André Sobreiro | 18 de outubro de 2017

Crítica | De Volta Para Casa

Sabe aquela comida que você come e fica feliz, sente um quentinho no estômago e no coração? Não precisa nem ser a sua comida preferida, mas é aquela gostosa. O cinema tem algo assim também e atende pelo nome de Nancy Meyers. Produtora de filmes como O Pai da Noiva, Do que as mulheres gostam, […]

Sabe aquela comida que você come e fica feliz, sente um quentinho no estômago e no coração? Não precisa nem ser a sua comida preferida, mas é aquela gostosa. O cinema tem algo assim também e atende pelo nome de Nancy Meyers.

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Produtora de filmes como O Pai da Noiva, Do que as mulheres gostam, Alguém Tem que Ceder, O Amor Não Tira Férias, Simplesmente Complicado, entre outros, os filmes de Meyers tem sempre aquela mesma carinha de americano-branco-rico-com-problemas-supérfluos-em-um-mundo-feliz. Não que isso seja uma crítica, eu juro, é mais uma constatação de um estilo de filme que já vamos prontos para o que vamos ver. E De Volta Para Casa não foge disso.

O filme, estrelado pela cada vez mais em alta Reese Witherspoon, conta a história de Alice Kinney, uma mulher recém-separada que larga Nova York e se muda para a antiga casa do pai – um famoso cineasta – em Los Angeles. Em uma comemoração de aniversário, acaba conhecendo um trio de jovens – aspirantes a diretor, roteirista e ator em Hollywood – e se encanta por um deles.

Uma noitada depois e eles, sem ter onde morar, acabam sendo convidados a morar na casa de hóspedes da propriedade que Alice mora com as duas filhas. Tudo caminha bem até que o ex-marido decide que quer resgatar o casamento.

Percebe que tudo é palatável, com aquela sensação de que já conhece de algum lugar? Pois De Volta Para Casa é exatamente isso e da melhor maneira possível. Os personagens são divertidos, os conflitos rasos como um pires e, por isso mesmo, vamos nos envolvendo na trama da personagem.

Mas Meyers sabe que estamos no século XXI e, mesmo em uma comédia açucarada dessas, resiste a alguns clichês que poderiam fragilizar a mocinha de Reese. Ponto para a atriz, que vem se empenhando por construir uma trajetória de sucesso para as mulheres na indústria do cinema e não se deixa levar por machismos do gênero.

De Volta para Casa se desenvolve confortavelmente. Sem grandes sustos, sem grandes incômodos, sem grandes falhas. Aquele prato agradável que você come de vez em quando, mas não é memorável o bastante para você querer voltar na semana seguinte. Um filme gostosinho.

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