Lisa Frankenstein desembarca na Netflix e entrega terror romântico com sabor oitentista

Thais Bentlin
6 Leitura mínima

A Netflix acaba de adicionar ao catálogo o longa Lisa Frankenstein, obra que mistura humor ácido, terror leve e um romance fora do comum. Ambientado em 1989, o filme resgata o glamour neon dos anos 80 para contar a história de uma jovem deslocada que, sem querer, devolve vida a um cadáver.

Dirigido por Zelda Williams e roteirizado por Diablo Cody, o título se apoia na estética exagerada da época para tratar temas como pertencimento, amores impossíveis e a busca (nada convencional) por aceitação. Salada de Cinema conferiu os detalhes e explica o que torna a produção tão curiosa.

Enredo de Lisa Frankenstein: amor adolescente encontra clássico de terror

Lisa, interpretada por Kathryn Newton, sente-se deslocada no colégio e em casa. O hobby inusitado da garota é visitar o túmulo de um rapaz que nunca conheceu. Durante uma tempestade, um raio atinge o cemitério e ressuscita o corpo — vivido por Cole Sprouse — sem que ele recupere a fala.

A partir desse encontro, Lisa decide ajudar o recém-acordado a recuperar partes do próprio corpo, desencadeando uma série de situações que flertam com o macabro e o cômico. Membros decepados, sumiços suspeitos e pequenas catástrofes domésticas entram na rotina da dupla enquanto a relação cresce em cumplicidade.

Personagens centrais e elenco afinado

Kathryn Newton entrega uma protagonista que transita entre fragilidade e audácia. Seu olhar inocente contrasta com atitudes moralmente duvidosas, o que acrescenta camadas de humor negro ao roteiro.

Cole Sprouse, limitado ao silêncio do morto-vivo, trabalha com expressões corporais exageradas para transmitir curiosidade infantil e toques de brutalidade involuntária. A química entre os dois sustenta grande parte da trama.

Coadjuvantes que elevam o tom

Carla Gugino encarna a madrasta autoritária de Lisa. Seu desempenho carrega ironia e crueldade na medida certa, roubando a cena sempre que surge. O elenco ainda conta com Liza Soberano como a meia-irmã que tenta se ajustar às excentricidades da família.

Visual oitentista: cor, moda e trilha que chamam atenção

Zelda Williams cria um universo vibrante que remete a revistas juvenis, videoclipes de synth-pop e filmes cult da década. O guarda-roupa exagera nas estampas, ombreiras e tons fluorescentes, reforçando o contraste entre a doçura da protagonista e o clima lúgubre do cemitério.

A trilha sonora embarca em hits e baladas típicas daquele período, aumentando a sensação nostálgica. Até as piadas visuais, como a gradual “humanização” do cadáver com cada parte encontrada, conversam com o espírito livre da produção.

Classificação indicativa segura, mas nem tanto

Embora trate de membros cortados e desaparecimentos, Lisa Frankenstein evita mostrar gore explícito. A trama sugere violência, cortando para o humor antes que o choque se instale. Esse freio narrativo deixou muitos críticos com a impressão de que havia espaço para ousar ainda mais.

Mesmo contida, a produção entrega momentos de tensão doméstica, principalmente nas cenas entre Lisa e a madrasta. A direção prefere insinuar em vez de escancarar, escolha que pode agradar quem busca terror light com pitadas de romance disfuncional.

Diablo Cody assina o roteiro com acidez característica

Conhecida por Juno e Garota Infernal, a roteirista mistura diálogos rápidos, referências pop e afeto pelos estranhos. Aqui, ela cria uma “carta de amor torta” à adolescência, tratando solidão, descobertas e rebeldia de forma exagerada, porém acessível.

O texto também ironiza convenções de comédias românticas, colocando uma garota tímida e um cadáver em situações tipicamente colegiais — baile, bullying, conflitos familiares — só que pontuadas por relâmpagos, lápides e mãos decepadas.

Recepção do público e avaliação inicial

Desde a chegada à Netflix, o filme desperta curiosidade pela mistura de gêneros e pelo humor incomum. Nas primeiras horas, Lisa Frankenstein já figura entre os títulos mais procurados na aba de tendências da plataforma.

A nota média entre sites especializados gira em torno de 8/10, destacando o carisma dos protagonistas e a direção de arte colorida. Críticas mais duras apontam a limitação da classificação indicativa, que teria podado o potencial de mergulhar de cabeça no absurdo.

Por que Lisa Frankenstein pode ganhar seu play?

  • Combinação de romance, terror leve e comédia — ideal para quem curte gêneros híbridos;
  • Ambientação oitentista cuidadosa, com figurinos e trilha cheios de referências;
  • Protagonistas carismáticos e dinâmica pouco convencional;
  • Roteiro de Diablo Cody, reconhecida por diálogos afiados;
  • Duração enxuta, perfeita para uma sessão rápida em casa.

Ficha técnica

Título: Lisa Frankenstein

Direção: Zelda Williams

Roteiro: Diablo Cody

Elenco principal: Kathryn Newton, Cole Sprouse, Carla Gugino, Liza Soberano

Gênero: Comédia, Romance, Terror

Ambientação: 1989

Duração: 101 minutos

Lançamento: 2024

Disponível em: Netflix

Avaliação média: 8/10

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Sou formada em Marketing Digital e criadora de conteúdo para web, com especialização no nicho de entretenimento. Trabalho desde 2021 combinando estratégias de marketing com a criação de conteúdo criativo. Minha fluência em inglês me permite acompanhar e desenvolver materiais baseados em tendências globais do setor.
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