Quem acompanha novelas e doramas sabe que uma boa maratona pode transformar séries esquecidas em grandes tesouros. Suits, um drama jurídico que durou nove temporadas no canal USA Network, viveu exatamente esse destino improvável. Longe dos holofotes desde 2019, a atração voltou aos assuntos mais comentados depois de chegar ao catálogo da Netflix em 2023.
A reestreia pegou todos de surpresa: de “sucesso mediano de cabo” passou a recordista de horas vistas em vários países. Essa redescoberta mostra como o streaming modificou as regras do jogo, permitindo que obras já encerradas ganhem fôlego novo, público inédito e status de fenômeno cultural.
O poder do drama jurídico Suits na era do streaming
Na trama, Mike Ross (Patrick J. Adams) é um gênio sem diploma de Direito que, por acaso, consegue emprego em um badalado escritório de Manhattan. O contratante é Harvey Specter (Gabriel Macht), advogado temido que valoriza talento acima de títulos. O grande gancho está no segredo compartilhado: se a farsa de Mike vier à tona, as carreiras de ambos podem ruir.
Além dessa premissa digna de folhetim, o drama jurídico Suits entrega diálogos afiados, casos semanais recheados de reviravoltas e um elenco cuja química lembra os melhores ensembles de novelas clássicas. Donna Paulsen (Sarah Rafferty) rouba cenas com humor e intuição, enquanto Louis Litt (Rick Hoffman) garante o tempero tragicômico que equilibra tensão e leveza.
No streaming, todos esses elementos conversam com a lógica da maratona: episódios ágeis, ganchos bem colocados e conflitos pessoais que se estendem temporada após temporada. Assim que o drama jurídico Suits aterrissou na Netflix, os espectadores atravessaram os nove anos de história sem precisar esperar uma semana sequer, impulsionando o título ao topo do ranking global.
Outro fator crucial foi o alcance internacional. Países que jamais exibiram Suits em TV aberta agora tiveram acesso instantâneo, ampliando o boca a boca e gerando memes, edits e discussões nas redes sociais. As falas de Harvey Specter viraram áudio de motivação, as tiradas de Donna circularam como conselhos espirituosos, e até a presença de Meghan Markle, antes de se tornar duquesa, ganhou curiosidade renovada.
Imagem: Universal Ctent Productis via MovieStillsDB
Para a indústria, o caso evidencia como a métrica de sucesso mudou. Hoje, permanência no catálogo, engajamento social e capacidade de manter o espectador assistindo contam tanto quanto a audiência tradicional. O drama jurídico Suits se encaixou nesse cenário feito sob medida, provando que longevidade e carisma podem superar lançamentos milionários.
Spinoffs e limites de um universo difícil de replicar
Com todo esse impulso, era natural tentar expandir a marca. Pearson, em 2019, focou em Jessica Pearson (Gina Torres) na política de Chicago; já Suits LA, lançado em 2025, tentou levar o espírito para Los Angeles. Ambos, porém, esbarraram na ausência da dinâmica original: sem Harvey, Mike e Donna juntos, o encanto se dissipou. As duas séries foram canceladas após a primeira temporada, indicando que nem todo sucesso é escalável. Ainda assim, nada apaga o feito do drama jurídico Suits, que permanece como uma aula de como o streaming pode redefinir legados.
Para quem busca uma maratona envolvente no estilo “processo da semana + trama contínua”, a recomendação do Salada de Cinema é clara: dê play em Suits e entenda por que esse drama jurídico renasceu mais forte do que nunca.
Ficha técnica
Título original: Suits
Gênero: Drama jurídico
Exibição original: 2011-2019 (USA Network)
Temporadas: 9
Criador: Aaron Korsh
Elenco principal: Gabriel Macht, Patrick J. Adams, Sarah Rafferty, Rick Hoffman, Meghan Markle, Gina Torres
Onde assistir no Brasil: Netflix, Peacock e Amazon Prime Video
Data de chegada à Netflix: 2023
Spinoffs: Pearson (2019), Suits LA (2025, cancelado)


