos.

Não é à toa que o filme conversa com fãs de novelas e doramas, acostumados a tramas que exploram a dualidade entre aparência e essência. Aqui, contudo, a pegada do horror psicológico amplia o campo de reflexão, fazendo da obra opção certeira para quem procura suspense distorcido e, ao mesmo tempo, profundamente humano.

Vale a maratona?

Se a proposta é mergulhar em suspense que desafia fronteiras entre realidade e fantasia, a resposta tende a ser sim. Com pouco mais de 100 minutos, “Eu Vi o Brilho da TV” apresenta narrativa enxuta, sem abrir mão de camadas simbólicas. É o tipo de filme que estimula conversas posteriores, ideal para quem gosta de discutir interpretações com amigos.

Disponível na HBO Max, o título segue crescendo em popularidade. Quem deseja conhecer um suspense bizarro apontado por Martin Scorsese como favorito tem neste longa a chance de ligar a TV — ou o streaming — e encarar seu próprio reflexo azul fluorescente.

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Sou formada em Marketing Digital e criadora de conteúdo para web, com especialização no nicho de entretenimento. Trabalho desde 2021 combinando estratégias de marketing com a criação de conteúdo criativo. Minha fluência em inglês me permite acompanhar e desenvolver materiais baseados em tendências globais do setor.
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