André Sobreiro | 14 de novembro de 2017

Crítica | Uma Razão Para Viver

Histórias de época e superação no cinema não são exatamente uma novidade. Recentemente tivemos Eddie Redmayne e Felicity Jones no belo A Teoria de Tudo para comprovar. Mas a falta de ineditismo – e, sejamos francos, a falta de surpresa do enredo – não comprometem o belo Uma Razão Para Viver. O filme conta a […]

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Histórias de época e superação no cinema não são exatamente uma novidade. Recentemente tivemos Eddie Redmayne e Felicity Jones no belo A Teoria de Tudo para comprovar. Mas a falta de ineditismo – e, sejamos francos, a falta de surpresa do enredo – não comprometem o belo Uma Razão Para Viver.

O filme conta a história real de Robin Cavendish, um jovem britânico que trabalha com exportação de chá no fim dos anos 50 e se apaixona por uma jovem, Diana. Os dois se casam e, em uma temporada a trabalho no Quênia, Robin acaba contraindo pólio.

Na época a doença era quase um atestado de morte e a vida dos pacientes costumava ser ligada a camas de hospitais. Mas o casal Cavendish decide que a vida seria maior que isso. E aqui a gente já pode começar a abrir a torneirinha de lágrimas.

Andrew Garfield, no papel de Robin, consegue nos cativar com seu olhar e seu sorriso. As cenas sem fala, por sinal, são as mais impressionantes do ator, que nitidamente vem evoluindo como profissional. Além disso, Claire Foy – conhecida como a Rainha Elizabeth no sucesso The Crown – consegue com sua atuação nos passar a força que a personagem precisa sem perder os medos que uma mulher da época poderia enfrentar em tal situação.

Outra surpresa é Andy Serkis. Mas dessa vez o ator não está ali atrás de efeitos especiais, mas sim das câmeras, em sua estreia como diretor. E mesmo o filme não sendo a invenção da roda, ele nos entrega belas imagens, em um trabalho conjunto de fotografia, cenografia e direção de atores.

O único porém, contudo, fica na caracterização. Ok, o personagem de Garfield está doente, enquanto que o de Claire não, mas a diferença na maquiagem entre os dois com o passar dos anos fica gritante, chegando a distrair o espectador.

Mesmo com esse defeito, Uma Razão Para Viver é claramente um desses filmes feitos para emocionar e sair colecionando prêmios. E eu diria que merecidamente vários deles.

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