Diego Olivares | 23 de fevereiro de 2017

Loving

[img src=”http://saladadecinema.com.br/wp-content/uploads/2017/02/ruth-negga-and-joel-edgerton-as-mildred-and-richard-loving-on-the-set-of-the-movie-loving-being-shot-in-richmond-va.jpg”] Existem histórias que merecem ser contadas. A dos Loving, casal inter-racial cuja luta legal pelo direito de permanecer casado ganhou notoriedade e foi fundamental nas alterações constitucionais americanas, que garantiu o direito de matrimônio entre todas as raças em todo o país. O encarregado de contar essa história foi o diretor e roteirista […]

[img src=”http://saladadecinema.com.br/wp-content/uploads/2017/02/ruth-negga-and-joel-edgerton-as-mildred-and-richard-loving-on-the-set-of-the-movie-loving-being-shot-in-richmond-va.jpg”]

Existem histórias que merecem ser contadas. A dos Loving, casal inter-racial cuja luta legal pelo direito de permanecer casado ganhou notoriedade e foi fundamental nas alterações constitucionais americanas, que garantiu o direito de matrimônio entre todas as raças em todo o país. O encarregado de contar essa história foi o diretor e roteirista Jeff Nichols, que a conduz com o respeito e a sensibilidade necessária, reforçando seu nome enquanto sinônimo de qualidade no cinema americano.

O filme acompanha Mildred (Ruth Negga) e Richard (Joel Edgerton) Loving do início de sua relação até o resultado de sua luta judicial. Ambientado num Estado da Virgínia dos anos 60, “Loving” faz uma bela representação de um EUA distante de todo o progresso tecnológico e social vendido pelo país. A maior tristeza fica por conta dos absurdos difamados pelos personagens conservadores e racistas contrários ao casamento inter-racial que se assemelham, e muito, às idiotices que se lê e se ouve hoje dia.

Jeff Nichols, ao desenvolver seu filme de forma muito intimista, traz à tona outro aspecto de sua direção: uma noção muito peculiar de perspectiva. Vale lembrar que o caso do casal foi aproveitado por canais e organizações liberais americanas para fortalecer a causa, tendo na mídia um forte aliado para a divulgação e o reconhecimento nacional. Mas os Loving, por mais cientes que estejam da relevância de seu caso, têm como objetivo, do início ao fim, o direito de permanecerem casados e cuidarem de sua família no lugar que desejarem. E este é o cerne do filme, a belíssima relação do casal de protagonistas.

Vale destacar, e muito, as atuações. O Richard de Joel Edgerton é bastante acanhado, com uma preocupação constante com sua esposa e filhos que fica evidente através da postura rígida que o ator incorpora ao seu personagem. Ruth Negga, indicada ao Oscar de melhor atriz pela sua performance, entrega suas falas de maneira extremamente sensível, mas tem no seu olhar, intenso e imponente, o principal motivo da sua indicação. Além deles, o sempre excelente Michael Shannon faz uma pequena, mas marcante participação.

Não é só o olhar de Mildred que é imponente, suas atitudes, visando sempre o bem de sua família, são tanto quanto. Há uma sequência de cenas bem significativa em que Mildred, após receber a primeira ligação da Organização disposta a ajudar no seu caso, diz que precisa primeiro checar com seu marido. Na cena seguinte, ao conversar com ele diz: “ Eu vou vê-los na próxima quinta. ”, assim, com ponto final.

Ao contar uma história de amor e tratar de sua relevância social de maneira tão sensível e emocionante, “Loving” é o filme que uma história de tamanha importância merecia.

Assista ao trailer de ‘Loving’:

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