Steve: o intenso filme da Netflix com Cillian Murphy que quase passou despercebido

Thais Bentlin
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À primeira vista, Steve pode parecer “só mais um” drama escolar disponível na Netflix. No entanto, o longa conduzido por Tim Mielants e protagonizado por Cillian Murphy entrega uma experiência claustrofóbica e emocionalmente brutal, digna de atenção imediata.

Ambientado em 24 horas frenéticas, o título combina tensão institucional, questionamentos morais e momentos de ternura inesperada. Quem procura algo além das tradicionais novelas e doramas encontra aqui um estudo de personagem que prende do início ao fim.

O que você precisa saber sobre o filme da Netflix com Cillian Murphy

Lançado em 2025, Steve mistura comédia e drama para narrar o dia mais longo da vida de um diretor de internato reformador. A trama se passa em um colégio afastado, ameaçado de fechamento após sucessivas denúncias de abandono. Para piorar, uma equipe de reportagem chega ao local em busca de imagens que reforcem o roteiro de decadência.

Cillian Murphy vive o diretor-título, um profissional dedicado que repete mantras de autoajuda pelos corredores enquanto tenta manter a escola aberta. Ao longo do relato, ele revisa relatórios, convoca assembleias improvisadas e encara fantasmas pessoais que o empurram para o limite.

Um dia decisivo dentro do internato

A narrativa de Steve gira em torno de um prazo invisível: se o internato não provar sua relevância em poucas horas, será encerrado. Nos dormitórios, alunos considerados “casos perdidos” fumam escondidos, ensaiam fugas e testam fronteiras com piadas ácidas. Entre eles, Shy, interpretado por Jay Lycurgo, concentra as atenções do diretor.

Steve acredita que uma boa decisão em um dia ruim pode evitar anos de prisão para esses jovens. Por isso, ele oferece a Shy tarefas, responsabilidades e a promessa de um futuro fora dos muros descascados. A missão, porém, esbarra na descrença dos funcionários e na própria exaustão do educador.

Pressão vinda de todos os lados

O filme da Netflix com Cillian Murphy destaca detalhes que dispensam falas expositivas. A câmera próxima aos corpos evidencia respirações aceleradas, tremores de mão e olhares que evitam contato direto, reforçando a ideia de vigilância constante.

Sirenes, rumores e decisões impensadas

Quando sirenes ecoam nos portões e boatos sobre cortes imediatos de verba crescem, Steve se vê obrigado a agir por instinto. Portas batem, vozes se sobrepõem e a tensão explode em cenas de poucos segundos, editadas com cortes secos que roubam o fôlego.

Nesse ponto, a atuação de Cillian Murphy atinge o auge. O diretor promete o que não pode garantir, improvisa discursos e tenta proteger Shy de punições maiores, tudo enquanto negocia com autoridades preocupadas apenas com orçamento e risco jurídico.

Entre cuidado e controle: a ambiguidade que move o enredo

Tim Mielants equilibra momentos de caos com instantes de cumplicidade juvenil. Brincadeiras improvisadas, comentários sobre programas de televisão e músicas entoadas nos pátios lembram ao público que, antes de prontuários criminais, aqueles jovens ainda são meninos testando identidades.

Ao mesmo tempo, o roteiro opta por privilegiar a subjetividade do diretor. Os adolescentes ganham flashes de história, espelhando a crítica à maneira como o sistema olha rapidamente para eles e segue em frente. Essa escolha pode frustrar quem busca um mergulho profundo em cada garoto, mas reforça o discurso social da obra.

Um fecho em aberto e cheio de ecos

Sem recorrer à redenção fácil ou ao desastre explícito, Steve encerra o dia com imagem ambígua: o prédio segue de pé, mas o futuro do internato e desses meninos continua em risco. A dúvida ecoa, convidando o público a refletir sobre responsabilidade coletiva e possibilidades de mudança.

Com pouco mais de 100 minutos, o filme da Netflix com Cillian Murphy obtém nota 9/10 no ranking interno da plataforma e já chama a atenção de leitores do Salada de Cinema, sempre em busca de títulos que escapem do radar. Caso procure um drama impactante, carregado de dilemas morais e performances intensas, vale dar play.

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Sou formada em Marketing Digital e criadora de conteúdo para web, com especialização no nicho de entretenimento. Trabalho desde 2021 combinando estratégias de marketing com a criação de conteúdo criativo. Minha fluência em inglês me permite acompanhar e desenvolver materiais baseados em tendências globais do setor.
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