André Sobreiro | 2 de agosto de 2010

Michael Caine

Existem atores, cuja presença austera e insolúvel dominam uma cena. Seja a cena em questão, um diálogo que emule uma encenação teatral (Um jogo de vida ou morte), uma lição de moral dada por um mordomo (Batman – o cavaleiro das trevas), os últimos suspiros de um hippie maconheiro (Filhos da esperança), a externação do […]

Existem atores, cuja presença austera e insolúvel dominam uma cena. Seja a cena em questão, um diálogo que emule uma encenação teatral (Um jogo de vida ou morte), uma lição de moral dada por um mordomo (Batman – o cavaleiro das trevas), os últimos suspiros de um hippie maconheiro (Filhos da esperança), a externação do desejo de um padre inquisidor (Contos proibidos do marquês de Sade) ou como um conquistador inveterado descobrindo estar apaixonado (Alfie). Caso o leitor não tenha percebido, o ator em questão é Michael Caine, que na verdade se chama Maurice Micklewhite. Esse londrino de 78 anos esbanja vitalidade em cada projeto. Vencedor de dois oscars, melhor ator coadjuvante por Hannah e suas irmãs (1986) e Regras da vida (1999) e indicado a outros quatro, Caine rapidamente se tornou o ator preferido de Christopher Nolan. Desde que o dirigiu pela primeira vez em Batman Begins, o diretor de A origem, nunca mais deixou de escalar Caine em seus projetos. A Origem marca a quarta colaboração da dupla.

Caine, desde 2007, vem diminuindo o ritmo de trabalho. Com a média de um filme por ano tem se mantido em evidência e, em 2010, estrela um dos filmes mais comentados do ano. O ator foi o primeiro a ser confirmado no elenco de A origem, antes mesmo da presença do protagonista Leonardo Di Caprio. No final das contas, moral é isso aí.

Por Reinaldo Glioche, do Claquete Cultural