A franquia Knives Out ganhou data para voltar ao catálogo da Netflix em 2025. Intitulado Vivo ou Morto: Um Mistério Knives Out, o terceiro longa leva Benoit Blanc a uma propriedade isolada onde um corpo surge sem explicação.
O investigado cenário reúne conflitos antigos, rivalidades ainda acesas e um clima de confinamento que atravessa toda a narrativa. A seguir, veja como o diretor Rian Johnson e o elenco colocam em prática um suspense que promete prender a atenção de quem curte tramas ao estilo Agatha Christie.
Corpo em mansão isolada dá partida ao enigma
Em Vivo ou Morto: Um Mistério Knives Out, tudo começa com a descoberta de um cadáver em uma residência distante da cidade. A polícia local logo pede a intervenção de Benoit Blanc, novamente vivido por Daniel Craig, para destrinchar as contradições nos depoimentos.
O roteiro aposta em uma exposição gradual: as informações chegam em blocos, evitando quebras bruscas de tempo. Dessa forma, o público acompanha cada conversa suspeita, cada detalhe aparentemente trivial que, mais tarde, se torna peça-chave do quebra-cabeça.
Josh O’Connor conduz o olhar do público
Josh O’Connor interpreta o primeiro personagem a atrair a atenção do espectador. Envolvido demais com a comunidade, ele serve de ponte entre o detetive e o conjunto de tensões internas que antecede o crime.
A culpa e o senso de responsabilidade distorcido que movem o jovem são explorados em sintonia com o olhar clínico de Blanc. A interação entre os dois — ponto alto do longa — rege o ritmo da investigação e sustenta boa parte do drama.
Elenco afiado amplia as camadas do mistério
Além de Craig e O’Connor, o filme apresenta Glenn Close como uma figura calculista, capaz de manipular as situações em silêncio. Josh Brolin surge como o elemento imprevisível, enquanto Jeremy Renner e Andrew Scott dão corpo a personagens que utilizam a fé como justificativa para atitudes questionáveis.
Daryl McCormack, por sua vez, aposta na contenção: todos os gestos dele carregam contradições sutis, essenciais para a compreensão do caso. Embora o núcleo principal seja sólido, alguns coadjuvantes — interpretados por Thomas Haden Church e Cailee Spaeny — aparecem restritos às funções narrativas básicas.
Fotografia e trilha reforçam clima sombrio
Rian Johnson, que também assina o roteiro, adota direção mais escura que nos capítulos anteriores. A fotografia de Steve Yedlin trabalha contrastes rígidos, criando sensação constante de cerco. Já a trilha composta por Nathan Johnson acompanha essa virada tonal e sustenta a tensão ininterrupta.
Imagem: Divulgação
O resultado é um suspense onde cada sombra, cada som, ajuda a compor a atmosfera de incerteza, sem a necessidade de sustos fáceis. Para o público de Salada de Cinema, a mudança de tom deve chamar atenção logo nos primeiros minutos.
Excesso de informações desafia o público
Embora a narrativa seja organizada, o filme despeja muitos dados no primeiro terço. Personagens, datas, pequenos objetos e diálogos paralelos se acumulam rapidamente. Essa sobrecarga exige atenção redobrada de quem busca entender como as peças se encaixam.
Quando Benoit Blanc finalmente conecta os pontos, a trama revela que o crime não nasceu de um plano brilhante, mas de decisões impulsionadas por medo, orgulho e frustração. O desfecho sublinha a ideia de que a verdade não devolve equilíbrio; apenas delimita culpas.
Temas vão além do jogo de dedução
Vivo ou Morto: Um Mistério Knives Out não se limita à pergunta “quem matou?”. Ao explorar motivações ligadas a fé, ressentimento e incapacidade de assumir falhas, o longa olha para as fissuras humanas por trás do ato violento.
Esse viés amplia o interesse para além do tradicional whodunit. O público acompanha como pequenas escolhas constroem, pouco a pouco, uma tragédia que poderia ter sido evitada, mas encontrou terreno fértil entre egos inflamados e verdades escondidas.
FICHA TÉCNICA
Título: Vivo ou Morto: Um Mistério Knives Out
Direção: Rian Johnson
Elenco principal: Daniel Craig, Josh O’Connor, Glenn Close, Josh Brolin, Jeremy Renner, Andrew Scott, Daryl McCormack, Thomas Haden Church, Cailee Spaeny
Fotografia: Steve Yedlin
Trilha sonora: Nathan Johnson
Gênero: Comédia, Crime, Drama, Mistério, Suspense
País de origem: Estados Unidos
Lançamento: 2025
Distribuição: Netflix
Avaliação preliminar: 10/10


