André Sobreiro | 16 de janeiro de 2013

Cloud Atlas – Crítica

Muita expectativa havia em torno de Cloud Atlas (no Brasil estranhamente conhecido como A Viagem). Em 1999 os irmãos Andy e Larry Wachowski sacudiram o mundo com Matrix e seus efeitos e uma história pouco clara porém cheia de conteúdo. O que seria um filme que entraria como épico para a história, acabou ganhando continuações […]

Muita expectativa havia em torno de Cloud Atlas (no Brasil estranhamente conhecido como A Viagem). Em 1999 os irmãos Andy e Larry Wachowski sacudiram o mundo com Matrix e seus efeitos e uma história pouco clara porém cheia de conteúdo. O que seria um filme que entraria como épico para a história, acabou ganhando continuações que aumentaram os efeitos, mas trataram de explicar a mitologia criada. O resultado: Reloaded e Revolutions levaram a trilogia – e tudo que veio depois- ladeira abaixo. Speed Racer não comentamos que são apenas efeitos, nem conta como filme.

E Cloud Atlas prometia bastante. Grandes imagens no trailer, elenco grandioso, tudo isso ali, nas mãos da dupla e de Tom Tykwer, que também dirigiu o filme. Então vamos falar mal antes? Cloud Atlas não é o filme perfeito. Tem sim suas falhas e uma aura um pouco new age demais em alguns segmentos que cansa. Mas ainda assim é um filme bastante competente.

Explicar a história é bobagem. São seis histórias, que vão do período Abolicionista americano até um futuro pós-Apocalipse. Cada uma dessas histórias se liga por uma marca que varia no tempo entre os atores e sempre por um elemento, presente em cada uma das histórias e que aparece na seguinte.E também pelos atores, que se repetem nos blocos de história.

Mas antes que alguém fale em reencarnação e coisas assim: até pode ser. Mas não há resposta definitiva. Mas afinal, qual a magia de Cloud Atlas? Ser uma música em forma de filme. Começamos conhecendo de leve cada uma das histórias. Cada uma delas tem seu tom. E elas vão se intercalando e vamos acompanhando todas elas em paralelo. E o que seria o caos, acaba por se mostrar uma grande melodia que flui, muito mais rápido que as três horas que o filme diz ter.

Mérito disso, também, do elenco. Tom Hanks, Halle Berry, Jim Sturgess, Jim Broadbent, Susan Sarandon, Hugo Weaving e Donna Bae conduzem juntos, ao todo, 37 personagens, com maior ou menor presença no filme. E isso trouxe afinidade pelos personagens mesmo antes de o conhecermos. Aliás, vale esperar os créditos e ver o trabalho incrível de maquiagem. Teve um Jim Sturgess que eu apenas não reconheci.

Cloud Atlas não é o novo Matrix e nem é o erro dos demais filmes da trilogia. É um filme sim com falhas, mas extremamente competente em seu papel: sentir a história fluir como um todo. Sente na poltrona e sinta. A experiência certamente será melhor.