Rian Johnson surpreende e entrega um Knives Out mais ousado com “Vivo ou Morto”

Thais Bentlin
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O detetive Benoit Blanc volta à cena em “Vivo ou Morto: Um Mistério Knives Out”, longa que estreia em 2025 na Netflix e promete virar a experiência do público de cabeça para baixo. Rian Johnson, criador da série, abandona a pergunta “quem é o culpado?” e foca em um tema bem mais espinhoso: a própria culpa.

Desta vez, Blanc — vivido novamente por Daniel Craig — não consegue amarrar todas as pontas, e isso muda completamente a dinâmica que o público conhece. Entre reviravoltas, falsos milagres e um diamante desaparecido, o longa equilibra suspense, crítica social e doses generosas de ironia.

Enredo de “Vivo ou Morto: Um Mistério Knives Out”

O roteiro coloca o ex-pugilista Jud Duplenticy (Josh O’Connor) como novo vigário de uma pequena igreja no interior do estado de Nova York. O personagem é transferido às pressas após agredir um diácono, carregando um passado violento que se cruza com sua busca de expiação.

No centro da paróquia está o monsenhor Jefferson Wicks (Josh Brolin), líder carismático que controla seus fiéis por meio de sermões pouco ortodoxos. Quando o religioso morre esfaqueado durante a missa de Sexta-Feira Santa, Jud se torna o principal suspeito, ainda que tudo indique uma conspiração bem maior.

Benoit Blanc entra em ação, mas encontra barreiras

Chamada pela chefe de polícia Geraldine Scott (Mila Kunis), a lenda da dedução Benoit Blanc chega à cidade certo de que Jud não é o assassino. A escolha de colocar o investigado dentro do time principal contraria a autoridade local e gera atritos na investigação.

Conforme novos indícios surgem — inclusive a aparente “ressurreição” de Wicks —, a lógica de Blanc é colocada à prova. Pela primeira vez, o detetive aceita que alguns fatos podem simplesmente escapar da razão.

Personagens cercados de segredos e interesses

O círculo íntimo do monsenhor reúne figuras tão suspeitas quanto excêntricas. Cy Draven (Daryl McCormack) afirma ser filho ilegítimo de Wicks e sonha em herdar sua influência. Nat Sharp (Jeremy Renner) se apresenta como médico da cidade, mas guarda informações cruciais sobre o cadáver.

Completam o tabuleiro Lee Ross (Andrew Scott), escritor em busca de novo best-seller; Simone (Cailee Spaeny), que vê na fé um último refúgio; Martha (Glenn Close), decana da paróquia e braço direito do padre; e Samson (Thomas Haden Church), caseiro com laços íntimos com Martha. Cada um tem motivo para mentir — e talvez para matar.

O diamante perdido e a maçã de Eva: símbolos da trama

O chamado MacGuffin de “Vivo ou Morto: Um Mistério Knives Out” é um diamante que pertence à herança de Wicks. Esse objeto serve como metáfora do pecado material que atravessa a igreja e prende os suspeitos a interesses financeiros.

Já a “maçã de Eva”, enfeite no escritório do monsenhor, guarda pistas sobre o paradeiro da pedra preciosa. Tal como no mito bíblico, o objeto não cria o erro, mas expõe a corrupção de cada personagem.

A crítica à fé como espetáculo

Rian Johnson introduz um “milagre” encenado: a suposta volta à vida de Wicks. O artifício faz a comunidade retomar a confiança no clérigo — mesmo após o assassinato. Para o diretor, mais do que a verdade, importa a narrativa que mantém o poder religioso de pé.

Esse comentário social reforça o tom sombrio do filme e eleva “Vivo ou Morto: Um Mistério Knives Out” a algo além de um simples quebra-cabeça. O público é convidado a questionar até onde a fé pode ser manipulada.

Jud Duplenticy: culpa, punição e redenção

A espinha dorsal dramática é o dilema moral de Jud. O ex-lutador matou um oponente no ringue e se refugiou na batina para buscar penitência. Quando se vê acusado do assassinato de Wicks, ele não demonstra pressa em provar sua inocência; ao contrário, enxerga na acusação uma possível reparação.

Essa ambiguidade soa como combustível para Blanc, que precisa desvendar não só fatos, mas desejos conflitantes de um homem que talvez queira ser condenado.

Por que o filme promete revolucionar o “Knives Out-verso”

Primeiro, Rian Johnson subverte o gênero whodunit ao afastar o espectador da caça ao culpado para explorar a responsabilidade coletiva. Segundo, ao mostrar que até Benoit Blanc é falível, o diretor injeta frescor numa franquia que poderia cair na repetição.

Com estreia mundial programada para 2025, “Vivo ou Morto: Um Mistério Knives Out” deve chegar diretamente à Netflix, ampliando o alcance dos filmes anteriores. Para quem acompanha o Salada de Cinema, fica a expectativa de uma obra ainda mais provocativa do que “Entre Facas e Segredos” e “Glass Onion”.

Repercussão e expectativa

A avaliação preliminar de 10/10 divulgada por críticos que já assistiram a sessões de teste contribui para o hype. Eles destacam a fotografia sombria, a trilha tensa e o equilíbrio entre humor ácido e drama.

Ainda sem trailer oficial liberado, o filme vem sendo comparado a thrillers de alto nível pela densidade do roteiro e pelo elenco repleto de nomes premiados.

FICHA TÉCNICA

Título: Vivo ou Morto: Um Mistério Knives Out
Direção: Rian Johnson
Ano: 2025
Gênero: Comédia, Crime, Drama, Mistério, Suspense
Elenco principal: Daniel Craig, Josh O’Connor, Josh Brolin, Mila Kunis, Jeremy Renner, Andrew Scott, Glenn Close, Cailee Spaeny, Daryl McCormack, Thomas Haden Church
Avaliação preliminar: 10/10

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Sou formada em Marketing Digital e criadora de conteúdo para web, com especialização no nicho de entretenimento. Trabalho desde 2021 combinando estratégias de marketing com a criação de conteúdo criativo. Minha fluência em inglês me permite acompanhar e desenvolver materiais baseados em tendências globais do setor.
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