Faça Ela Voltar: terror cru dos irmãos Philippou chega à HBO Max e aposta em tensão extrema

Thais Bentlin
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Chegou à HBO Max o longa Faça Ela Voltar, novo projeto dos gêmeos Danny e Michael Philippou, que já circula como um dos lançamentos mais comentados do ano. A produção de 2025 chama atenção por trocar sustos fáceis por um clima de ameaça constante, movido por violência seca e narrativa sem concessões.

Estrelado por Jonah Wren Phillips, Aisha Wilkinson e Sally Hawkins, o filme mergulha na rotina de duas crianças obrigadas a lidar com uma tutora cada vez mais autoritária. A premissa é simples, mas o tratamento visual, a construção dos silêncios e o peso dramático garantem 100 minutos de tensão crescente.

Do que trata Faça Ela Voltar

A história acompanha Daniel (Jonah Wren Phillips) e Ruby (Aisha Wilkinson) logo após a morte repentina do pai. Com o luto ainda fresco, os irmãos são levados para a casa de Helen (Sally Hawkins), responsável legal que, à primeira vista, demonstra fragilidade e delicadeza. Pouco a pouco, porém, cada gesto e cada ausência revelam um ambiente hostil, onde simples rotinas se transformam em teste de obediência.

A baixa visão de Ruby amplia o desconforto. Enquanto Daniel tenta racionalizar ruídos e mudanças de humor da tutora, a irmã percebe detalhes que escapam ao olhar comum. A dupla precisa entender rapidamente a nova dinâmica familiar, pois qualquer erro pode ser fatal.

Violência como estrutura narrativa

Faça Ela Voltar não usa a brutalidade para chocar gratuitamente. A violência é a espinha dorsal que sustenta a trama de manipulação prolongada conduzida por Helen. Ao contrário de outros títulos do gênero, o longa evita atalhos emotivos e mostra agressões físicas e psicológicas como parte do cotidiano das crianças. O resultado é um desconforto que vai além do susto: expõe relações de poder assimétricas que deixam marcas profundas.

Sally Hawkins constrói uma Helen que parece frágil, mas exerce autoridade rígida. Esse contraste, potencializado pela fotografia de espaços apertados e pouca luz, alimenta a sensação de ameaça constante. Quando a narrativa atinge o ápice, não há clímax catártico; há apenas a extensão lógica de um processo de opressão longo e metódico.

Estética sombria e escolhas de direção

A fotografia aposta em corredores estreitos, iluminação mínima e enquadramentos que escondem parte da cena. Dessa forma, a percepção do espectador é sempre parcial, refletindo a instabilidade de Daniel e Ruby. Os irmãos Philippou mantêm rigor estético que se distancia do horror comercial, preferindo pausas incômodas a explicações fáceis.

Os diretores também evitam trilhas sonoras excessivas. Em muitos momentos, o silêncio domina a tela, obrigando o público a preencher lacunas com a própria imaginação. Essa decisão amplia o suspense e sustenta o clima opressor, reforçando por que Faça Ela Voltar tem sido apontado como um dos títulos mais adultos do terror recente.

Elementos sobrenaturais entram em cena

Quando o roteiro introduz um ritual ancestral registrado em fitas antigas, o sobrenatural surge como catalisador das tensões já presentes. Não há explicação completa sobre a origem dessas forças, mas a lógica interna do filme permanece intacta. Daniel, marcado por passado instável, vira alvo perfeito de entidades que exploram fragilidades humanas antes de se manifestarem.

Ruby, mesmo com limitações sensoriais, equilibra cautela e coragem. A personagem não ocupa o papel de vítima passiva: ela reconhece a dimensão da ameaça e tenta proteger o irmão, consciente de que qualquer passo em falso pode selar o destino da dupla.

Impacto além da tela

O acúmulo de violência física e emocional mostra como um lar pode se converter em ambiente de vulnerabilidade extrema para crianças. Ao retratar agressões como parte da rotina e não como eventos isolados, Faça Ela Voltar alcança força dramática que ultrapassa o susto imediato. Quando a conclusão chega, não há vitória fácil nem explicação redentora, apenas o peso das escolhas feitas sob pressão.

A avaliação 9/10 divulgada pela produção resume o impacto do longa, que, mesmo ambientado em cenário doméstico, explora temáticas universais: poder, medo e resistência. Para o público brasileiro que acompanha novelas, doramas e demais formatos seriados, o filme surge como alternativa intensa, capaz de prender a atenção por sua abordagem crua da violência familiar.

Elenco, ficha técnica e onde assistir

• Filme: Faça Ela Voltar

• Direção: Danny Philippou e Michael Philippou

• Elenco principal: Jonah Wren Phillips (Daniel), Aisha Wilkinson (Ruby), Sally Hawkins (Helen)

• Gênero: Mistério/Terror

• Ano de lançamento: 2025

• Avaliação: 9/10

• Disponível em: HBO Max

Faça Ela Voltar já pode ser conferido no catálogo da plataforma de streaming. O site Salada de Cinema acompanhará a repercussão do longa, que promete dividir opiniões e consolidar a carreira dos irmãos Philippou no circuito do horror contemporâneo.

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Sou formada em Marketing Digital e criadora de conteúdo para web, com especialização no nicho de entretenimento. Trabalho desde 2021 combinando estratégias de marketing com a criação de conteúdo criativo. Minha fluência em inglês me permite acompanhar e desenvolver materiais baseados em tendências globais do setor.
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