The Haunting of Hill House eleva o terror na TV e vira padrão para novas séries

Thais Bentlin
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Quando o assunto é susto na telinha, poucas produções causaram tanto impacto quanto The Haunting of Hill House.
Disponível na Netflix, a minissérie de Mike Flanagan conquistou público e crítica ao unir drama familiar e terror psicológico.
O resultado foi um novo parâmetro para histórias de assombração no streaming.

A trama, dividida em dez episódios, acompanha os Crain, família marcada por acontecimentos sobrenaturais em uma antiga mansão.
Anos depois, eles retornam ao local e precisam encarar memórias dolorosas — e fantasmas muito reais.
Entre flashbacks e revelações, cada capítulo constrói um clima de tensão que prende do começo ao fim.

Por que The Haunting of Hill House virou referência no terror televisivo

Flanagan poderia ter seguido o caminho comum de filmes de casa mal-assombrada, mas escolheu um foco mais emocional.
O horror surge a partir de traumas, culpas e segredos que corroem os Crain, tornando a experiência tão angustiante quanto apavorante.

Essa abordagem diferenciada trouxe elementos que hoje são replicados em outras produções:

  • Construção lenta de suspense, sem sustos gratuitos;
  • Personagens complexos, com desenvolvimento em arco próprio;
  • Uso inteligente de planos-sequência, como o famoso episódio de funeral filmado quase inteiro em tomada única.

A direção de arte também merece destaque. Cada cômodo da mansão esconde pistas visuais sobre o passado dos moradores, o que incentiva a revisita aos episódios em busca de detalhes.
Além disso, a fotografia fria ressalta a dualidade entre infância idealizada e presente sombrio, reforçando o peso dramático da história.

A trama da família Crain: dor, fantasmas e redenção

Tudo começa quando Hugh e Olivia Crain compram Hill House para uma breve reforma.
Bem longe de ser um refúgio, o casarão revela corredores intermináveis, barulhos impensáveis e a misteriosa Sala Vermelha, sempre trancada.
A convivência com essas manifestações culmina na morte de Olivia, episódio que despedaça a família.

Décadas depois, os irmãos Steven, Shirley, Theo, Luke e Nell tentam seguir a vida, mas cicatrizes emocionais permanecem abertas.
Quando uma nova tragédia os obriga a retornar à mansão, passado e presente se fundem, revelando como Hill House manipulou cada um deles.
É nessa jornada de reconciliação — tanto entre irmãos quanto com a própria casa — que a série alcança seu auge, entregando sustos e lágrimas na mesma medida.

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Imagem: Divulgação

Desde a estreia, The Haunting of Hill House aparece em listas de melhores séries de horror e, para muitos fãs, continua inigualável mesmo após sucessos posteriores como Midnight Mass.
No Salada de Cinema, leitores frequentemente citam a minissérie como porta de entrada para o gênero, prova de seu alcance além do público típico de terror.

Embora Flanagan tenha criado outros títulos marcantes, Hill House segue insuperável por reunir roteiro sólido, elenco afiado e direção inventiva.
Para quem curte novelas sombrias ou doramas de suspense, é um prato cheio que mostra como TV e streaming podem competir com o cinema em termos de atmosfera e profundidade narrativa.

No fim, o legado de Hill House é claro: contando histórias pessoais e assustadoras na mesma medida, é possível transformar um tema familiar — a velha casa assombrada — em algo completamente novo.
E, enquanto outros criadores tentam atingir esse patamar, a série permanece como o padrão-ouro do horror televisivo moderno.

Ficha técnica

• Título original: The Haunting of Hill House
• Criador: Mike Flanagan
• Episódios: 10
• Lançamento: 2018
• Gênero: Terror dramático
• Plataforma: Netflix

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Sou formada em Marketing Digital e criadora de conteúdo para web, com especialização no nicho de entretenimento. Trabalho desde 2021 combinando estratégias de marketing com a criação de conteúdo criativo. Minha fluência em inglês me permite acompanhar e desenvolver materiais baseados em tendências globais do setor.
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