Alien e Predador nasceram como marcos do terror sci-fi, mas viveram anos de altos e baixos. Sequências irregulares, reboots desencontrados e mudanças de tom quase esfriaram o interesse do público.
Desde a compra da 20th Century Fox em 2019, a Disney revitaliza Alien e Predador com projetos que resgatam o medo original e oferecem perspectivas frescas. A estratégia foi lenta, porém certeira, e já começa a render frutos visíveis.
Disney revitaliza Alien e Predator: nova fase começa na TV e no cinema
A primeira cartada desse reposicionamento atende pelo nome de Alien: Romulus. Dirigido por Fede Álvarez, o longa de 2024 se passa entre os dois filmes clássicos e aposta em claustrofobia, horror corporal e um elenco jovem encurralado em ambiente hostil. Ao ignorar a mitologia excessiva e focar na sobrevivência, Romulus lembrou aos fãs por que a criatura xenomorfa ainda assusta tanto — e provou que há espaço para histórias compactas e tensas.
Na sequência, a Disney revelou Alien: Earth, série do FX prevista para 2025 e criada por Noah Hawley. O projeto leva, pela primeira vez, os xenomorfos ao planeta Terra, ampliando o escopo sem abandonar temas centrais como ganância corporativa e angústia existencial. Ao funcionar como prelúdio do filme de 1979, Earth serve de porta de entrada para novas audiências e, ao mesmo tempo, agrada veteranos sedentos por algo inédito.
Enquanto isso, a saga do caçador intergaláctico encontrou novo fôlego com Prey (2022). Ambientado no século XVIII, o longa de Dan Trachtenberg devolveu à franquia Predador a simplicidade que a consagrou: um embate direto pela sobrevivência. O cenário histórico, aliado a uma protagonista com arco de superação claro, reforçou a tensão e mostrou que histórias isoladas podem expandir a mitologia sem depender de tecnologias futuristas.
Salada de Cinema acompanhou de perto cada lançamento e percebeu um padrão: longe de sequências movidas apenas por nostalgia, a Disney revitaliza Alien e Predador ao entregar projetos criados por autores com visões bem definidas. Essa postura tem agradado público e crítica, que voltam a discutir teorias, timelines e possíveis cruzamentos narrativos.
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Além disso, a empresa equilibra riscos e familiaridade. Ao mesmo tempo em que permite que cineastas brinquem com cronologias diferentes, mantém a essência que fez das criaturas ícones do gênero. A combinação de respeito ao material original com novas abordagens — como juventude em perigo, ambientações históricas e comentários sociais — garante relevância e conversa com espectadores que buscam narrativas mais inteligentes.
Próximo passo pode ser o reencontro Alien vs. Predator
Com Alien de volta às raízes do horror e Predador reorientado para aventuras de sobrevivência, cresce o rumor de um novo Alien vs. Predator. Os filmes de 2004 e 2007 sofreram por falta de coesão tonal, mas o cenário atual é diferente: a Disney já mostrou que entrega controle criativo aos realizadores e investe em roteiros sólidos. Um confronto moderno, sustentado por essa abordagem autoral, promete finalmente entregar a batalha definitiva que fãs sonham desde os quadrinhos dos anos 1990.
Por enquanto, o estúdio mantém o foco em estabelecer identidades fortes para cada marca. Quando ambas estiverem bem consolidadas — algo que os lançamentos recentes indicam estar perto de acontecer —, um crossover deve surgir de forma orgânica, com potencial para unir suspense claustrofóbico e duelo visceral em grande escala.
Ficha técnica
- Alien: Romulus – Filme; lançamento: 2024; direção: Fede Álvarez; ambientado entre Alien (1979) e Aliens (1986)
- Alien: Earth – Série de TV; previsão: 2025; criação: Noah Hawley; primeira história da franquia situada na Terra
- Prey – Filme; lançado em 2022; direção: Dan Trachtenberg; cenário: Grã-Planície norte-americana em 1719
- Produtoras envolvidas – 20th Century Studios, FX Productions
- Data-chave – 2019: Disney adquire a 20th Century Fox e assume o controle das franquias


