André Sobreiro | 7 de novembro de 2010

Scott Pilgrim Contra o Mundo

Nos últimos meses, quem acompanha as estreias nacionais viveu uma ansiedade: a adaptação da HQ Scott Pilgrim chegaria ou não aos cinemas? Num primeiro momento, a resposta foi: não, nenhuma sala nacional teria o filme. Muitas reclamações depois, o filme chegou em pouquíssimas salas e apenas em São Paulo. Para os que não leram o […]

Nos últimos meses, quem acompanha as estreias nacionais viveu uma ansiedade: a adaptação da HQ Scott Pilgrim chegaria ou não aos cinemas? Num primeiro momento, a resposta foi: não, nenhuma sala nacional teria o filme. Muitas reclamações depois, o filme chegou em pouquíssimas salas e apenas em São Paulo.

Para os que não leram o quadrinho, Scott Pilgrim contra o mundo conta a história de um garoto canadense, baixista da banda Sex Bob-Omb, divide casa – e cama – com o amigo gay Wallace e se apaixona por uma menina americana que surge em Toronto, Ramona Flowers. O que ele não esperava era que, para ficar com a menina, teria que enfrentar sete ex da garota. E em torno da vida do garoto e essas batalhas que se desenvolvem a história.

Sobre essa adaptação, a primeira angústia: seria possível levar as referências aos videogames para as telas? Sim, não apenas é possível como renderam imagens incríveis das cenas de batalhas. A segunda delas ficou por conta da escolha de elenco. Estariam preparados para assumir as personagens? Nesse ponto o filme não ficou impecável, infelizmente.

Sobre a primeira dupla, já recai a primeira falha. Michael Cera está idêntico ao Scott do quadrinho. Seu jeitinho de perdedor se encaixou com perfeição ao personagem. Mas Mary Elizabeth Winstead ficou devendo mais atitude para Ramona, que ficou um tanto frágil demais.

No elenco de coadjuvantes, com exceção do constrangimento das atuações de Brandon Routh e Brie Larson, surpresas ultra positivas. A banda Sex Bob-Omb está genialmente bem feita por Mark Webber, Allison Pill e Johnny Simmons. Anna Kendrick, que se revelou ao mundo em Up in the Air mais uma vez traz uma boa atuação como a irmã de Scott, Stacey. E o grande destaque e surpresa ficaram por conta de Kieran Culkin, conhecido como irmão de Macaulay. No papel do amigo Gay de Scott, Culkin conseguiu levar a acidez e o sarcasmo da personagem com perfeição.

Aliás, ponto notado no filme (e extremamente positivo) é a relação com os olhos. Nas HQs são pelos olhos das personagens que acompanhamos muitas vezes quem são um dos muitos personagens. Pois esses olhos estavam exatamente representados no elenco. Impossível não reconhecer Kim Pine e seus olhinhos. Ponto para o diretor Edgar Wright.

Por fim, um lamento. Scott Pilgrim só entrou em três salas. E isso, com certeza significa que, muito em breve, irá sair de cartaz. Quem é de São Paulo, corre assistir. Para quem está em outro lugar, com certeza compre o DVD. Um filme divertido, agitado e muito bem feito. Excelente diversão.

Por André Sobreiro, editor-chefe