Todo dezembro, fãs de quadrinhos ficam de olho no ranking japonês de mangás elaborado pela editora Takarajimasha. A lista Kono Manga ga Sugoi! costuma prever tendências e suscitar corridas às livrarias antes mesmo da virada do ano.
Nesta semana, a publicação liberou uma prévia com os dois primeiros colocados de 2026, divididos por público-alvo. O guia completo, com vinte posições por categoria, chega às lojas japonesas em 15 de dezembro, mas a amostra já movimenta foros otaku mundo afora.
Prévia do Kono Manga ga Sugoi! agita leitores
O ranking japonês de mangás se desdobra em listas masculinas e femininas, avaliadas por críticos, livreiros e profissionais da indústria. Embora o material completo ainda não esteja nas bancas, os títulos que ocupam o topo ganharam exposição instantânea em redes sociais e sites especializados, incluindo Salada de Cinema.
Em edições anteriores, obras no pódio viram tiragens explodirem em questão de dias. Além disso, as primeiras posições costumam atrair produtores de anime e distribuidores internacionais, o que reforça a relevância do guia para todo o ecossistema editorial.
Hon Nara Uru Hodo lidera entre os homens
No segmento masculino, quem aparece no número 1 é Hon Nara Uru Hodo (The More Books We Sell), de Ao Kojima, serializado desde 2023. Não por acaso, o mangá também encabeçou a eleição Livro do Ano da revista literária Da Vinci, consolidando a ótima fase do autor.
Trama cotidiana em livraria de usados
A série acompanha Juugatsu-to, pequena loja de livros de segunda mão onde clientes cruzam caminhos em busca de consolo, nostalgia ou recomeços. O dono observa silenciosamente as histórias de vida que se entrelaçam, enquanto cada exemplar passa de mão em mão.
Classificado como slice of life, o título conversa com leitores que encontram conforto nas prateleiras. Essa atmosfera íntima, aliada ao olhar sensível de Kojima, justificou a coroação no ranking japonês de mangás para 2026.
Hanbun Kyodai emociona o público feminino
Entre as leitoras, a medalha de ouro ficou com Hanbun Kyodai (Half Siblings), de Yoico Fujimi, em publicação desde 2022. A obra retrata o cotidiano de Kazumi Mandanda Yoneyama e de seu irmão, filhos de mãe japonesa e pai francês negro, em um país conhecido pela homogeneidade étnica.
Identidade e racismo em foco
A dupla enfrenta microagressões diárias enquanto busca pertencimento sem abandonar suas raízes. Ao abordar racismo, família e aceitação com sensibilidade, a série conquistou diversas faixas etárias e garantiu o topo do guia voltado ao público feminino.
Imagem: Divulgação
Impacto direto nas vendas e adaptações
Historicamente, estar bem classificado no Kono Manga ga Sugoi! provoca aumento imediato de unidades vendidas e novas reimpressões. Editoras utilizam o resultado para planejar tiragens extras, enquanto estúdios de animação avaliam possíveis licenças.
Outro reflexo importante envolve livrarias: muitos estabelecimentos reorganizam gôndolas para destacar os campeões do ranking japonês de mangás, impulsionando ainda mais a visibilidade das obras.
Expectativas globais para 2026
Com o anúncio dos vencedores, já se especula quando os títulos chegarão a outros territórios. A previsão é de que Hon Nara Uru Hodo e Hanbun Kyodai desembarquem em mais países durante 2026, repetindo o sucesso do mercado doméstico.
Olho no Brasil
No Brasil, leitores comentam nas redes sobre possíveis acordos de publicação. Embora nenhuma editora nacional confirme negociações, o histórico indica que negociações costumam acelerar logo após a divulgação oficial da lista completa.
No que depender da repercussão atual, ambos os títulos devem manter alta a temperatura do hype até dezembro e, quem sabe, ganhar versões animadas já em fase de planejamento.
Ficha técnica
Publicação: Kono Manga ga Sugoi! 2026 (Takarajimasha)
Data da prévia: 27 de novembro de 2024
Lançamento do guia completo: 15 de dezembro de 2024
1º lugar categoria masculina: Hon Nara Uru Hodo, de Ao Kojima, serializado desde 2023
1º lugar categoria feminina: Hanbun Kyodai, de Yoico Fujimi, serializado desde 2022
Gêneros: slice of life, drama familiar, questões sociais


