Wynonna Earp: o faroeste sobrenatural que virou clássico cult nove anos depois

Thais Bentlin
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Nove anos se passaram desde que Wynonna Earp chegou discretamente ao canal SyFy, misturando duelos, demônios e humor afiado em doses iguais. De lá para cá, a série ganhou status de cult, conquistou fãs devotados e passou a figurar em listas dos melhores faroestes modernos.

Com apenas quatro temporadas, a produção canadense-americana mostrou que é possível atualizar o western sem perder a alma do gênero, ao mesmo tempo em que abraça o sobrenatural e exalta uma protagonista feminina carismática. A seguir, o Salada de Cinema destrincha tudo o que faz de Wynonna Earp um fenômeno que merece ser redescoberto.

Enredo: uma herdeira de Wyatt Earp lutando contra fora-da-lei do além

A série acompanha Wynonna, bisneta do lendário pistoleiro Wyatt Earp, que retorna à cidade natal no dia em que completa 27 anos. A data não é aleatória: é quando desperta a maldição familiar que traz de volta à vida todos os criminosos que Wyatt abateu no século XIX. Transformados em “revenants”, esses fora-da-lei demoníacos só podem ser enviados novamente ao inferno com o revólver Peacemaker, arma herdada por Wynonna.

Ambientada no presente, a trama combina atmosfera de velho oeste com celulares, memes e referências pop. Entre um disparo místico e outro, a protagonista estreita laços com a irmã Waverly, reencontra o imortal Doc Holliday e enfrenta vilões que variam de demônios a entidades ancestrais. O equilíbrio entre ação, drama familiar e comédia é um dos trunfos que mantém a narrativa leve e viciante.

Por que Wynonna Earp se destaca entre os neo-westerns

Enquanto produções como Yellowstone e Justified apostam em xerifes contemporâneos e conflitos de terra, Wynonna Earp eleva a aposta ao incorporar fantasia sem abandonar o DNA de faroeste. As perseguições a cavalo e os duelos ao pôr do sol ganham contornos mágicos, mas ainda preservam a tensão típica dos clássicos de John Ford.

Além disso, a série adota humor irreverente, lembrando sucessos como Buffy: A Caça-Vampiros. Essa leveza dialoga com a audiência atual e, ao mesmo tempo, reforça a coragem da heroína. O resultado é uma experiência única que prova como o western pode evoluir, abraçando novos públicos sem trair suas raízes.

Representatividade feminina em primeiro plano

Outro diferencial é a abordagem de empoderamento. Wynonna não é a “donzela em perigo”: ela comanda a ação, toma decisões arriscadas e lida com falhas pessoais de forma honesta. Isso inspira espectadores e amplia a discussão sobre protagonistas femininas fortes em gêneros tradicionalmente dominados por homens.

Química de elenco que conquista

Melanie Scrofano brilha no papel-título, misturando vulnerabilidade e autoconfiança com naturalidade. Tim Rozon vive Doc Holliday, o pistoleiro imortal que oscila entre aliado e interesse amoroso. Já Dominique Provost-Chalkley entrega doçura e determinação como Waverly. A interação entre os três sustenta a série mesmo nos episódios mais frenéticos.

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Imagem: Divulgação

Onde assistir Wynonna Earp hoje

Desde julho de 2025, a produção não está mais no catálogo da Netflix Brasil, mas há alternativas. Todas as temporadas podem ser vistas gratuitamente na plataforma Tubi, mediante anúncios. Quem preferir assinatura encontra o título no FuboTV e no aplicativo SyFy. Na TV a cabo, reprises continuam sendo exibidas pelo próprio SyFy.

Com apenas 49 episódios, a maratona cabe em um fim de semana prolongado e recompensa com reviravoltas, diálogos afiados e efeitos especiais eficientes para o orçamento. Para quem curte o tema “Wynonna Earp” ou busca um novo neo-western para chamar de seu, é um prato cheio.

Impacto cultural e legado

A produção mostrou que há espaço para experimentações dentro do western, influenciando projetos que mesclam gêneros, de dramas de super-herói a romances apocalípticos. Seu fandom, conhecido por mobilizações online, foi decisivo para a renovação da quarta temporada, prova da força do engajamento digital.

Mesmo encerrada em 2021, Wynonna Earp continua gerando debates sobre representação LGBTQIA+, poder feminino e reinvenção de mitos históricos. Convenções de fãs e campanhas por novos episódios seguem ativas, sinal de que o fenômeno ainda tem pólvora para queimar.

Vale a maratona?

Se a ideia é encontrar um seriado que combine tiroteios, piadas rápidas e criaturas do além, não há opção melhor. Wynonna Earp entrega ritmo ágil, personagens cativantes e um olhar moderno sobre o faroeste. Cada temporada aprofunda a mitologia sem perder o tom divertido, garantindo altas doses de adrenalina.

Para entusiastas de novelas, doramas ou qualquer conteúdo serializado, a estrutura de “monstro da semana” intercalada com arcos maiores agrada a diferentes tipos de público. A acessibilidade nas plataformas atuais facilita a descoberta e reforça a impressão de que o título só tende a ganhar novos fãs nos próximos anos.

Ficha técnica

  • Exibição original: 2016 a 2021
  • Canais: SyFy (EUA) e CTV Sci-Fi Channel (Canadá)
  • Showrunner: Emily Andras
  • Gêneros: Western, drama, sobrenatural, ação, aventura, ficção científica, fantasia
  • Temporadas: 4 (49 episódios)
  • Elenco principal: Melanie Scrofano (Wynonna Earp), Tim Rozon (Doc Holliday), Dominique Provost-Chalkley (Waverly Earp)
  • Classificação indicativa: 14 anos
  • Disponível em streaming: Tubi (grátis), FuboTV, app SyFy
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Sou formada em Marketing Digital e criadora de conteúdo para web, com especialização no nicho de entretenimento. Trabalho desde 2021 combinando estratégias de marketing com a criação de conteúdo criativo. Minha fluência em inglês me permite acompanhar e desenvolver materiais baseados em tendências globais do setor.
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