Os corredores de Westeros continuam agitados mesmo após o fim de Game of Thrones. Enquanto novas produções avançam nos bastidores da HBO, o tão aguardado livro The Winds of Winter, de George R. R. Martin, segue sem previsão concreta de lançamento.
- Séries derivadas se multiplicam e ultrapassam a marca de oito projetos
- Jon Snow ficou de fora, mas outras continuações ganham força
- Por que The Winds of Winter demora tanto?
- HBO mira o futuro: franquia grande demais para se limitar a prelúdios
- Estranheza: sequência antes do livro mexe com a experiência do fã
- Conclusão inevitável: tudo depende do ritmo de Martin
Essa corrida paralela entre telas e páginas levanta a possibilidade — nada remota — de uma sequência televisiva chegar antes da conclusão da saga literária. Para quem acompanha a série e os romances, a ideia parece, no mínimo, estranha.
Séries derivadas se multiplicam e ultrapassam a marca de oito projetos
Desde a despedida de Game of Thrones em 2019, a emissora investe pesado na expansão do universo criado por Martin. House of the Dragon é o carro-chefe e tem terceira temporada prevista para o verão de 2026. Antes disso, em janeiro do mesmo ano, estreia A Knight of the Seven Kingdoms, adaptação dos contos sobre Dunk e Egg.
Em novembro de 2025, o próprio autor confirmou que, além desses títulos, existem pelo menos cinco ou seis outros projetos de prelúdios em estágio inicial. A lista inclui tramas que exploram períodos históricos variados de Westeros, mas a grande novidade é o desenvolvimento de “um ou dois” seriados situados depois dos eventos de Game of Thrones — verdadeiras sequências.
Jon Snow ficou de fora, mas outras continuações ganham força
Em 2024, a HBO engavetou a ideia de uma série focada em Jon Snow, protagonizada por Kit Harington. Ainda assim, o cancelamento não esfriou a vontade de levar a história adiante. Segundo Martin, o estúdio estuda linhas narrativas que avancem além da oitava temporada, embora sem detalhar quais personagens retornariam ou qual seria o tamanho das produções.
Na prática, isso significa que o público pode acompanhar novidades do universo de Game of Thrones antes mesmo de ler a versão oficial dos fatos em The Winds of Winter. Para muitos fãs, especialmente os leitores mais antigos, essa inversão de ordem soa como um choque.
Por que The Winds of Winter demora tanto?
George R. R. Martin trabalha no sexto volume da série As Crônicas de Gelo e Fogo desde 2011, ano de lançamento de A Dance with Dragons. O autor já declarou em entrevistas que o processo de escrita ficou mais lento por causa de compromissos com a própria adaptação televisiva e, agora, com a consultoria nos spin-offs.
Além disso, a trama de The Winds of Winter promete ser a mais complexa da coleção, reunindo dezenas de personagens espalhados por vários continentes fictícios. Entre ajustes, reescritas e cortes, o prazo inicial se estendeu por mais de uma década, sem sinal claro de conclusão. O capítulo final, A Dream of Spring, permanece ainda mais distante.
Impacto para leitores e espectadores
O final de Game of Thrones exibido em 2019 usou apenas informações gerais fornecidas pelo escritor, o que gerou divergências entre fãs de livros e da televisão. Muitos esperam que The Winds of Winter revele pistas sobre o desfecho “verdadeiro” imaginado por Martin. Se a sequência televisiva surgir antes do livro, o suspense pode perder parte do brilho, criando outra disputa de versões.
Imagem: Sime Ashmoore
HBO mira o futuro: franquia grande demais para se limitar a prelúdios
A lógica do mercado justifica a aposta em histórias pós-série. Game of Thrones é uma das maiores marcas da cultura pop recente, praticamente um universo cinematográfico televisivo. Permanecer só no passado, como House of the Dragon faz, é visto como desperdício de potencial narrativo e financeiro.
Nesse cenário, a emissora analisa formatos variados: de minisséries pontuais até epopeias no mesmo patamar de produção da série original. As possibilidades incluem novas ameaças em Westeros, disputas políticas em Porto Real reconstruída e até viagens além do Mar Estreito.
Estranheza: sequência antes do livro mexe com a experiência do fã
Por mais natural que seja a expansão do catálogo, assistir a uma continuação da série sem ter lido The Winds of Winter cria sensação de obra inacabada. O leitor veterano, que acompanha a saga desde 1996, ainda não recebeu as respostas que espera sobre o destino de Jon Snow, Daenerys Targaryen e companhia nas páginas.
Do ponto de vista narrativo, existe o risco de histórias se contradizerem ou entregar spoilers que Martin planejava revelar nos livros. Ainda assim, o autor reforça que considera os formatos independentes: televisão segue seu caminho, literatura segue outro, ambos supervisionados por ele.
Conclusão inevitável: tudo depende do ritmo de Martin
Sem previsão de entrega, The Winds of Winter permanece uma incógnita de 1.500 páginas (estimadas) que pode chegar depois de novas temporadas e até de séries inéditas. Caso isso aconteça, será a primeira vez que um produto derivado avança cronologicamente sem respaldo completo do material original.
Enquanto isso, os fãs encontram consolo nas produções paralelas e nas atualizações ocasionais de Martin em seu blog. A torcida é grande para que a agenda do escritor se alinhe ao calendário da HBO, permitindo que livros e séries caminhem juntos — missão mais complicada do que combater um dragão.
Seja qual for a ordem de lançamento, o universo de Game of Thrones continua relevante e pronto para encantar novas gerações. E, claro, o Salada de Cinema vai acompanhar cada passo dessa saga de bastidores com a mesma atenção dedicada aos maiores dramalhões coreanos ou às novelas que dominam a TV brasileira.


