O catálogo da Netflix acaba de receber Elvis, produção de 2022 dirigida por Baz Luhrmann que revive a trajetória do “Rei do Rock” com energia maximalista. Combinando estética extravagante e narrativa ágil, o longa coloca Austin Butler no centro dos holofotes ao retratar diferentes fases da vida do cantor.
Na trama, Tom Hanks interpreta o polêmico coronel Tom Parker, empresário que guiou – e controlou – cada passo da carreira do artista. Entre shows eletrizantes, conflitos familiares e pressão da indústria, o filme busca examinar ascensão, desgaste e legado do ícone cultural.
Uma viagem intensa pelo universo de Elvis na Netflix
Quem dá play no streaming encontra um roteiro que parte da infância humilde de Elvis Presley, marcada por limitações financeiras, e avança até os estágios finais em Las Vegas. A ligação com o gospel, o impacto dos primeiros singles no rádio e o frenesi adolescente aparecem em montagem acelerada, típica do diretor.
Além disso, episódios como o período no Exército e o casamento com Priscilla Presley, vivida por Olivia DeJonge, pontuam a transformação do artista. O tom épico, somado a uma trilha que mescla gravações originais e releituras modernas, garante ritmo de videoclipe à cinebiografia.
Austin Butler entrega performance detalhista
Indicado ao Oscar de Melhor Ator, Butler reproduz trejeitos, timbre e presença de palco com notável precisão. O esforço inclui desde o giro de quadris que escandalizou plateias nos anos 50 até a voz rouca dos derradeiros espetáculos em Las Vegas.
Esse trabalho minucioso sustenta várias passagens nas quais a câmera foca exclusivamente no intérprete. Quando a narrativa reduz os cortes, o espectador sente o magnetismo que tornava Elvis Presley um fenômeno global – fator que reforça o apelo de Elvis na Netflix.
Música como fio condutor
Cenas de apresentações clássicas, como “Hound Dog” no Milton Berle Show e o especial televisivo de 1968, ganham recriações detalhadas. A vibração coletiva do público, elemento vital para compreender o impacto cultural do cantor, transparece nos movimentos de câmera vertiginosos de Luhrmann.
Tom Hanks assume o papel do coronel Parker
Com sotaque carregado e látex pesado, Hanks exibe um empresário manipulador, ora carismático, ora calculista. O longa opta por narrar a história sob a ótica do coronel, recurso que expõe bastidores de contratos abusivos e a crescente dependência financeira do astro.
Esse ponto de vista, no entanto, provoca equilíbrio delicado: enquanto Parker domina a voz narrativa, a complexidade emocional de Elvis por vezes ganha menos espaço. Ainda assim, as sequências que confrontam ambos os personagens oferecem tensão dramática consistente.
Indústria, fama e desgaste
O roteiro sugere como a máquina do entretenimento explora talentos ao limite. Ao destacar agendas exaustivas, cifras estratosféricas e expectativas inatingíveis, a obra reforça que a notoriedade tem custo alto – tema que ressoa nas gerações posteriores.
Imagem: Divulgação
Estilo Baz Luhrmann de filmar
Conhecido por Moulin Rouge! e O Grande Gatsby, Luhrmann mantém assinatura exuberante: cortes velozes, cores saturadas e sobreposição de imagens. Em Elvis na Netflix, esse design visual dialoga com o turbilhão de fama vivenciado pelo cantor.
Por outro lado, a montagem frenética dilui certos arcos dramáticos, como o relacionamento com Priscilla e conflitos internos do protagonista. Esse contraste entre impacto visual e profundidade narrativa divide opiniões desde a estreia, mas rende discussões sobre forma e conteúdo.
Detalhes de produção e recepção
Lançado nos cinemas em junho de 2022, o filme soma aproximadamente 2h39min e mistura gêneros de biografia, drama, épico e musical. A classificação indicativa é de 14 anos. Na avaliação geral, Elvis registra nota 8/10 em diversos agregadores.
Entre as indicações recebidas, destaque para oito categorias no Oscar 2023, incluindo melhor figurino, maquiagem e som. A chegada ao streaming amplia o alcance e convida novos públicos a explorar a história.
Por que assistir agora
Para fãs de música, a produção oferece recriação fiel de performances lendárias. Já quem se interessa por bastidores de fama encontra retrato crítico da relação artista-empresário. Além disso, o lançamento facilita maratonas temáticas sobre cultura pop dos anos 50 e 60.
Onde encontrar Elvis na Netflix
O longa está disponível no catálogo brasileiro desde esta semana. Basta buscar pelo título e escolher entre versões dublada ou legendada, ambas em alta definição. Com isso, a Netflix reforça a oferta de grandes produções musicais em seu portfólio.
Vale lembrar que, no Salada de Cinema, a obra já figurava entre as estreias mais aguardadas do ano passado e volta a ganhar destaque graças ao streaming. Assim, curiosos e admiradores podem conferir, repetir ou até analisar nuances antes despercebidas.


