Diego Olivares | 22 de outubro de 2016

Jovens, Loucos e Mais Rebeldes (2016)

[img src=”http://saladadecinema.com.br/wp-content/uploads/2016/10/maxresdefault.jpg”] Richard Linklater tem a capacidade de evidenciar todo o potencial cinematográfico e a relevância de momentos simples e marcantes da vida real como poucos. Isso fica claro em grande parte de sua filmografia: “Boyhood” trata do amadurecimento e da formação humana, a trilogia “Antes” escancara toda a realidade de um relacionamento e “Jovens, […]

[img src=”http://saladadecinema.com.br/wp-content/uploads/2016/10/maxresdefault.jpg”]

Richard Linklater tem a capacidade de evidenciar todo o potencial cinematográfico e a relevância de momentos simples e marcantes da vida real como poucos. Isso fica claro em grande parte de sua filmografia: “Boyhood” trata do amadurecimento e da formação humana, a trilogia “Antes” escancara toda a realidade de um relacionamento e “Jovens, loucos e Rebeldes” expõe as incertezas e inseguranças da adolescência. Em seu novo filme, “Jovens, loucos e mais rebeldes”, não é diferente. Nele o diretor utiliza seu estilo para retratar os primeiros passos da vida universitária e adulta.

Tratado, pelo próprio diretor, como uma continuação espiritual de “Jovens Loucos e Rebeldes” (1993), que se passa nos anos 70, mostrando o último dia de aula no Ensino Médio, “Jovens, loucos e mais rebeldes” se ambienta nos anos 80 e retrata os dias que antecedem o início do primeiro ano universitário, porém a relação entre ambos acaba aí. Levando em conta enredo e personagens, são dois longas completamente distintos, o que demonstra toda a infelicidade da tradução brasileira ao apenas acrescentar o MAIS no título do filme.

Mas se a tradução brasileira é infeliz, o roteiro do filme acerta em cheio. Ao acompanharmos o protagonista Jake (Blake Jenner) transitar por diferentes tribos universitárias, somos apresentados à inúmeros personagens aparentemente caricatos, mas que num simples diálogo demonstram toda singularidade e complexidade de uma pessoa real. Seja um “atleta”, um “artista” ou um “maconheiro”, todos estão além de seus supostos rótulos.

Linklater não é apenas um diretor naturalista, “Jovens, loucos e mais rebeldes” é uma produção tomado pelo saudosismo, outra característica comum de sua filmografia. A direção de arte e, principalmente, a trilha sonora do filme criam uma ambientação impecável dos anos 80, tratado de forma extremamente cuidadosa e pessoal pelo diretor, ao ponto de torná-lo nostálgico até mesmo para alguém que não viveu na época.

Assim como seus personagens, “Jovens, loucos e mais rebeldes” é muito mais do que parece ser. Toda a aparente simplicidade de seu enredo é desconstruída no decorrer da história. É mais um excelente filme de um diretor que cada vez mais se assegura como um dos melhores de sua geração.

Assista ao trailer de ‘Jovens, Loucos e Mais Rebeldes’:

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