André Sobreiro | 26 de setembro de 2017

Kingsman: O Círculo Dourado

Eu queria começar essa crítica falando de um assunto paralelo: eu gosto bastante de Matthew Vaughn. O inglês dirigiu Kick-Ass, filme sensacional sobre o mundo real dos heróis. Isso abriu portas para que assumisse X-Men: Primeira Classe, para mim o melhor filme dos mutantes até agora. E não se acomodou. Ao invés de assumir o […]

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Eu queria começar essa crítica falando de um assunto paralelo: eu gosto bastante de Matthew Vaughn. O inglês dirigiu Kick-Ass, filme sensacional sobre o mundo real dos heróis. Isso abriu portas para que assumisse X-Men: Primeira Classe, para mim o melhor filme dos mutantes até agora. E não se acomodou.

Ao invés de assumir o filme seguinte dos mutantes, decidiu ir para Kingsman, outra adaptação de HQ. E o resultado é espetacular. Um herói com estilo James Bond, mas completamente antenado com os dias atuais. O sucesso do filme – que custou 81 milhões e arrecadou mais de 400 milhões de dólares – garantiu uma continuação, que chega agora aos cinemas.

Mas os filmes do Homem-Aranha já nos ensinaram: com grandes poderes, vem grandes responsabilidades. O sucesso do primeiro filme atiçou o interesse de grandes nomes. Não que o original já não os tivesse. Colin Firth, Mark Strong, Samuel L. Jackson e Michael Caine davam estofo para o jovem Taron Egerton brilhar como Eggsy.

Na continuação, além de Firth e Strong, ainda tivemos nesse elenco Julianne Moore, Michel Gambon (o novo Arthur), Channing Tatum, Pedro Pascal, Halle Berry, Jeff Bridges e até Elton John. Sim, um elenco de peso. Mas antes disso, ao enredo.

Kingsman: O Círculo Dourado é a continuação direta do primeiro filme. Aqui, tanto Eggsy quanto Roxy são agentes na ativa da Kingsman, que sofre um forte ataque. Eggsy e Merlin partem então para os Estados Unidos para encontrar os Statesman, organização irmã que ao invés de fabricar ternos, faz uísque, e buscar maneiras de salvar a Kingsman e combater quem tentou destruir a entidade.

A proposta, até certo ponto é boa. A tentativa de criar uma organização recheada de estereótipos – qual a versão britânica – norte-americanos, mais do que mostrar um novo mundo, só parece uma tentativa de agradar ao bairrista público dos Estados Unidos.

Além disso, como já foi falado, o filme tem um elenco estelar e grande. Isso cria um grupo de coadjuvantes de luxo, claramente criados para garantir um terceiro filme. Tatum e Berry são os mais gritantes. Dois astros com muita ação no currículo, poderiam ser trocados por desconhecidos sem perda alguma para o filme.

Isso sem contar que: muita gente exige muito roteiro. Aí o filme acaba se alongando um pouco demais e se torna cansativo em alguns momentos.

Isso faz do filme ruim? Não mesmo. A ação segue maravilhosa. A interação entre Egerton e Firth impecável. Pedro Pascal e Julianne Moore brilham com seus papéis – mais profundos que a média dos novatos – e até Elton John nos arranca boas risadas. Mas é aquilo: o nível estava alto, bem alto.

Kingsman: O Círculo Dourado entretém como promete, mas sem criar no espectador – como o seu original – a sensação de estar diante de uma obra única, inovadora.