Quando Breaking Bad encerrou sua jornada em 2013, o público ficou órfão de anti-heróis carismáticos e reviravoltas morais. Poucos anos depois, Ozark manteve viva essa chama, mas também se despediu após quatro eletrizantes temporadas.
Agora, a Prime Video prepara Criminal, adaptação do celebrado quadrinho de Ed Brubaker, prometendo resgatar o suspense sombrio que consagrou as duas produções anteriores. A série chega cercada de expectativas, elenco estrelado e a presença do criador original na sala de roteiro.
Prime Video aposta na moralidade em queda livre
Assim como seus antecessores, Criminal da Prime Video foca na lenta corrosão dos valores de pessoas comuns que, por destino ou más escolhas, mergulham no submundo do crime. Cada arco gira em torno de protagonistas diferentes, todos conectados por um universo onde pequenas decisões geram consequências devastadoras.
A comparação com Breaking Bad e Ozark surge naturalmente: ambos retratam famílias fragilizadas pela ambição e pela vida fora da lei. Segundo a Amazon, a estreia pretende atingir o mesmo nível de tensão – algo vital para fãs de novelas, doramas e, claro, thrillers policiais que buscam personagens complexos.
Arcos “Coward” e “Lawless” compõem a temporada inicial
O primeiro ano adapta “Coward” e “Lawless”, duas linhas narrativas que se cruzam para explorar ódio familiar e crimes que atravessam gerações. Quem conhece os quadrinhos sabe que essas histórias equilibram assaltos audaciosos, conflitos internos e laços de sangue corroídos pela culpa, ingredientes que fizeram Brubaker conquistar prêmios no mercado de HQs.
Elenco estrelado amplia expectativas
Charlie Hunnam dá vida a Leo Patterson, ladrão meticuloso que evita violência, mas se vê puxado para o caos. A presença do ator, lembrado por Sons of Anarchy, adiciona carisma e intensidade ao projeto.
Charlie Hunnam assume o protagonismo
Hunnam interpreta um ladrão que planeja cada detalhe para não deixar rastros. O personagem carrega cicatrizes emocionais, oferecendo ao público a tradicional dualidade entre vulnerabilidade e determinação vista em Walter White e Marty Byrde.
Nomes indicados ao Oscar reforçam o peso dramático
Além de Hunnam, Criminal da Prime Video traz Emilia Clarke, Luke Evans e o indicado ao Oscar Richard Jenkins. Esse conjunto de talentos promete diálogos afiados, química em cena e o tipo de atuação que transforma simples delitos em drama de alto nível.
Imagem: Divulgação
Participação ativa do criador garante fidelidade
Ed Brubaker, autor das HQs, divide a função de showrunner com Jordan Harper. Isso reduz o risco de distorções que costumam ocorrer em adaptações. Os quatro primeiros episódios têm direção de Anna Boden e Ryan Fleck (Half Nelson, Capitã Marvel), enquanto Dee Rees (Mudbound) assume o restante da temporada, mesclando estilos para manter ritmo e suspense.
Para a equipe de produção, a meta é clara: traduzir para a TV a estética sombria dos quadrinhos, mantendo a atmosfera neo-noir que atraiu leitores e conquistou prêmios Eisner. Esse cuidado agrada fãs exigentes e também o público do Salada de Cinema, sempre atento a lançamentos que unem narrativa envolvente e visual marcante.
Por que “Criminal” pode repetir o fenômeno de Breaking Bad e Ozark
Além do elenco, a receita inclui enredos que exploram traições familiares, ganância e dilemas éticos – elementos que mantêm o espectador vidrado episódio após episódio. A rotatividade de protagonistas em cada arco lembra a estrutura de série antológica, ampliando possibilidades de cliffhangers e ganchos para temporadas futuras.
Caso Criminal alcance o equilíbrio entre ação e desenvolvimento de personagem, a produção tem tudo para preencher o vácuo deixado pelas duas gigantes do gênero. O selo TV-MA, confirmado pela Amazon, indica liberdade criativa para mostrar violência, linguagem forte e complexidade psicológica, sem concessões.
Ainda sem data de estreia oficial, a primeira temporada de Criminal terá distribuição global no catálogo da Prime Video. Enquanto novidades não chegam, fãs de suspense e dramas familiares continuam de olho, na esperança de encontrar na nova série um sucessor à altura dos clássicos contemporâneos que redefiniram o crime thriller na última década.


