Suporte NeoImagine | 18 de fevereiro de 2011

127 horas

Para aqueles que aguardavam ansiosamente pelo filme em que James Franco interpreta um alpinista que precisa amputar o próprio braço para conseguir sobreviver, chegou a hora de ir ao cinema. Triste dizer, no entanto, que o longa não é tudo aquilo de que foi taxado. Estou bem longe de dizer que “127 horas” é ruim. […]

Para aqueles que aguardavam ansiosamente pelo filme em que James Franco interpreta um alpinista que precisa amputar o próprio braço para conseguir sobreviver, chegou a hora de ir ao cinema. Triste dizer, no entanto, que o longa não é tudo aquilo de que foi taxado. Estou bem longe de dizer que “127 horas” é ruim. Ele só provavelmente desapontará um pouco aqueles que estavam com a certeza de que o filme é um dos melhores já vistos.

A história real retratada em versão cinematográfica é a de Aron Ralston, que sempre se achou extremamente independente a ponto de ir realizar suas aventuras sem avisar a ninguém onde estava indo. Até que as coisas dão realmente errado, e o alpinista fica com a mão e uma parte do braço direitos presos em uma pedra, o que o impede de sair do (literalmente) buraco em que ele estava enfiado. A partir daí, dá-se um a luta pela sobrevivência com o pouco de comida e água que lhe restam. Mas a ajuda tão esperada não chega a tempo e Aron acaba precisando tomar medidas drásticas.

Os grandes méritos do filme não podem ser retirados. James Franco está realmente brilhante. A ideia de interpretar um personagem que faz praticamente por si só um longa-metragem inteiro já não deve ser nada fácil. Dominar o papel com maestria é um trabalho para poucos. Franco soube prender o público num filme que poderia ter sido um fracasso caso o protagonista não fosse tão bom. A forma como ele expõe o cansaço físico e metal de Aron, mas ainda assim demonstra o mínimo de força e humor para continuar na situação em que estava, é crucial para o sucesso de “127 horas”.

A direção de Danny Boyle também não deixou falhar. O diretor faz as gravações em um local realmente difícil: um pequeno vão de canyon no meio do nada. Pode não ter sido fácil, mas Boyle conseguiu cenas incríveis em meio ao micro espaço para gravações. Depois de ter dirigido “Quem quer ser um milionário”, parece que ele conseguiu dar muitíssimo de si mais uma vez.

No final das contas, o filme realmente tem uma lição (mesmo que possa parecer um pouco apelativo). Aron, no começo do filme, demonstra o como quer fugir de tudo e de todos. As cenas da cidade grande, co barulho, gente e caos contrastam completamente com a calmaria encontrada nos canyons. Mas, como se vê ao longo de “127 horas”, Aron está fugindo de muito mais do que isso: ele foge da atenção e do carinho das pessoas que lhe circundam. E é só quando tudo dá errado que ele percebe que não pode viver assim, tão independente, tão sozinho. E dói pensar que isso é uma história de verdade, ainda que ela tenha um final feliz.

Título original: 127 Hours
Direção: Danny Boyle
Elenco: James Franco, Lizzy Caplan, Treat Williams, Kate Burton.
Duração: 93 minutos

Por Paula Lopes, do Língua da P.