O retorno mais surpreendente de Star Trek completa um ano

Thais Bentlin
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Faz exatamente doze meses que o universo de Star Trek viveu um dos seus momentos mais inesperados. A animação Star Trek: Lower Decks conseguiu aquilo que poucos imaginavam possível: trazer de volta T’Pol, figura central de Enterprise, série que encerrou suas atividades em 2005.

O chamado “retorno de Star Trek” ganhou força com essa participação especial e, de quebra, manteve o público do streaming em polvorosa. Para quem curte novelas, doramas e qualquer narrativa seriada, vale acompanhar como uma simples carta a uma atriz aposentada desencadeou um dos crossovers mais celebrados da ficção científica recente.

Lower Decks entregou o maior crossover da franquia

O episódio “Fissure Quest” – nona parte da quinta temporada de Star Trek: Lower Decks – estreou em 12 de dezembro de 2024 no Paramount+. Com roteiro de Lauren McGuire e direção de Brandon Williams, a trama foi descrita por muitos fãs como o melhor e mais chocante retorno de Star Trek na era do streaming.

A história mergulhou no multiverso e colocou Jack Quaid na pele do capitão William Boimler, contracenando com Tawny Newsome numa versão alternativa de Beckett Mariner. A lista de visitantes ilustres incluiu Alexander Siddig (Dr. Julian Bashir), Andrew Robinson (Elim Garak), Garrett Wang em diversas variações de Harry Kim e Alfre Woodard interpretando Lily Sloane, todos reimaginados a partir de realidade paralelas.

Episódio “Fissure Quest” reuniu nomes clássicos

Cada uma dessas participações trouxe versões alternativas dos personagens vistos em Deep Space Nine, Voyager e no filme First Contact. O clima de celebração do legado funcionou como um convite irrecusável para quem acompanha séries de longa duração, algo que o leitor do Salada de Cinema costuma valorizar.

No entanto, mesmo com esse elenco de peso, foi a presença de uma veterana que roubou a cena e consolidou o chamado “retorno de Star Trek” em 2024.

O retorno inesperado de Jolene Blalock como T’Pol

Ninguém apostava que Jolene Blalock, afastada dos holofotes desde 2005, voltaria a viver T’Pol. Ela havia se dedicado à família ao lado do marido, Michael Rapino, CEO da LiveNation, e não demonstrava interesse em retomar a carreira.

Para surpreender o público, Mike McMahan, criador de Lower Decks, enviou uma carta pessoal convidando a atriz para dublar a vulcana. Blalock assistiu a série, aprovou o tom da animação e topou o desafio, solicitando que fosse creditada apenas como “Jolene”. O resultado agradou aos fãs: o timbre e o ritmo de fala da personagem permaneceram idênticos aos vistos há quase vinte anos.

Carta convenceu atriz a gravar voz para animação

O processo não envolveu gravações presenciais. A artista registrou suas falas remotamente, mantendo sigilo absoluto até a estreia. O segredo amplificou o impacto: quando T’Pol surgiu na tela, as redes sociais explodiram em referências ao tão aguardado “retorno de Star Trek”.

Curiosamente, Blalock já havia surgido publicamente no Star Trek Day, evento de 2021, mas a participação fora encarada como pontual. A volta oficial, portanto, pegou toda a comunidade de surpresa e quebrou o chamado “bloqueio” que impedia Enterprise de se reunir aos demais derivados no streaming.

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Imagem: Divulgação

O futuro de Enterprise pode ganhar força

Com a participação especial de Blalock, Enterprise deixou de ser a única série do legado Trek sem representantes ativos na era Paramount+. Pouco depois, em 2023, Connor Trinneer dublou o engenheiro Trip Tucker em um capítulo de Star Trek: very Short Treks, ainda que esse projeto seja considerado não canônico.

Já em agosto de 2025, outro movimento sacudiu a comunidade: Michael Sussman, roteirista e produtor de Enterprise, revelou ter desenvolvido Star Trek: United ao lado de Scott Bakula. A ideia coloca o almirante Jonathan Archer na presidência da Federação, em plena intriga política familiar. Embora o projeto ainda dependa de sinal verde, Sussman declarou que planeja convocar ex-colegas de Enterprise conforme a trama exigir.

Projeto Star Trek: United envolve Scott Bakula

Para os fãs, a possibilidade de ver T’Pol outra vez na linha do tempo principal – agora em live-action – tornou-se item prioritário. Se Star Trek: United receber aprovação, o “retorno de Star Trek” iniciado em Lower Decks pode se expandir de maneira inédita, conectando animação e produção televisiva de forma orgânica.

Até lá, a participação de Blalock segue como marco histórico. Seu trabalho vocal foi tão fiel à personagem que muitos espectadores juraram estar assistindo a um material resgatado diretamente dos anos 2000. Para quem aprecia narrativas contínuas, como novelas e doramas, a chance de revisitar personagens depois de anos gera forte apelo emocional – e garante bom engajamento no Discover.

Fissure Quest mostra que “sempre há possibilidades”

O capítulo que celebrou o “retorno de Star Trek” alcançou nota 9,2/10 em agregadores de audiência, reforçando a força da franquia em experimentar formatos e misturar gerações. A combinação de comédia animada, aventura multiversal e reencontro de veteranos provou ser fórmula certeira para prender a atenção dos espectadores habituados a longas sagas.

Enquanto novas decisões sobre Star Trek: United não são divulgadas, o episódio “Fissure Quest” permanece disponível no Paramount+ como lembrança de que, no universo criado por Gene Roddenberry, portas aparentemente fechadas podem ser reabertas a qualquer instante.

Ficha técnica

Episódio: “Fissure Quest” (S05E09)

Série: Star Trek: Lower Decks

Data de estreia: 12 de dezembro de 2024

Roteiro: Lauren McGuire

Direção: Brandon Williams

Participações especiais: Jolene Blalock (T’Pol), Alexander Siddig (Dr. Bashir), Andrew Robinson (Garak), Garrett Wang (Harry Kim), Alfre Woodard (Lily Sloane)

Plataforma: Paramount+

Conceito derivado em desenvolvimento: Star Trek: United (Michael Sussman e Scott Bakula)

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Sou formada em Marketing Digital e criadora de conteúdo para web, com especialização no nicho de entretenimento. Trabalho desde 2021 combinando estratégias de marketing com a criação de conteúdo criativo. Minha fluência em inglês me permite acompanhar e desenvolver materiais baseados em tendências globais do setor.
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