Maze Runner: Correr ou Morrer está de volta ao ranking dos mais vistos da Netflix e coloca novamente em evidência o universo distópico criado por James Dashner. Lançado em 2014, o filme ressurge impulsionado por uma nova leva de assinantes que redescobrem adaptações juvenis de ficção científica.
O longa, dirigido por Wes Ball, adapta o best-seller que vendeu mais de 20 milhões de cópias e acompanha adolescentes presos em um labirinto mutável, vigiados por forças misteriosas. A retomada chama a atenção pelo fôlego renovado e confirma aquela tendência de resgatar hits da década passada como se fossem novidades recém‐saídas do forno.
Por que Maze Runner: Correr ou Morrer voltou a bombar na Netflix
Desde o início de maio, o título figura entre os mais reproduzidos na plataforma. Analistas de mercado apontam dois fatores: a onda constante de novos assinantes e o apetite renovado por tramas distópicas, um subgênero que voltou a ganhar força no streaming. Além disso, o algoritmo costuma valorizar produções já consolidadas, entregando-as a públicos que talvez nem tivessem idade para assisti-las na estreia.
Outro impulso veio das redes sociais. Cenas de ação e diálogos tensos passaram a circular em vídeos curtos, reacendendo discussões sobre personagens e teorias não resolvidas. Esse tráfego orgânico elevou as buscas e colocou Maze Runner: Correr ou Morrer entre os assuntos mais comentados do Twitter e do TikTok, onde usuários compartilham impressões sobre o labirinto e os temidos Verdugos.
Enredo mantém tensão em cada curva do labirinto
A trama começa quando Thomas (Dylan O’Brien) chega à Clareira por meio de um elevador metálico, sem memórias do mundo exterior. Ele encontra uma comunidade liderada por Alby (Aml Ameen) que segue regras rígidas para sobreviver. Todos vivem cercados por um labirinto gigantesco, cujas paredes mudam de posição toda noite.
Durante o dia, corredores liderados por Minho (Ki Hong Lee) tentam mapear os caminhos antes que os muros se movam novamente. À noite, criaturas biomecânicas chamadas Verdugos patrulham os corredores, transformando qualquer incursão tardia em missão suicida. A presença constante do perigo sustenta o suspense e impede o espectador de relaxar, mesmo em cenas aparentemente tranquilas.
A chegada de Teresa muda as regras do jogo
Quando Teresa (Kaya Scodelario) surge na Clareira acompanhada de um bilhete críptico e memórias fragmentadas de Thomas, a rotina da comunidade entra em colapso. O recado indica que o “experimento” está prestes a ser acelerado, reforçando a ideia de que uma organização invisível observa todos os seus passos.
Personagens equilibram autoridade e rebeldia
Ao desafiar as normas, Thomas bate de frente com Gally (Will Poulter), defensor ferrenho da ordem instaurada. O conflito entre os dois expõe diferentes visões de sobrevivência: manter as regras que funcionaram até então ou arriscar tudo em busca de respostas. Newt (Thomas Brodie-Sangster) surge como mediador, compreendendo tanto o medo de Gally quanto a urgência de Thomas.
Imagem: Divulgação
Essa disputa interna sustenta parte da tensão dramática, pois o perigo não está restrito aos Verdugos. Quanto mais o grupo se divide, maior a chance de falhas que podem custar vidas. Mesmo assim, a amizade entre Thomas e Chuck (Blake Cooper) traz leveza e humanidade à narrativa, lembrando que, apesar do cenário hostil, ainda há espaço para empatia.
Labirinto como metáfora de informação
Um dos pontos mais discutidos por quem reassiste ao filme é a forma como o labirinto simboliza o controle de conhecimento. Quem detém as respostas – representado pela figura distante da Dra. Ava Paige (Patricia Clarkson) – decide quem vive, quem morre e quem pode saber a verdade. Cada corredor fechado se torna um lembrete de quanto a ignorância pode aprisionar mais do que qualquer muro físico.
Essa dimensão mantém Maze Runner: Correr ou Morrer relevante quase dez anos após a estreia. Em vez de depender apenas de explosões e perseguições, o roteiro sugere que o verdadeiro conflito mora na disputa por informação, tema que ressoa no presente, marcado por debates sobre privacidade e manipulação de dados.
Impacto cultural e o papel de Salada de Cinema
O retorno do filme também reacendeu discussões em sites especializados. No Salada de Cinema, leitores relembraram detalhes da trilogia e comentaram como a produção se diferencia de outros títulos YA (Young Adult) lançados na mesma época, como Divergente e Jogos Vorazes. A opinião predominante é que Maze Runner: Correr ou Morrer equilibra ação e mistério sem subestimar o público jovem.
Com a chegada de novos espectadores, a adaptação literária reforça a tendência cíclica de resgatar franquias passadas. Para a Netflix, o sucesso confirma que catálogos robustos e nostalgia ainda formam uma combinação poderosa para retenção de assinantes.
Ficha técnica
Título original: The Maze Runner
Lançamento: 2014
Direção: Wes Ball
Elenco principal: Dylan O’Brien, Kaya Scodelario, Aml Ameen, Ki Hong Lee, Will Poulter, Thomas Brodie-Sangster, Blake Cooper, Patricia Clarkson
Gêneros: Ação, Ficção Científica, Mistério, Suspense
Origem: Estados Unidos
Baseado no livro de: James Dashner (mais de 20 milhões de cópias vendidas)
Disponível em: Netflix
Avaliação média: 8/10


