| 12 de setembro de 2011

Cowboys & Aliens | Crítica

Sabe aquele panteão das boas ideias que, quando executadas, perdem um pouco do charme? Pois é, “Cowboys & Aliens” é um perfeito exemplo disso. A ideia de juntar cowboys e aliens em um mesmo filme era tão boa que reuniu Steven Spielberg, Ron Howard, Brian Grazer, Harrison Ford, Daniel Craig, Jon Favreau, Damon Lindelof, Roberto […]

Cowboys & Aliens

Sabe aquele panteão das boas ideias que, quando executadas, perdem um pouco do charme? Pois é, “Cowboys & Aliens” é um perfeito exemplo disso. A ideia de juntar cowboys e aliens em um mesmo filme era tão boa que reuniu Steven Spielberg, Ron Howard, Brian Grazer, Harrison Ford, Daniel Craig, Jon Favreau, Damon Lindelof, Roberto Orci, Alex Kurtzman e três estúdios de cinema (Dreamworks, Universal e Paramount). Baseada na HQ de Scott Mitchell Rosenberg, a produção começa como um faroeste legítimo e termina como um sub “Tropas estelares” – para se referenciar no notável filme B de Paul Verhoeven.

Daniel Craig faz Jake Lonergan, um tipo que surge desmemoriado e com um dispositivo de ferro preso ao pulso. Lonergan é o típico cavaleiro solitário, silencioso e arredio. Craig, de certa forma, apresenta uma variação do seu James Bond truculento, mas mantém o interesse. Esse interesse se aguça quando Harrison Ford surge em cena. O ator usa toda a sua experiência, e carisma, para incrementar a química com Craig na pele do coronel Woodrow Dolarhyde – um homem embrutecido mas de coração nobre.

A trama é essa mesma que o título antecipa. Para salvar o planeta, os cowboys têm de se aliar a seus inimigos históricos, os índios, para combater os invasores alienígenas em suas naves assustadoras.

Tivesse um pouco mais de humor, “Cowboys & aliens” poderia se transformar em um entretenimento mais salutar. Jon Favreau parece levar a sério demais a história que tem nas mãos. Curiosamente, foi a capacidade de rir de si mesmo que fez com que “Homem de ferro”, o filme que viabilizou Favreau como o nome a assumir “Cowboys & Aliens”, fosse um sucesso. Repetisse a fórmula executada no filme estrelado por Robert Downey Jr., Favreau sairia com um blockbuster de primeira nas mãos. Ficou com o que já tinha de início: uma boa ideia.

Por Reinaldo Glioche, do Claquete Cultural.