André Sobreiro | 28 de abril de 2011

Penélope Cruz

La Cruz. Não é o nome de alguma obra expressionista exposta em uma igreja no Vaticano. Mas a simbologia inerente ao termo é tão poderosa quanto em uma comparação bem intencionada. Essa é a forma como Penélope Cruz Sanchez, essa espanhola de 37 anos nascida em Madri, é conhecida pelas colunas de fofoca em Hollywood. […]

La Cruz. Não é o nome de alguma obra expressionista exposta em uma igreja no Vaticano. Mas a simbologia inerente ao termo é tão poderosa quanto em uma comparação bem intencionada. Essa é a forma como Penélope Cruz Sanchez, essa espanhola de 37 anos nascida em Madri, é conhecida pelas colunas de fofoca em Hollywood. E ela fez valer a alcunha. Além da sensualidade provocante que transpira nos poros e nas telas de cinema, a espanhola já namorou gente como Tom Cruise e Matthew McConaughey antes de casar-se com o também espanhol Javier Bardem. O próprio Bardem foi um prego nessa cruz de fala destrambelhada e jeito de menina antes do casamento. Eles tiveram um rápido affair antes de retomarem a união em definitivo há dois anos atrás.

Penélope Cruz, assim como Bardem e qualquer ator espanhol de trânsito em Hollywood, despontou sob as ordens de Pedro Almodóvar. Artimanhas do destino providenciaram para que Cruz e Bardem, que só viriam a namorar anos depois, chamassem a atenção em uma mesma obra do cineasta, o sugestivo “Carne trêmula” (1997). Antes disso, a atriz já havia feito alguns filmes sem maior expressão. Desse momento em diante, o cinema passou a ser generoso com Penélope. “Abra los ojos” (1997), de Alejandro Amenábar (1997) foi o filme que lhe rendeu mais elogios até a segunda colaboração com Almodóvar. Por “Tudo sobre minha mãe” (1999), Penélope foi a Cannes e a Hollywood. O filme foi premiado tanto na riviera francesa quanto pela academia de Hollywood.

Foi Tom Cruise, que seduzido (em todos os níveis possíveis e imagináveis), trouxe Penélope para Hollywood. Em 2001, além de dividir a cena e os lençóis com o astro em “Vanilla Sky” (remake americano de “Abra los ojos”), Penélope pôde ser vista em filmes como “Capitão Corelli”, “Profissão de risco” e “Espírito selvagem”. Além de contracenar com gente como Nicolas Cage, Johnny Depp e Matt Damon, a atriz desbravava outras fronteiras internacionais. Rodou o italiano “Não se mova” (2004) e a co-produção internacional “Sabor da paixão” (em que foi par romântico do brazuca Murilo Benício). Contudo, Hollywood parecia um lugar cada vez mais receptivo para a atriz que emplacou sucessos medianos como coadjuvante em “Na companhia do medo” (2003), “Sahara” (2005) e “Sex and the city 2” (2010). O cinema independente americano também se provou um bom campo de atuação para a espanhola. Ela se experimentou em filmes como “Três vidas e um destino” (2004), “Fatal” (2008) e “Vicky Cristina Barcelona” (2008), uma co-produção entre EUA e Espanha que lhe valeu o Oscar. Prêmio a qual foi indicada três vezes nos últimos cinco anos. Após revigorar a parceria com Pedro Almodóvar, nos filmes “Volver” (2006) e “Abraços Partidos” (2009), a espanhola ganhou admiradores em todo o mundo. Fato é que Penélope Cruz se tornou uma atriz melhor por colaborar com cineastas que admiram e valorizam profundamente a beleza feminina (Almodóvar e Woody Allen podem ser nominalmente citados). Depois de cantar e encantar em “Nine” (2009), a atriz volta a contracenar com Johnny Depp em um dos mais aguardados filmes do verão americano de 2011, “Piratas do Caribe:navegando em águas misteriosas”.

Com a forma recuperada após a maternidade, Penélope se prepara para a turnê promocional do quarto filme da franquia do pirata Jack Sparrow. Como ninguém nunca havia pensado em colocar La cruz em um filme de piratas antes?

Por Reinaldo Glioche