| 18 de maio de 2011

Jodie Foster, homenagens e ativismo no 8º dia em Cannes

A atriz Jodie Foster, consagrada pelo seu papel em “O Silêncio dos Inocentes” mudou de lado e agora também é cineasta. Pela primeira vez em Cannes como diretora e fora da competição, ela traz seu terceiro trabalho atrás das cameras,  “Um Novo Despertar”, com Mel Gibson no elenco. (estreia dia 27 de maio nos cinemas […]

A atriz Jodie Foster, consagrada pelo seu papel em “O Silêncio dos Inocentes” mudou de lado e agora também é cineasta. Pela primeira vez em Cannes como diretora e fora da competição, ela traz seu terceiro trabalho atrás das cameras,  “Um Novo Despertar”, com Mel Gibson no elenco. (estreia dia 27 de maio nos cinemas brasileiros)

Jodie Foster abriu o jogo na coletiva de imprensa, antes da exibição do seu filme e declarou: “É uma péssima ideia realizar um filme e representar nele ao mesmo tempo. O aspecto positivo, é que conhecemos perfeitamente as personagens e sabemos em que direcção deve seguir o filme. Em contrapartida, não há surpresas”.

Entretanto não poupou elogios a Mel Gibson: “Eu sabia que o Mel estaria muito à vontade de representar ao meu lado. Penso que com outro ator que não ele, teria partido noutra direção. O Mel compreendeu muito bem a personagem do Walter. Aceitou expor-se face a algo que conhece bem: a luta. Falamos muito sobre isso durante a filmagem. Para o Mel, fazer este filme foi muito importante. Sei que ele está muito orgulhoso”.

Na mostra competitiva, ontem foi dia de exibição de “Le Havre”, de Aki Kaurismäki que volta a filmar na França, depois de “La Vie deBohème” vinte anos depois. Vencedor do Grand Prix por “l’Homme sans passé”, concorre pela quarta vez ao Palma de Ouro.

Em “Le Havre”, encontramos Marcel Marx (André Wilms), o mesmo personagem de “La Vie de Bohème” (1991) que está exilado no Havre, onde abandonou definitivamente as suas ambições literárias. Vive tranquilamente entre a mulher Arletty, o café da esquina e a profissão de engraxador de sapatos, até que o seu caminho se cruza com um jovem africano. O diretor novamente trata sobre a problemática dos refugiados, que já esteve presente em “”La Vie Bohème”. Por trás do humor negro e por vezes do cinismo, Aki Kaurismäki é um cineasta profundamente humanista cuja obra é atravessada pela questão da dignidade. Peter Bradshaw, crítico do The Guardian disse: “Sua sensibilidade está mais próximo ao de Chaplin, no filme, do que ninguém”.  Jonathan Romney, da Screen declara: “há algo de novo neste filme, onde vemos o diretor finlandês totalmente desabafando a sua paixão à França, pela primeira vez desde 1991 com o “La Vie Bohème”. A maioria das críticas publicadas foram positivas em relação a “La Havre”.

No dia 22 de abril de 2010, a plataforma petrolífera Deepwater Horizon explorada pela BP afundava-se no Golfo do México, gerando a pior maré negra da história. Até ao encerramento definitivo do poço a 19 de Setembro, 779.037.744 litros de petróleo bruto, e mais de 7.000.000 de litros de dispersantes se espalharam no mar. O documentário “The Big Fix” fala sobre um dos maiores escândalos ecológicos do ano passado. Os dois realizadores, Josh Tickell e Rebecca Tickell realizam um inquérito sobre a maré negra que ocorreu nos Estados Unidos no ano passado e que poluiu o Oceano Atlântico de uma forma irreversível.

La Croisette teve também filmes de destaque fora da competição como a estreia do diretor mexicano Everardo Gout em “Dias de Gracia”, a exibição da animação “”My Magic” em que Erick Khoo homenageando Yoshihiro Tatsumi, artista ícone do Mangá e a projeção restaurada de Niemandsland (A Zona da Morte), um longa contra a guerra realizado em 1931 pelo cineasta de origem russa Victor Trivas.

Galeria de Fotos:

[cincopa AkHAGm66SaHt]

Por Fernando Império, editor chefe