Um dos vampiros mais célebres da literatura ganhou em 1992 uma adaptação que continua a mexer com a imaginação dos fãs de terror e romance. Drácula de Bram Stoker, dirigido por Francis Ford Coppola, está novamente disponível na Netflix e reapresenta o mito do conde sedutor sob uma estética luxuosa e perturbadora.
Com Gary Oldman no papel-título, o longa aposta em um visual exagerado e performances marcantes para mergulhar o espectador na disputa entre desejo e perigo. Se você curte novelas, doramas ou qualquer narrativa intensa sobre amores impossíveis, vale reservar um lugar na lista.
Elenco reúne nomes de primeira linha
Drácula de Bram Stoker junta três vencedores do Oscar em um mesmo set. Gary Oldman veste a capa do conde com camadas de fragilidade e ferocidade. Anthony Hopkins interpreta o obstinado professor Van Helsing, sempre pronto a decifrar o “fenômeno biológico” por trás do vampiro. Keanu Reeves, então em ascensão, vive Jonathan Harker, jovem advogado que viaja à Transilvânia para concluir a venda de propriedades em Londres.
O trio ganha o reforço de Winona Ryder como Mina, noiva de Jonathan, e Sadie Frost como Lucy, a amiga cuja vida toma rumos sombrios após encontros noturnos. Essa constelação de estrelas garante não só o peso dramático mas também o apelo popular que atrai novatos e veteranos do terror.
Sinopse: do castelo à Londres vitoriana
A trama começa quando Jonathan Harker chega ao castelo de Drácula para formalizar a compra de imóveis na capital inglesa. Aos poucos, ele percebe que virou prisioneiro do anfitrião. Enquanto isso, Mina aguarda notícias em Londres e conhece um forasteiro charmoso sem imaginar tratar-se do mesmo conde que mantém seu noivo em cativeiro.
Quando Drácula desembarca na cidade, o roteiro de Coppola expõe o choque entre a confiança da era vitoriana e uma ameaça secular que domina corpos e vontades. Mina se vê dividida entre lealdade e atração, enquanto Van Helsing lidera a luta contra o avanço do conde.
Estilo visual é marca registrada de Coppola
Francis Ford Coppola investe em figurinos exuberantes, cenários que transitam do luxo ao grotesco e jogos de luz que lembram vitrais góticos. A fotografia aposta em vermelhos intensos e sombras marcadas, realçando o erotismo que atravessa o filme.
Essa escolha estética dialoga com o texto original de Bram Stoker e devolve à lenda uma atmosfera quase teatral, algo que se perdeu em adaptações mais “domesticadas”. O diretor de O Poderoso Chefão não economiza em efeitos práticos, maquiagem elaborada e transições inspiradas no cinema mudo, criando um espetáculo visual inconfundível.
Temas atuais: controle, consentimento e fascínio
Além do terror clássico, Drácula de Bram Stoker toca em discussões que ressoam hoje. O conde não se limita a sugar sangue; ele questiona a ideia de liberdade quando pode moldar o desejo alheio. A Londres vitoriana, orgulhosa de seu racionalismo, revela-se incapaz de enxergar o predador que chega pelos becos.
Lucy representa o impulso reprimido da época, enquanto Mina simboliza as contradições de uma sociedade que vigia as mulheres em nome da moralidade. Esse subtexto mantém o filme relevante, sobretudo para quem gosta de enredos que unem drama romântico e crítica social, como muitas novelas e doramas queridos pelo público do Salada de Cinema.
Atuações que sustentam o suspense
Gary Oldman alterna melancolia e brutalidade, construindo um Drácula que inspira compaixão e medo. Sua química com Winona Ryder adiciona tensão a cada encontro entre Mina e o conde. Já Anthony Hopkins injeta humor macabro e energia intelectual no excêntrico Van Helsing, evitando o maniqueísmo fácil.
Keanu Reeves, apesar de certa rigidez, serve de contraponto ao elenco mais expansivo, funcionando como “ponto de pausa” emocional. Essa mistura de estilos de atuação confere ritmo e variedade ao longa.
Imagem: Divulgação
Por que reassistir (ou ver pela primeira vez) na Netflix
Para quem jamais conferiu, a plataforma oferece agora a melhor oportunidade de conhecer um clássico que mistura romance gótico, suspense e altas doses de tensão erótica. Quem já assistiu pode revisitar detalhes perdidos: um sussurro no corredor, um reflexo que desaparece ou a trilha de Wojciech Kilar que embala o destino dos personagens.
Com pouco mais de duas horas, Drácula de Bram Stoker continua a desafiar limites de gênero ao equilibrar horror, tragédia romântica e espetáculo visual. É um lembrete de que o mito do vampiro, quando bem explorado, fala também sobre o poder sedutor que atravessa séculos.
Ficha técnica
Título original: Bram Stoker’s Dracula
Direção: Francis Ford Coppola
Elenco principal: Gary Oldman, Winona Ryder, Keanu Reeves, Anthony Hopkins, Sadie Frost
Ano de lançamento: 1992
Duração: 128 minutos
Gênero: Fantasia, Horror, Mistério, Suspense
Disponibilidade: Netflix


