André Sobreiro | 26 de março de 2012

Jogos Vorazes | Crítica

É inegável a importância dos adolescentes para a indústria do cinema. Eles gritam, lotam salas e fazem questão de ver e rever um filme quando gostam. Para quem se incomoda com isso, tente relembrar dos tempos de Thelma & Louise ou de Titanic de muitos de vocês. O que as franquias de livros fazem é […]

É inegável a importância dos adolescentes para a indústria do cinema. Eles gritam, lotam salas e fazem questão de ver e rever um filme quando gostam. Para quem se incomoda com isso, tente relembrar dos tempos de Thelma & Louise ou de Titanic de muitos de vocês. O que as franquias de livros fazem é apenas potencializar esse tipo de fã.

A grande diferença é como se faz. No caso da saga Harry Potter, o investimento foi maciço na capacitação de jovens atores e ainda grandes nomes. O resultado é um projeto consistente e bem acabado. Na sequência veio Crepúsculo. Com orçamento barato e um elenco que é mais conhecido por serem belos do que talentosos, o resultado definitivamente não é dos melhores. E agora chega Jogos Vorazes.

Para começar, vale destacar os acertos. A escolha de Jennifer Lawrence e Josh Hutcherson como os protagonistas Katniss e Peeta que serão lançados na arena dos Jogos Vorazes foi um acerto. Mais experientes, os dois conseguem levar as personagens com bastante talento e fidelidade ao que propõem os livros.

Além disso, o filme se cerca de talentosos coadjuvantes. Stanley Tucci, Elizabeth Banks, Woody Harrelson e Donald Sutherland conseguem trazer talento ao filme.

O filme, porém, não é perfeito. A primeira parte da obra, que contextualiza o que virá nos filmes seguintes, é arrastada. Esse fato, contudo, é compensado pela ação da parte do filme que acontece na arena. Um outro porém é a cenografia. Mesmo sabendo que a Capital é um lugar tecnológico e que as maquiagens dos moradores de lá deveriam ser carregadas, aquilo acaba destoando de todo o resto do filme (inclusive de Cinna e seus assistentes que, em tese, seguem aquele mesmo estilo).

Para quem não leu o livro, Jogos Vorazes é uma ação competente apenas. Agora, pata os leitores, o filme fornece uma visão bastante divertida e interessante da obra. E o mais importante: aquele sentimento de que algo bem maior ainda – e todo o contexto político envolvido nisso – está por vir está claro na obra. Um filme que já foi feito pensando nas continuações. Ponto para Jogos Vorazes.

P.S. A recepção do público foi bastante positiva. Seu primeiro final de semana já o colocou como a terceira maior estreia de todos os tempos. Potencial não falta!