| 7 de janeiro de 2017

Passageiros (2016)

[img src=”http://saladadecinema.com.br/wp-content/uploads/2017/01/maxresdefault.jpg”] Se o trailer de Passageiros te vendeu um filme de ação, e provavelmente você veio até aqui esperando ler uma crítica do tipo, você está enganado. Não que não exista ação, e uma pitada de drama, mas se essa fosse uma crítica de uma linha só, eu diria que Passageiros é meio que […]

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Se o trailer de Passageiros te vendeu um filme de ação, e provavelmente você veio até aqui esperando ler uma crítica do tipo, você está enganado. Não que não exista ação, e uma pitada de drama, mas se essa fosse uma crítica de uma linha só, eu diria que Passageiros é meio que um Titanic Espacial.

Em uma nave onde mais de 5000 pessoas estão hibernando durante uma viagem intergalática a uma colônia da Terra, situada bilhões de anos luz do nosso sistema solar, Jim, interpretado por Chris Pratt (Guardiões da Galáxia), acorda 40 anos antes do previsto devido a uma chuva de meteoros que afetou o funcionamento do sistema de sua cápsula de hibernação.

Jim então desperta para um pesadelo, onde ele é a única pessoa desperta em uma nave aparentemente fantasma. Durante um ano ele tenta diversas formas de voltar a hibernar, até o dia em que, ao quase tirar a própria vida, esbarra na cápsula de hibernação de Aurora, interpretada por Jennifer Lawrence (Saga Jogos Vorazes). No maior estilo amor à primeira vista, Jim passa a buscar todas as informações possíveis sobre Aurora e acaba se apaixonando pela imagem que ele construiu dela. Aí entra o primeiro dilema moral da história: se você tivesse o poder de escolher uma pessoa para passar os próximos 40 anos juntos, só vocês dois, porém sem o consentimento da outra parte, apenas para não ficar sozinho, você o faria? Depois de muito relutar, Jim decide acordar Aurora, forjando uma pane em sua cápsula para parecer que ela também acordou por causa de uma falha no sistema.

Até esse ponto, o filme possui uma atuação um pouco fraca por parte de Chris Pratt. Suas expressões de dor e sofrimento existencial lhe dão mais um aspecto pateta do que dramático. Quando Jen Law entra em cena é que você realmente sente na pele o drama de uma pessoa que se deu conta que acordou para a morte. E sua atuação fica ainda mais destacada, você consegue sentir a dor da personagem, quando ela descobre que seu despertar não foi ocasionado por uma falha no sistema. Agora, além de lidar com o fato de que seu sonho de escrever o primeiro livro sobre uma viagem a uma colônia da Terra foi destruído, Aurora precisa enfrentar a angústia de ter que passar o resto da sua vida convivendo com a pessoa que a enclausurou numa nave, como se estivesse aprisionada em um caixão.

Com o passar do tempo, pequenas falhas passam a acontecer na nave. Com isso, além de todos os dramas pessoais, outro dilema passa a ser enfrentado por ambos: serem os guardiões das outras 5000 pessoas adormecidas em uma nave à beira do naufrágio. É aí onde está concentrada toda a ação do filme, e boa parte do orçamento de efeitos visuais que não deixam a desejar, mas dispensam o 3D.

Dirigido pelo norueguês Morten Tyldun (Jogo da Imitação) e com roteiro de Jon Spaiths (que colaborou no roteiro de filmes como Prometheus e Doutor Estranho), Passageiros tem uma estética futurística minimalista e roteiro simples, porém carregado de dilemas existenciais bem representados principalmente por Lawrence, além do fato de que Pratt e Law possuem uma boa química em tela. O elenco ainda conta com a participação de Lawrence Fishburn (Matrix e Apocalypse Now) como um membro da tripulação, cuja cápsula também dá problema, e Michael Sheen (Meia Noite em Paris e Animais Noturnos) como um garçom andróide que se revela um bom ouvinte e conselheiro de Jim. Passageiros é um filme sobre amor, ódio, aceitação e sobrevivência, mesmo quando tudo parece perdido. Vale o ingresso.

Assista ao trailer de Passageiros:

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