Jaqueline Oliveira | 20 de julho de 2017

cine clássicos: os filmes que inspiraram Dunkirk

[img src=”http://saladadecinema.com.br/wp-content/uploads/2017/07/christopher-nolan1.jpg”] Oi, saladinos! Não sei vocês, mas eu sou um grande fã do Christopher Nolan. Sou daqueles que conta as horas e compra ingresso para ver qualquer filme dele na estreia. E claro que não seria diferente agora com Dunkirk! Ainda mais porque, só pela repercussão internacional, parece que temos o primeiro grande concorrente […]

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Oi, saladinos! Não sei vocês, mas eu sou um grande fã do Christopher Nolan. Sou daqueles que conta as horas e compra ingresso para ver qualquer filme dele na estreia. E claro que não seria diferente agora com Dunkirk! Ainda mais porque, só pela repercussão internacional, parece que temos o primeiro grande concorrente ao Oscar de Melhor Filme do ano que vem, além de ser o longa que, aparentemente, tem chances de trazer o primeiro homenzinho dourado para o cineasta.

No processo para chegar a este épico de guerra, Nolan buscou inspiração em uma série de filmes antigos e clássicos, do quais pegou aspectos específicos para uni-los em sua teia criativa. Uma inspiração tão valiosa que rendeu uma parceria com o Instituto de Cinema Britânico (BFI) para exibir estes longas com curadoria e comentários do diretor. Assim, nasceu o evento Christopher Nolan Presents. “Você deve prever que é uma seleção apenas de filmes de guerra. Mas eu escolhi abordar Dunkirk mais como uma história de sobrevivência do que um filme de guerra”, revelou o cineasta ao falar do projeto.

Como as sessões são restritas a Londres, eu listo aqui pra gente do Salada de Cinema quais são estes filmes e como eles inspiraram Nolan na hora de criar Dunkirk. Vem conferir e já coloca na listinha de próximos clássicos para assistir!

CLAMANDO POR SOBREVIVÊNCIA

A primeira categoria em que a gente consegue organizar esta lista é os filmes que contam com um senso de sobrevivência urgente. Afinal, é um tema que tem tudo a ver com soldados lançados à própria sorte no campo de batalha. Para retratar esse sentimento de lutar pela própria vida, Nolan usou como referência as seguintes produções:

O Salário do Medo (1953)
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É um filme franco-italiano sobre quatro homens que vivem na pobreza e aceitam uma proposta perigosa para ganhar dinheiro: transportar uma carga explosiva de nitroglicerina. Não bastasse os caminhões não terem estrutura para o serviço, eles ainda precisam enfrentar vários desafios, como estradas esburacadas e e até um incêndio no meio do caminho. É um trillher tenso e que venceu os Festivais de Cannes e Berlim. Atualmente, está esgotado para venda em DVD no Brasil.

Alien – O Oitavo Passageiro (1979)
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Nenhum suspense consegue ser mais claustrofóbico do que a obra-prima de Ridley Scott. Também, pudera: não basta terem que enfrentar um predador de formas perfeitas e comportamento animalesco, os tripulantes estão presos em uma nave no meio do espaço, sem terem como escapar. É um dos maiores clássicos da ficção científica – eu mesmo já falei superficialmente dele aqui – e sempre vai ser uma referência sobre como construir uma atmosfera de suspense arrepiante. Está disponível no mercado de home video brasileiro.

Velocidade Máxima (1994)
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Todo adolescente da década de 1990 com certeza se lembra deste filme! Um clássico de ação moderno, é a história de uma moça comum que precisa dirigir um ônibus a 80 km por hora, sem reduzir a velocidade, para que um psicopata não exploda o veículo e mate todos os passageiros. Foi o filme que projetou Keanu Reeves e Sandra Bullock ao estrelato e até hoje é um exercício incrível de construção de adrenalina! Está disponível em algumas lojas de DVD.

BUSCANDO UMA NARRATIVA VISUAL

A segunda categoria dos filmes que inspiraram Nolan engloba longas que usam as imagens de maneira muito eficiente para construir a narrativa visual. Afinal, se o cinema é arte das imagens em movimento, Nolan sabe muito bem que qualquer história precisa se transformar em um espetáculo imagético.

Ouro e Maldição (1924)
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Neste filme, o diretor Erich von Stroheim conta uma história que nada tem a ver com guerra: o importante é o caráter dos personagens. Quando a jovem Trina ganha uma pequena fortuna na loteria, seu primo e ex-noivo Marcus acusa o atual marido dela, McTeague, de se casar com ela pelo seu dinheiro. É um longa no qual a cobiça faz as pessoas mudarem de caráter e terem suas vidas arruinadas, tudo isso sem diálogos, apenas com a narrativa do cinema mudo. Está fora de catálogo para venda no Brasil.

Aurora (1927)
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Segundo filme mudo da lista, conta a história de um fazendeiro que planeja matar a esposa para ficar com a amante, mas no meio do caminho é acometido pela culpa. Mesmo assim, o casal segue sendo atormentado pela amante, que faz de tudo para destruir a vida desta família. O longa ganhou 3 Oscars e foi apontado por críticos como o sétimo maior filme do cinema, figurando no mesmo patamar que O Encouraçado Potemkin. É um filme extremamente poético e considerado pela revista Cahiers du Cinéma como “a maior obra-prima da história do cinema”. O DVD está esgotado no Brasil.

A Filha de Ryan (1970)
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É o primeiro filme de guerra desta lista. Porém, ao contrário de Dunkirk, que se passa na Segunda Guerra Mundial, A Filha de Ryan tem como cenário a Primeira Guerra. Neste drama que se passa na Irlanda, Rosy é casada com Charles, um tranquilo professor da aldeia. Porém, a chegada de um atraente oficial ao local faz com que ela se apaixone e muda toda a rotina da cidade. Deste filme, Nolan se encantou com os silêncios que ajudam a compor a narrativa, além do “espetáculo geográfico da narrativa” e a forma “como as imensas praias são varridas pelo vento e pelas ondas”. Tem para venda no Brasil.

TÉCNICA E EMPATIA

E, por último, Nolan recorreu ao mestre do suspense e a filmes que geram um forte sentimento de empatia com os personagens. Assim, Dunkirk capturaria os espectadores tanto pelos olhos quanto pelo coração! Ainda mais em um filme de guerra, são dois componentes primordiais para ser bem-sucedido na sala escura.

Correspondente Estrangeiro (1940)
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“Nenhum exame de suspense cinematográfico e narração visual seria completo sem Hitchcock”. E não sou eu que estou dizendo isso, é o próprio Nolan! Em Correspondente Estrangeiro, um jornalista americano viaja para a Europa para cobrir a Segunda Guerra, mas se percebe no meio de um furo jornalístico ao descobrir uma farsa política. Aí, claro, ele vai precisar cuidar da própria pele, já que os vilões querem matá-lo a qualquer custo para evitar a divulgação da notícia. Ainda que tenha muito de suspense e luta pela sobrevivência, o que realmente fez Nolan recorrer ao filme foi o virtuosismo técnico de uma cena em que um avião é derrubado no mar. Algo que Nolan afirma ter tentado reproduzir em Dunkirk. Está disponível para venda em pouquíssimas lojas brasileiras.

A Batalha de Argel (1966)
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Neste filme ítalo-argelino, o foco é a Guerra de Independência da Argélia. Mas, mesmo sem relação com a Segunda Guerra Mundial, Nolan enxergou na narrativa a forma perfeita de fazer o espectador de importar com os personagens, sentindo-se imerso naquela realidade e conseguindo vivenciar as poucas chances que eles têm de sobreviver. Uma inspiração para o caráter humano de qualquer conflito armado. É bem raro entrar o DVD para venda, mas vale a pena garimpar!

Nada de Novo no Front (1930)
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Se existe um filme que conseguiu mostrar todo o horror da guerra pelo ponto de vista dos soldados, é este clássico de 1930. Em Nada de Novo no Front, nós acompanhamos um grupo de estudantes alemães que é convencido a se alistar no exército por um professor extremamente nacionalista e ufanista. Porém, ao chegarem ao campo de batalha, toda a coragem e altruísmo dos soldados são abafados pela crueldade do combate. Para Nolan, é o retrato ideal de que a guerra desumaniza as pessoas, uma lição que é sempre bom ser lembrada nestes tempos violentos em que vivemos. É mais fácil encontrar o filme em bluray do que DVD no Brasil.