Felippe Alves | 24 de junho de 2014

cine teen: A Culpa é das Estrelas

O amor. Embora seja o tema preferido entre os filmes jovens, talvez poucos tenham conseguido ir tão longe quanto “A Culpa é das Estrelas” (Josh Boone, 2014). O filme é baseado no romance de John Green, “The Fault in Our Stars”, obra publicada em 2012 que já foi traduzida para 46 idiomas e possui mais […]

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O amor.

Embora seja o tema preferido entre os filmes jovens, talvez poucos tenham conseguido ir tão longe quanto “A Culpa é das Estrelas” (Josh Boone, 2014). O filme é baseado no romance de John Green, “The Fault in Our Stars”, obra publicada em 2012 que já foi traduzida para 46 idiomas e possui mais de 10,7 milhões de cópias vendidas. O trailer do filme também possui marcas impressionantes: é o vídeo do segmento com a maior quantidade de “curtidas” no YouTube.

Com um enredo simples, engraçado e sensível, o filme traz uma reflexão profunda sobre o existencialismo com a visão catastrófica que os adolescentes têm da vida – tudo é intenso, definitivo e levado aos limites. Neste caso, a história é ainda agravada por uma doença pouco discutida no universo teen: o câncer.

Hazel Grace (Shailene Woodley), uma jovem de 16 anos que luta por sua vida desde muito cedo, acaba encontrando num grupo de apoio algo muito mais forte do que as drogas que a mantém milagrosamente viva. Ela, tão racional e decidida a minimizar sua curta existência na Terra, acaba se apaixonando por Augustus Waters (Ansel Elgort), um jovem de 17 anos que perdeu a perna para o osteosarcoma, mas que está decidido a deixar sua marca e ser lembrado para sempre neste mundo.

Este “Yin Yang” de personalidades tão fortes, atrelado aos acontecimentos inesperados do filme, fazem com que a reflexão, que já era profunda por si só, transforme-se numa história que te leva ao extremo da sensibilidade. Embora o casal Bella e Edward, da Saga Crepúsculo, consiga explorar o potencial de destruição e reconstrução que o amor possui na vida de um jovem, Hazel e Augustus são capazes de elevar tal aprendizado a um grau infinito – e em apenas um filme.

Não é sempre que um filme adolescente consegue mexer tanto com a plateia. Aliás, não me lembro de ter visto tal comoção na saída da sala de cinema desde “500 Dias com Ela”. É possível que isso seja resultado da incrível química entre os protagonistas Shailene Woodley e Ansel Elgort, ou talvez o peso que Laura Dern e Willem Dafoe conseguem embutir na trama, ou ainda seja o fato dos escritores Scott Neustadter e Michael H. Weber terem conseguido um filme sensível que foge do gênero “dramalhão”.

Seja qual for a receita do sucesso, o “amor-granada” causado pelas estrelas causa uma implosão no tempo: embora sejam 126 minutos de película, o filme se torna eterno e ao mesmo tempo rápido demais. A gente fica com vontade de continuação, de voltar umas cenas de novo, de falar O.K. para alguém e, principalmente, de dar um abraço com muita força em quem a gente ama.

Por isso vá ao cinema sem medo, pronto para umas boas risadas e para molhar o ombro da pessoa ao lado. Depois volta aqui e me diz o que achou!

#FUI!