Os heróis coloridos mais famosos da TV vão voltar em grande estilo. Depois de um período de incertezas, Power Rangers ganhará uma nova série no Disney+, resultado da parceria entre Disney (via 20th Century Studios) e Hasbro.
A principal novidade? O reboot será o primeiro projeto da franquia sem qualquer cena importada de Super Sentai, encerrando uma dependência que já durava três décadas. A mudança promete redefinir tudo, dos uniformes às histórias.
Disney+ assume produção total de Power Rangers
Desde 1993, quando o produtor Haim Saban adaptou Kyōryū Sentai Zyuranger para criar Mighty Morphin Power Rangers, a fórmula era sempre a mesma: filmagens originais de elenco americano misturadas a cenas de ação japonesas. Agora, esse padrão acabou.
Com o encerramento oficial da linha Super Sentai pela Toei no Japão, Disney e Hasbro decidiram reconstruir a marca do zero. Em vez de adaptar a série japonesa da vez, a equipe criativa terá liberdade total para desenvolver figurinos, monstros, Zords e coreografias inéditas.
Impacto visual: novos trajes, Zords e vilões
Sem a “muleta” de cenas prontas, o design de produção precisará criar tudo internamente. Isso inclui uniformes adaptados ao gosto ocidental atual, efeitos visuais modernos e sequências de transformação repaginadas.
Do ponto de vista técnico, o estúdio terá de montar novos pipelines de computação gráfica, cenografia e dublês. A ausência de limitações deve abrir caminho para cores diferentes, formações inusitadas de equipe e até criaturas que misturem fantasia e ficção científica em doses inéditas.
Liberdade para histórias mais seriadas
Antes, cada temporada seguia o ritmo episódico imposto pelo material japonês. Agora, roteiristas podem apostar em arcos longos, desenvolvimento emocional mais profundo e mistérios que se estendam durante toda a temporada, algo bem-vindo para audiência de streaming.
Exemplos anteriores mostram que a mudança funciona
Embora sem precedentes em TV, a franquia já experimentou produções quase independentes de Super Sentai. Em 2023, Cosmic Fury utilizou pouquíssimas cenas japonesas e apresentou trajes originais, provando a viabilidade do formato.
O filme Power Rangers (2017) foi ainda mais radical, criando visuais e mitologia próprios. Nos quadrinhos da Boom! Studios, a saga se expandiu livre de qualquer restrição técnica, ganhando cada vez mais fãs.
Risco e oportunidade em igual medida
Ao perder a segurança de material pronto, o orçamento sobe e a responsabilidade criativa aumenta. Por outro lado, Disney e Hasbro ganham chance de alinhar Power Rangers às tendências atuais de streaming, com conteúdo pensado para maratonas e mercado global.
Imagem: Divulgação
O que esperar do novo universo Power Rangers
Entre os bastidores, especula-se que a produção busque um tom semelhante a outras franquias de fantasia juvenil, equilibrando humor e drama. Sem amarras, veremos possivelmente:
- Novas cores de Ranger além das tradicionais;
- Zords com design híbrido, unindo elementos mecânicos e digitais;
- Vilões mais complexos, com motivações exploradas ao longo da temporada;
- Conexões entre séries, filmes e quadrinhos, criando um universo integrado.
Para quem acompanha o Salada de Cinema, vale ficar de olho: tudo indica que o lançamento abra caminho para derivados, especiais e linhas de brinquedos inéditas.
Por que a decisão é histórica para a cultura pop
Durante 32 anos, Power Rangers e Super Sentai foram praticamente sinônimos. Romper essa simbiose significa, na prática, que o Ocidente passará a ditar o estilo visual e narrativo da marca — algo impensável nos anos 1990.
Além disso, o movimento sinaliza uma tendência maior: gigantes do entretenimento preferem desenvolver propriedades intelectuais 100% controladas, sem royalties ou limitações territoriais. Para os fãs, é a chance de ver a franquia evoluir sem perder a essência.
Próximos passos
Ainda não há data de estreia definida, mas a produção deve começar em breve. Espera-se que o elenco seja revelado nos próximos meses, seguido por imagens dos novos trajes — material que sempre gera forte engajamento online.
Enquanto isso, os oito episódios de Cosmic Fury permanecem disponíveis, servindo como aquecimento para a nova fase. Se o reboot entregar tudo que promete, Power Rangers pode inaugurar uma era tão marcante quanto a clássica de 1993.
Ficha técnica
Produtoras: Disney (20th Century Studios) e Hasbro
Formato: Série live-action exclusiva para Disney+
Duração: Temporada inicial ainda não divulgada
Base: Universo Power Rangers criado por Haim Saban, Shuki Levy e Shotaro Ishinomori
Diferencial: Produção 100% original, sem uso de imagens de Super Sentai
Status: Em desenvolvimento


