George Clooney volta ao centro dos holofotes em “Jay Kelly”, produção que arrancou dez minutos de aplausos no Festival de Veneza e desponta como o filme mais esperado de 2025. Sob direção de Noah Baumbach, a comédia dramática acompanha um astro em crise enquanto percorre uma maratona de eventos pela Europa.
O longa, já apontado como favorito ao Oscar 2026, reúne ainda Adam Sandler e Laura Dern em papéis que orbitam o protagonista, expondo as rachaduras entre fama, lealdade e vida pessoal. Confirmado para o catálogo global da Netflix, “Jay Kelly” chega ao streaming no segundo semestre do próximo ano.
Roteiro encara fama, medo de esquecimento e relações desgastadas
Em “Jay Kelly”, Clooney interpreta um ator acostumado a tapetes vermelhos, entrevistas em série e público devoto. Atrás do charme polido, porém, surge o temor de desaparecer das manchetes. O roteiro, escrito por Baumbach, coloca o personagem em mais uma tour de divulgação pelo Velho Continente, enquanto sua vida íntima dá sinais de esgotamento.
No núcleo profissional, Adam Sandler vive Ron, o empresário que mantém a engrenagem funcionando: compra passagens, negocia eventos e sufoca crises antes que virem notícia. Laura Dern aparece como a assessora de imprensa que, exausta, tenta equilibrar reputação e afetos do cliente. O trio sustenta a trama centrada no preço cobrado por décadas de agenda lotada.
Elenco aposta no contraste entre desgaste e lealdade
O carisma fatigado de Clooney conduz a narrativa. Pequenos gestos — um ajuste na gravata ou o sorriso cronometrado para fotos — revelam o esgotamento por trás da persona pública. Em contrapartida, Sandler adota postura contida: ele surge sempre um passo atrás, carregando casacos, celulares e frustrações engolidas.
A química se revela nos detalhes: frases interrompidas, silêncios incômodos e olhares que dizem mais que discursos. Dern funciona como bússola moral, cobrando honestidade quando o protagonista prefere fugir de conversas difíceis. Participações especiais incluem antigos colegas de set, a filha que se comunica como se estivesse em call corporativo e o pai envelhecido, lembrando a origem menos glamourosa.
Visual refinado transforma corredores e salões em palco de conflito
Linus Sandgren, vencedor do Oscar por “La La Land”, assina a fotografia. Trens, aeroportos e suítes de hotel ganham luz polida, quase espelhada, como se cada superfície guardasse memórias evitadas. O contraste entre salões superiluminados e corredores estreitos reforça o fio dramático: em público, o ator repete versões editadas; nos bastidores, as máscaras caem.
A trilha de Nicholas Britell alterna notas leves, que acompanham as piadas, com acordes discretos, sinalizando quando a comédia cede espaço a riscos emocionais. O resultado é um filme de estrada elegante, mas inquieto, capaz de visitar várias cidades sem perder o foco nos conflitos internos de Jay.
Dez minutos de aplausos em Veneza impulsionam campanha ao Oscar
Exibido fora de competição no Festival de Veneza, “Jay Kelly” encerrou a sessão sob aplausos que duraram dez minutos, confirmação do otimismo em torno da obra. Críticos locais compararam o longa a outros trabalhos intimistas de Baumbach, como “História de um Casamento”, destacando o equilíbrio entre humor e melancolia.
Imagem: Divulgação
A recepção calorosa impulsionou a estratégia da Netflix de posicionar o título como candidato forte nas principais categorias do Oscar 2026, incluindo Filme, Diretor e Ator. Fontes próximas ao estúdio preveem início da campanha logo após o lançamento mundial, previsto para o inverno brasileiro de 2025.
Data de estreia e expectativa do público
A plataforma confirmou que o filme mais esperado de 2025 estreia em 15 de agosto no catálogo global. Antes disso, “Jay Kelly” terá circuito limitado em salas de cinema de Nova York, Los Angeles e Londres, visando cumprir requisitos da Academia e ampliar o boca a boca entre cinéfilos.
No Brasil, a expectativa cresce nas redes sociais. Usuários do X (ex-Twitter) e do Instagram discutem a volta de Clooney a papéis dramáticos, enquanto fãs de Sandler celebram a parceria entre dois queridinhos de Hollywood. O site Salada de Cinema acompanha a repercussão e promete cobertura completa no período de premiações.
Por que o título já virou assunto antes mesmo da estreia
Além do trio principal, o projeto reúne nomes que costumam chamar atenção de votantes. Baumbach, indicado ao Oscar por “História de um Casamento”, repete a colaboração com Britell na trilha e com o montador David Finfer, reforçando o pedigree da produção. A temática sobre fama, laços familiares e segundas chances também conversa com tendências recentes da Academia.
Outro fator é a curiosidade em torno da química entre Clooney e Sandler, dupla inédita no cinema. O contraste de registros — charme sofisticado versus descontração tímida — promete cenas capazes de agradar a públicos diversos, dos fãs de dramas elegantes aos que buscam humor sutil.
Fixa técnica
Título original: Jay Kelly
Direção: Noah Baumbach
Elenco principal: George Clooney, Adam Sandler, Laura Dern
Gênero: Comédia dramática
Ano de lançamento: 2025
Duração: 2h07
Estreia na Netflix: 15 de agosto de 2025
Fotografia: Linus Sandgren
Trilha sonora: Nicholas Britell
Avaliação preliminar da crítica: 9/10


