Ao longo de quatro temporadas, Sherlock conquistou fãs no mundo todo ao transportar o detetive criado por Arthur Conan Doyle para a Londres atual. No entanto, boa parte do público concorda que a produção da BBC perdeu fôlego a partir do terceiro ano.
Diante das reviravoltas consideradas forçadas, surgiram teorias de Sherlock elaboradas por espectadores atentos. Se algumas delas tivessem sido adotadas pelos roteiristas, talvez o final da atração fosse muito diferente — e bem mais satisfatório.
Irene Adler buscava proteção contra Charles Magnussen
A personagem interpretada por Lara Pulver aparece em Escândalo em Belgravia como uma dominatrix que coleciona imagens sigilosas de clientes poderosos. Na trama, esse material está salvo em um telefone protegido por senha.
Uma teoria publicada no Reddit defende que Irene não temia apenas a exposição pública, mas sim Charles Augustus Magnussen, o “Napoleão do chantagem”, introduzido na terceira temporada. Dono de dossiês comprometedores sobre figuras influentes, Magnussen poderia possuir informações perigosas sobre Irene, justificando o pânico dela quando Sherlock desbloqueia o aparelho.
Molly Hooper estaria trabalhando para Moriarty
Molly Hooper, vivida por Louise Brealey, é uma personagem exclusiva da série e virou queridinha dos fãs. Responsável pelo necrotério do Hospital St. Bartholomew’s, ela chega a ajudar Sherlock a fingir a própria morte.
Segundo outra teoria, o vilão Jim Moriarty teria se aproveitado da culpa de Molly por ter sido manipulada em O Grande Jogo. Entre a segunda e a terceira temporadas, ele a teria cooptado em segredo para destruir o detetive. Como Sherlock raramente prestava atenção aos sentimentos de Molly, dificilmente suspeitaria de sua lealdade, criando uma reviravolta surpreendente e coerente.
Jim Moriarty não seria o verdadeiro Moriarty
A morte do antagonista em A Queda de Reichenbach deixou a produção sem um grande vilão consistente. Alguns fãs resolveram o impasse ao sugerir que Jim, interpretado por Andrew Scott, era apenas um ator contratado.
Nesse cenário, a verdadeira mente criminosa seria a jornalista Kitty Riley, vista no mesmo episódio. Indícios apontados pelos espectadores incluem o olhar fixo que Jim lança a Kitty no tribunal e semelhanças em suas caligrafias. Se confirmada, a teoria justificaria o retorno de Moriarty sem recorrer a recursos milagrosos.
Existiria um irmão gêmeo de Moriarty
Outra hipótese tenta explicar o enigma pós-Reichenbach com a existência de gêmeos idênticos. Um deles seria obcecado pela genialidade de Sherlock e se passaria pelo “ator” Richard Brook; o outro, disposto a matá-lo, teria se suicidado para incriminar o detetive.
Imagem: Divulgação
A fala “sou tão mutável” de Jim e a pista deixada pelo motorista de táxi em Um Estudo em Rosa (“sou apenas um homem, mas eles são muito mais”) sustentariam essa leitura. Caso adotada, a solução daria continuidade ao legado de Moriarty, mantendo a tensão sem descartar definitivamente o personagem.
A terceira temporada seria fruto do blog de John Watson
Para muitos fãs, o tom de Sherlock muda drasticamente após a suposta morte do protagonista. Deduções exageradas, humor mais leve e personagens repentinamente caricatos criam a sensação de uma realidade distorcida.
Daí nasceu a teoria de que toda a terceira temporada — talvez até a quarta — seria imaginação de John Watson. Ele estaria escrevendo em seu blog como forma de lidar com o luto, inventando o retorno de Sherlock e a introdução de Mary Morstan. O artifício explicaria as inconsistências narrativas e permitiria um reinício coerente da história, ainda que melancólico.
Por que essas teorias empolgam tanto?
Essas teorias de Sherlock mexem com elementos centrais da série: vilões impactantes, laços emocionais e a lógica intrincada das investigações. Ao oferecer respostas plausíveis para furos de roteiro, elas reafirmam o potencial da franquia e mostram como pequenos ajustes poderiam ter preservado a qualidade reconhecida nas duas primeiras temporadas.
No Salada de Cinema, a discussão sobre essas possibilidades continua viva, demonstrando que o interesse pelas aventuras do detetive consultor permanece forte. Fãs de séries, novelas e doramas seguem criando cenários alternativos que alimentam a imaginação coletiva e mantêm Sherlock em destaque no universo da cultura pop.
Seja qual for a teoria preferida, o fato é que Sherlock deixou material de sobra para debates apaixonados. E você, qual versão escolheria para consertar os tropeços das temporadas finais?


