Teoria aponta Battlestar Galactica como prelúdio secreto de Blade Runner

Thais Bentlin
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Uma nova teoria de fãs sugere que as tramas de Battlestar Galactica e Blade Runner podem fazer parte do mesmo universo de ficção científica.

O argumento compara sinais linguísticos, temas recorrentes e até o visual dos personagens para sustentar a ideia de que a série da década de 2000 serviria como um ciclo anterior aos filmes lançados nos anos 1980 e 2010.

O termo “skinjobs” cria a primeira conexão direta

Em Blade Runner, o chefe policial Bryant manda Rick Deckard caçar replicantes e usa o insulto “skinjobs” para descrevê-los. Na série Battlestar Galactica, humanos usam exatamente a mesma palavra para menosprezar modelos humanoides de Cylons. A coincidência vai além da simples homenagem ao ator Edward James Olmos, presente nas duas produções.

A trama de Battlestar Galactica se passa em um passado distante da história da Terra. Segundo a teoria, elementos culturais dos Doze Colonias teriam atravessado milênios, chegando ao inglês moderno e mantendo gírias como “skinjobs”. O mesmo raciocínio já foi aplicado dentro da série para explicar a presença da música “All Along the Watchtower”.

Ciclos repetitivos de criação e revolta sustentam a hipótese

O núcleo narrativo de Battlestar Galactica gira em torno da frase “tudo isso já aconteceu antes e acontecerá de novo”. A história mostra civilizações que desenvolvem inteligência artificial, sofrem rebeliões e precisam recomeçar. A teoria indica que Blade Runner seria apenas mais uma dessas voltas na roda da destruição e reconstrução.

Nesse possível ciclo posterior, os Cylons seriam rebatizados como replicantes, enquanto Eldon Tyrell ocuparia a função de Daniel Graystone, criador dos primeiros seres sintéticos. Os indícios de rebelião vistos em Blade Runner e o debate sobre reprodução em Blade Runner 2049 ecoam a evolução biológica exibida pelos Cylons na série.

Explicando o salto temporal

Um obstáculo é a linha do tempo: Battlestar Galactica termina com um salto para o ano de 2009, enquanto Blade Runner se passa em 2019 e já exibe carros voadores e viagens interplanetárias. Para contornar a discrepância, a teoria propõe que o mundo de Deckard não venha imediatamente depois do pouso da Galactica, mas alguns ciclos adiante.

Semelhanças entre William Adama e Gaff levantam suspeitas

Edward James Olmos interpreta o almirante William Adama e também o misterioso Gaff. Ambos demonstram empatia por seres artificiais: Adama aprende a negociar com Cylons, e Gaff poupa a replicante Rachael. A semelhança alimenta duas hipóteses.

A primeira sugere que Gaff seria um descendente distante de Adama, carregando valores herdados. A segunda afirma que Gaff poderia ser um replicante construído à imagem de Adama, possivelmente por Saul Tigh, Cylon que continua vivo na Terra ao fim da série. Essa criação funcionaria como tributo a um antigo aliado que buscava equilíbrio entre humanos e máquinas.

Anéis de repetição e legado Cylon no universo Blade Runner

Ao considerar Battlestar Galactica como prelúdio, diversos paralelos ganham força:

  • A capacidade de reprodução entre Cylons é retomada nos replicantes de Blade Runner 2049.
  • A mistura cultural entre colônias e Terra justificaria o mesmo idioma e expressões idênticas.
  • Os conflitos morais em torno de escravidão, identidade e livre-arbítrio permanecem centrais nas duas obras.

Assim, Blade Runner se encaixaria como uma etapa posterior no grande ciclo de ascensão e queda descrito pela série, reforçando a frase-chave de Battlestar Galactica.

Por que a teoria atrai tanto a comunidade de ficção científica

Fans de universos compartilhados adoram encontrar pistas que unam franquias. No caso de Battlestar Galactica e Blade Runner, a participação de Edward James Olmos, o uso recorrente do termo “skinjobs” e os temas de criação rebelde formam um conjunto de indícios difícil de ignorar.

Embora nenhuma das produções confirme oficialmente a ligação, a possibilidade de elas habitarem o mesmo multiverso alimenta debates e motiva análises detalhadas. Para o leitor do Salada de Cinema, a especulação rende novas camadas de interpretação e torna cada revisão dessas obras ainda mais saborosa.

Por enquanto, a teoria permanece na esfera dos fãs. Mas, se “tudo isso já aconteceu antes e acontecerá de novo”, talvez o próximo ciclo de histórias anuncie pistas ainda mais sólidas para ligar Battlestar Galactica e Blade Runner em uma única cronologia.

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Sou formada em Marketing Digital e criadora de conteúdo para web, com especialização no nicho de entretenimento. Trabalho desde 2021 combinando estratégias de marketing com a criação de conteúdo criativo. Minha fluência em inglês me permite acompanhar e desenvolver materiais baseados em tendências globais do setor.
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