Yellowstone colocou Taylor Sheridan no topo do faroeste televisivo e, agora, Landman surge como seu mais novo projeto sobre a indústria do petróleo. Embora vivam, por enquanto, em universos separados, as duas produções dividem o mesmo criador, o que alimenta especulações sobre um possível encontro de tramas.
Nesse cenário, um rosto já conhecido do público de Yellowstone desponta como elo perfeito entre os títulos. Craig Martin, dono da IL Energy, aparece brevemente no episódio de estreia da saga dos Dutton, mas carrega todas as credenciais para cruzar caminhos com Tommy Norris, protagonista de Landman.
Crossover Yellowstone e Landman: por que Craig Martin encaixa tão bem
Criado por Taylor Sheridan, Craig Martin foi apresentado como magnata do petróleo em Montana no primeiro capítulo de Yellowstone, exibido em 2018. Interpretado por Christopher May, o empresário entra em cena apenas para ser pulverizado — financeiramente — por Beth Dutton, que assume a compra hostil de sua companhia, a IL Energy.
Essa derrota, paradoxalmente, favorece a mudança do personagem para outro ambiente. Sem compromissos corporativos em Montana, Martin teria motivação e disponibilidade para migrar ao Texas e negociar contratos de perfuração exatamente onde Landman se passa. A linha do tempo ajuda: as duas séries se desenrolam nos dias atuais, dispensando malabarismos de viagem temporal ou juventudes reencenadas.
Texas já faz parte do universo Yellowstone
A própria Yellowstone mantém ligações frequentes com o Texas. Na quinta temporada, Rip Wheeler conduz negócios pecuaristas no estado, pista que deve ganhar força no vindouro derivado estrelado por ele e Beth Dutton. Nada impede que, durante essas viagens, Rip ou Beth voltem a esbarrar no antigo adversário Craig Martin, dessa vez em um canteiro de perfuração.
Com o ecossistema de spinoffs de Sheridan em plena expansão, faz sentido aproveitar personagens menores para ampliar a coesão narrativa. Martin, pouco explorado até agora, carrega uma bagagem que dialoga diretamente com o enredo de Landman, focado na última grande corrida do xisto no meio dos anos 2000, mas situado no presente.
Premissa de Landman abre portas
Landman, que chega em 17 de novembro de 2024, gira em torno de Tommy Norris (Billy Bob Thornton), um “landman” que administra arrendamentos e acordos para empresas do setor petrolífero. Inserir um investidor experiente como Craig Martin nesse círculo representaria oportunidade natural de conflito — e de negócios — sem forçar a coerência interna.
A trajetória de Craig Martin até aqui
No capítulo de estreia de Yellowstone, Beth Dutton (Kelly Reilly) usa sua posição no banco de investimentos Schwartz & Meyer para intimidar Martin. Ao perceber a fragilidade da IL Energy, ela oferece uma compra fulminante: ou ele aceita o cheque ou enfrenta a falência certa. O empresário, acuado, assina a venda.
Esse arco curto cumpre dois papéis centrais: apresenta a crueldade estratégica de Beth e estabelece a presença do mercado de petróleo como ameaça ao rancho da família Dutton. Apesar de aparecer só nesse episódio, Martin ganhou um histórico que pode ser retomado sem tropeços.
Liberdade de roteiro
Uma vez “desempregado”, o magnata ficaria livre para recomeçar no Texas, foco de Landman. A transição eliminaria a necessidade de longas explicações, pois o espectador já sabe que ele perdeu sua empresa e, portanto, teria motivos de sobra para buscar novos poços — literalmente.
Imagem: Divulgação
Benefícios mútuos para as duas séries
Para Landman, a presença de alguém ligado ao universo Yellowstone traria reconhecimento imediato, elevando seu status perante fãs que acompanham a franquia desde 2018. Yellowstone, por sua vez, fortalece sua rede de personagens secundários enquanto prepara terreno para futuros desdobramentos.
No mercado de entretenimento, crossovers costumam aumentar retenção de audiência e interesse do público, dois fatores que pesam em plataformas de streaming e na disputa por espaço no Google Discover. Ao mesmo tempo, Sheridan continuaria exercitando a característica que tornou sua obra tão atraente: a criação de mundos interconectados no coração do faroeste contemporâneo.
Como isso repercute entre os fãs
A comunidade que acompanha Yellowstone já demonstrou entusiasmo sempre que um nome familiar surge em outro projeto do roteirista, como visto em 1883 e 1923. A expectativa em torno de Landman cresce justamente pela possibilidade de novas conexões, mesmo que apenas simbólicas.
Salada de Cinema vem monitorando as discussões e percebe que Craig Martin virou um “candidato natural” ao crossover. Ele carrega o selo Sheridan, dialoga com o tema do petróleo e, acima de tudo, não tem pendências narrativas que impeçam sua mudança de cenário.
Sinergia temática
Yellowstone se sustenta na disputa por território e recursos; Landman, na corrida pelo xisto e nos impactos sociais desse boom. Introduzir Martin como ponte entre as duas frentes reforça o ponto em comum: a batalha por poder em terras americanas, seja com gado ou com torres de perfuração.
Resumo: por que a aposta faz sentido
• Craig Martin é magnata do petróleo, setor central em Landman.
• Foi “desempregado” por Beth Dutton, justificando nova empreitada.
• Linha do tempo compatível elimina barreiras cronológicas.
• Texas já aparece em Yellowstone, facilitando encontros casuais.
• Crossover aumenta a visibilidade de Landman e expande a mitologia Sheridan.
Assim, enquanto ainda não há confirmação oficial, a lógica interna das duas séries aponta Craig Martin como peça que encaixa perfeitamente no tabuleiro do crossover Yellowstone e Landman. Agora, resta acompanhar se Taylor Sheridan moverá esse peão para consolidar seu vasto universo neo-farwestiano.


