Tarantino revisita Hollywood de 1969 em filme disponível na Netflix com DiCaprio e Brad Pitt

Thais Bentlin
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Los Angeles, verão de 1969. Entre os estúdios lotados e as ruas quentes, um ator em crise encara o espelho tentando adiar o inevitável: o fim da própria era.
Rick Dalton, vivido por Leonardo DiCaprio, é o rosto dessa transição, enquanto Hollywood muda de pele numa velocidade que ele mal consegue acompanhar.
É nessa atmosfera que Quentin Tarantino ambienta Era Uma Vez em… Hollywood, título que acaba de chegar à Netflix e convida o espectador a viajar no tempo.

Ao lado de Rick está Cliff Booth, dublê interpretado por Brad Pitt, cuja tranquilidade quase filosófica contrasta com a ansiedade do ex-astro de faroestes.
A dupla circula por cenários reais e imaginários da cidade, enquanto a presença luminosa de Sharon Tate (Margot Robbie) acrescenta um sopro de inocência a um período marcado pela tensão.
O resultado é um suspense que reimagina fatos históricos sem perder de vista as cicatrizes deixadas por eles.

A trama de Era Uma Vez em… Hollywood na Netflix

No centro da narrativa, Tarantino focaliza Rick Dalton, ator que brilhou em séries de TV nos anos 50 e agora luta para manter a relevância.
Entre testes desanimadores e participações em produções de baixo orçamento, ele pressente que o sistema que o consagrou está ruindo.

Cliff Booth surge como extensão emocional desse universo. Ex-dublê de guerra, ele dirige o carro de Rick, conserta antenas e encara riscos que o patrão evita.
Com isso, o filme explora a distância entre a fachada glamourosa da indústria e o trabalho árduo escondido nos bastidores.

Los Angeles de 1969 como personagem

A fotografia de 35 mm, repleta de letreiros de neon, livrarias, drive-ins e rádios tocando sucessos da época, recria uma cidade prestes a mudar.
Tarantino não apenas reconstrói cenários: ele capta a sensação de fim de festa que antecede os anos 70 e as transformações culturais vindouras.

Essa ambientação serve de pano de fundo para a trajetória de Sharon Tate.
A atriz, mostrada em momentos cotidianos — comprando ingressos, dançando em casa ou assistindo ao próprio filme — encarna o otimismo de uma Hollywood que ainda acredita em sonhos.

Choque entre ficção e realidade

Ao se aproximar da noite que marcaria tragicamente a história de Tate, Era Uma Vez em… Hollywood propõe um olhar alternativo.
Sem recorrer a dramatizações excessivas, o roteiro cria um desvio de rota capaz de provocar estranhamento e alívio ao mesmo tempo.

No clímax, Rick e Cliff entram em ação de forma inesperada, oferecendo uma versão fictícia onde a violência não suprime a esperança.
A pergunta que paira é simples: e se pudéssemos reescrever determinados capítulos do passado?

Personagens que espelham uma indústria em transformação

Rick Dalton representa o astro que resiste às mudanças, preso a glórias antigas; Cliff Booth simboliza a liberdade de quem não deve satisfações a ninguém.
Já Sharon Tate reflete a promessa de renovação que talvez nunca se concretize.

Esse trio forma um mosaico de sentimentos contraditórios: medo, nostalgia, euforia e frustração.
Ao retratar esses conflitos, Tarantino evita idealizar o passado, preferindo expor fissuras que antecipam a chegada de um cinema mais áspero.

Atuações que sustentam a experiência

DiCaprio alterna insegurança e vaidade em cenas pontuadas por gaguejos e explosões de raiva.
Brad Pitt, com gestos contidos, entrega um Cliff que parece imune ao caos — papel que lhe rendeu o Oscar de ator coadjuvante.

Margot Robbie, por sua vez, empresta leveza a Sharon Tate, reforçando o contraste entre a luminosidade da personagem e as sombras que se aproximam.
Juntos, os três atores amarram uma narrativa que mescla drama, humor e suspense.

Por que assistir agora

Além de reunir um elenco estelar, Era Uma Vez em… Hollywood na Netflix oferece uma reflexão sobre a forma como lembramos — ou esquecemos — fatos históricos.
Ao repaginar um momento decisivo da cultura pop, o filme ressoa com qualquer público interessado em entender ciclos de ascensão e queda.

Para quem acompanha o Salada de Cinema, trata-se de uma chance de mergulhar num recorte de Hollywood que ainda influencia novelas, doramas e a produção audiovisual contemporânea.
Embora o título seja ambientado há mais de meio século, o debate sobre relevância, fama e violência permanece atual.

Detalhes técnicos e recepção

Lançado em 2019, o longa tem 2 h 41 min de duração e mistura comédia, drama e suspense.
A direção precisa de Tarantino combina diálogos afiados a longos planos-sequência, valorizando cada nuance dos personagens.

A crítica saudou o filme com entusiasmo, destacando a reconstrução de época e a trilha sonora recheada de hits sixties.
Com avaliação máxima em diversos veículos, a produção recebeu dez indicações ao Oscar e levou duas estatuetas.

Onde assistir

O suspense de Quentin Tarantino, com Brad Pitt e Leonardo DiCaprio, já está disponível no catálogo brasileiro da Netflix.
Quem busca uma experiência que mescla nostalgia, revisionismo e grandes atuações tem agora acesso fácil à obra.

Ao ligar a TV ou o celular, prepare-se para embarcar numa verdadeira máquina do tempo que questiona as fronteiras entre lembrança e invenção.
Rick Dalton, Cliff Booth e Sharon Tate aguardam o espectador em uma Los Angeles vibrante, prestes a nunca mais ser a mesma.

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Sou formada em Marketing Digital e criadora de conteúdo para web, com especialização no nicho de entretenimento. Trabalho desde 2021 combinando estratégias de marketing com a criação de conteúdo criativo. Minha fluência em inglês me permite acompanhar e desenvolver materiais baseados em tendências globais do setor.
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