Quando Seinfeld saiu do ar, fãs de sitcoms passaram anos em busca de um sucessor à altura.
A procura parecia interminável até surgir Crashing, produção da HBO lançada em 2017.
Com três temporadas e nota quase perfeita no Rotten Tomatoes, a comédia virou assunto constante entre quem curte bastidores do humor.
Diferente de outras séries inspiradas em Seinfeld, Crashing aposta na fase inicial da carreira de um comediante.
Nada de fama instantânea ou plateias lotadas: aqui o palco é o open mic e o sofá alheio serve de cama.
O resultado é um retrato sincero, engraçado e, ao mesmo tempo, doloroso sobre começar do zero em Nova York.
O que é a série Crashing da HBO
Crashing acompanha Pete Holmes, que interpreta uma versão fictícia de si mesmo, tentando decolar no stand-up. O ponto de partida é dramático: ele flagra a esposa o traindo e, de repente, perde casa, estabilidade e autoestima. Sem ter onde dormir, passa a percorrer sofás de colegas enquanto coleciona fracassos no palco.
A série Crashing da HBO estreou em fevereiro de 2017 e teve três temporadas até 2019. A proposta central é mostrar, passo a passo, os bastidores que normalmente não aparecem em comédias sobre comediantes. Em vez do glamour, a narrativa foca nas noites vazias, nos cachês inexistentes e na necessidade de entregar voos rasos de piadas para qualquer plateia disposta a ouvir.
Tom realista, humor ácido
O criador e protagonista, Pete Holmes, combina observações cotidianas ao questionamento espiritual, já que foi criado em ambiente cristão. Esse contraponto adiciona camadas à comédia, permitindo reflexões sem abandonar o sarcasmo.
Por que Crashing é comparada a Seinfeld
Jerry Seinfeld e Larry David revolucionaram as sitcoms nos anos 90 com a regra “sem abraços, sem lições de moral”. Crashing abraça a mesma lógica, mas vira a câmera para antes da fama. Enquanto Seinfeld mostrava Jerry já consolidado como headliner, a série Crashing da HBO revela o caminho tortuoso até esse ponto.
Além disso, Holmes compartilha o estilo de piadas observacionais de Seinfeld, falando sobre trivialidades do cotidiano. Contudo, seu humor é mais afetivo e menos cínico, contrapondo-se à frieza calculada de Jerry.
Diferenciais em relação a outras sitcoms de comediantes
Produções como Louie, Maron ou Curb Your Enthusiasm começam com protagonista conhecido. Crashing, pelo contrário, encontra o personagem quebrado desde o primeiro minuto. A estrutura de roteiro mistura a jornada de autodescoberta com participações especiais de nomes reais do stand-up, entre eles Artie Lange, Sarah Silverman e Bill Burr.
Como a série retrata o início de carreira no stand-up
A trama evidencia detalhes raramente mostrados na TV: distribuição de panfletos em troca de cinco minutos de palco, viagens de ônibus madrugada adentro, refeições improvisadas em lojas de conveniência e apresentações em sinagogas ou faculdades mal preparadas para shows.
Esse mergulho cru em pequenos palcos faz da série Crashing da HBO um estudo de caso sobre persistência. Cada episódio mostra um degrau doloroso, reforçando a máxima de que o sucesso no humor é feito de centenas de fracassos públicos.
Imagem: Divulgação
A participação de Artie Lange
Logo no piloto, Pete passa a noite no sofá de Artie Lange, comediante que se interpreta sem filtros. A química entre os dois oferece um contraste potente: enquanto Pete é ingênuo, Lange carrega anos de experiência e um histórico de excessos.
Recepção de público e crítica
No Rotten Tomatoes, Crashing ostenta aprovação de 90% a 96% em cada temporada, índice raro para qualquer sitcom recente. Críticos elogiam o equilíbrio entre vulnerabilidade e piadas afiadas. Já o público se identifica com a sensação de recomeçar do zero, tema universal que ultrapassa o nicho do stand-up.
Mesmo assim, a série Crashing da HBO encerrou sua trajetória em três temporadas, decisão tomada em comum acordo entre Holmes e a emissora. Curiosamente, esse ciclo curto impediu a produção de “se estender demais”, segundo analistas de TV, garantindo um arco fechado sem perder fôlego.
Legado para futuros projetos
Além de preencher a lacuna deixada por Seinfeld, Crashing inspirou novos roteiristas a explorar fases menos glamourosas do showbiz. O formato “comédia sobre a periferia da fama” abriu espaço para narrativas mais cruas em serviços de streaming.
Onde assistir e por que vale conferir
Todas as três temporadas estão disponíveis no catálogo da HBO Max. Para quem aprecia novelas ou doramas e quer variar o cardápio, essa comédia oferece ritmo ágil, episódios curtos e um retrato sincero das relações humanas, algo que dialoga com dramas asiáticos que também focam em jornadas pessoais.
No Salada de Cinema, a série Crashing da HBO costuma aparecer em listas de maratonas rápidas. São apenas 24 episódios no total, perfeitos para um fim de semana frio ou para intervalos entre capítulos de sua novela favorita.
Motivos para dar play agora
- Humor inteligente sem precisar de risadas enlatadas.
- Bastidores autênticos do stand-up novaiorquino.
- Participações especiais de grandes nomes da comédia.
- Trama fechada em três temporadas, sem enrolação.
- Aprovação quase unânime da crítica internacional.
Se você procura uma produção que combine riso, vulnerabilidade e um olhar distinto sobre a busca por propósito, a série Crashing da HBO merece espaço na sua lista.
Ficha técnica
- Título original: Crashing
- Criação: Pete Holmes
- Emissora: HBO
- Estreia: 19 de fevereiro de 2017
- Temporadas: 3
- Episódios: 24
- Elenco principal: Pete Holmes, Artie Lange, Lauren Lapkus
- Gênero: Comédia, semiautobiográfica
- Disponível em: HBO Max


