Felippe Alves | 17 de outubro de 2016

cine teen – Lidando com a desonestidade

Por que mentimos, quando mentimos e como a sociedade é afetada pelas nossas mentiras?

Eu deveria ter escrito esta coluna faz tempo, mas eu deixei para última hora. Tão última hora que agora são 22h do domingo, dia 16/out, e a coluna sai na segunda pela manhã.

O motivo pelo qual eu comecei o texto com esta confissão foi por causa do documentário que eu acabei de assistir na Netflix. “(Dis) Honesty” é um filme feito para TV com 89 minutos de duração. Nele, o professor Dan Ariely examina a verdade por trás da mentira: por que mentimos, quando mentimos e como a sociedade é afetada por todo tipo de mentira.

Com linguagem simples e muitos exemplos reais de pessoas que literalmente se f*#$deram mentindo, o filme mostra o impacto econômico e social que tais desonestidades provocam hoje ao redor do mundo, sem distinção geográfica.

Se eu falasse para o meu editor do Salada de Cinema que eu escrevi este texto dias atrás, ao invés de fazê-lo poucas horas antes da entrega, o resultado seria o mesmo: eu entregaria o material no prazo, ele seria publicado no horário previsto, e você estaria lendo. Então por que mentir sobre isso?

O que todas as mentiras têm em comum é que elas começaram pequenas, irrisórias e inofensivas. Mas o cérebro se acostuma a contar inverdades para si mesmo, ao ponto de encontrar novos limites para sua própria defesa, dando novas dimensões para o que a gente achava correto ou honesto.

Em um breve momento, o estudo mostra mentiras contadas para (ou criadas por) crianças e adolescentes. Tais histórias são capazes de moldar a maneira como nos relacionamos na vida adulta: elas fazem parte da construção do nosso raciocínio e do nosso caráter.

mentirinha

O documentário me colocou para pensar muito sobre o quanto as minhas mentiras já influenciaram na vida adulta. Eu te garanto: não foi pouco.

Eu poderia fazer uma dissertação aqui sobre a importância de se discutir a desonestidade com crianças e adolescentes, mas vou deixar o filme fazer isso por mim. Pegue uma hora e meia da sua vida e selecione o filme na sua tela. Coloque a família para assistir e, se puder, discuta sobre ele quando os créditos começarem a aparecer.

A gente precisa parar de se enganar, pelo nosso próprio bem.