| 19 de junho de 2010

Cidade de Deus

Não dá para falar do Dia do Cinema Brasileiro sem mencionar aquele que é considerado por muitos cinéfilos brasileiros – e gringos – como o melhor filme nacional de todos os tempos: Cidade de Deus. Mais que isso, o título é frequentemente incluído na lista de críticos tarimbados mundo afora como sendo uns dos melhores […]

Não dá para falar do Dia do Cinema Brasileiro sem mencionar aquele que é considerado por muitos cinéfilos brasileiros – e gringos – como o melhor filme nacional de todos os tempos: Cidade de Deus. Mais que isso, o título é frequentemente incluído na lista de críticos tarimbados mundo afora como sendo uns dos melhores filmes desta década.

O diretor Fernando Meirelles ousou ao trazer um elenco desconhecido do grande público, com atores e atrizes da própria comunidade de Cidade de Deus, morro do subúrbio do Rio de Janeiro, cujo cotidiano acabou servindo de inspiração para o roteiro de Paulo Lins e Bráulio Mantovani.

A história, basicamente, retrata o cotidiano do morro carioca tomado por traficantes que disputam ‘bocas’ para o comércio de drogas. Buscapé, morador da comunidade, não quer seguir os mesmos caminhos errantes traçados por seus colegas de rua e tenta furar a lógica daquele contexto. O extremo realismo nas cenas de violência, aliado a uma edição moderna e super rápida, deixaram os telespectadores boquiabertos com o resultado final da obra.

Escolhido para representar o país na categoria Melhor Filme de Língua Estrangeira para o Oscar 2003, Cidade de Deus se quer ficou entre os cinco finalistas. Foi então lançado nos EUA depois da cerimônia da Academia para que pudesse concorrer as outras categorias no Oscar do ano seguinte. Não deu outra: no tapete vermelho de 2004, Cidade de Deus estava representado com quatro indicações: Melhor Fotografia, Direção, Montagem e Roteiro. Acabou não levando nada, mas as indicações parecem ter corrigido a injustiça do ano anterior.

Cidade de Deus lançou de vez o cineasta Fernando Meirelles para o mercado internacional e o se o tema central do filme não é lá de muito originalidade, haja vista que violência e pobreza era um dos assuntos mais trabalhados no cinema nacional daquela época, pelo menos Cidade de Deus inovou na forma e deu uma nova cara para o cinema brasileiro.

Título Original: Cidade de Deus (2002)
Direção: Fernando Meirelles
Roteirista: Paulo Lins e Bráulio Mantovani
Elenco: Alexandre Rodrigues, Leandro Firmino, Phellipe Haagensen, Douglas Silva, Jonathan Haagensen
Duração: 135 minutos

Por Fernando Império, editor-chefe