| 29 de setembro de 2016

Virei Um Gato (2016)

[img src=”http://saladadecinema.com.br/wp-content/uploads/2016/09/screen-shot-2016-01-28-at-2-10-24-pm.png”] Desde que vi o primeiro trailer até sair da sala do cinema eu só me pergunto uma coisa sobre esse filme: alguém da produção/estúdio/direção teria alguma carta na manga contra o Kevin Spacey para ele topar fazer esse filme? Parece impossível compreender que ele fez isso por livre e espontânea vontade. O filme […]

[img src=”http://saladadecinema.com.br/wp-content/uploads/2016/09/screen-shot-2016-01-28-at-2-10-24-pm.png”]

Desde que vi o primeiro trailer até sair da sala do cinema eu só me pergunto uma coisa sobre esse filme: alguém da produção/estúdio/direção teria alguma carta na manga contra o Kevin Spacey para ele topar fazer esse filme? Parece impossível compreender que ele fez isso por livre e espontânea vontade.

O filme Virei um Gato é centrado em Ted Brand, interpretado por Kevin Spacey (Beleza Americana e House of Cards), um magnata egocêntrico, dono de uma grande empresa que está construindo o prédio mais alto do hemisfério norte. Ele é casado com ex-modelo Lara, interpretada por Jennifer Garner (De repente 30 e Alias: Codinome Perigo), e pai ausente da pequena Rebecca, interpretada pela jovem atriz Malina Weismann (que estrelará a série da Netflix Desventuras em Série). Quando Ted decide comprar o presente de aniversário que Rebecca tanto deseja, um gato, por um incrível mistério inexplicável do destino, e porque não do fraco roteiro, Ted vai parar numa loja especializada em gatos. Lá ele conhece Felix Perkins, um estranho e enigmático “encantador de gatos” interpretado por Christopher Walken (Anjos Rebeldes e Prenda-me se for capaz). Nesse meio tempo, Ted vê a notícia na TV falando que, por causa de um erro de Ian Cox, CEO da sua empresa, interpretado por Mark Consuelos (que até o momento não fez nenhum filme que valha a pena a menção), seu prédio não será mais o maior do hemisfério norte. Eis então que em um encontro no meio de uma tempestade no topo do bendito prédio, por uma intervenção divina, Ted despenca de lá de cima com o gato e, no maior estilo “Sexta-Feira Muito Louca”, troca de corpo com ele.

Toda essa loucura serve apenas para chegarmos à “finalidade” do filme: colocar um gato falante na tela do cinema. Porque animais feitos em CGI parecem nunca ser demais, mesmo quando empreitadas anteriores já provaram que a receita é um desastre. Cenas com fundo verde também estão por todos os lados. Em várias delas parece que nem os atores estavam filmando na mesma hora e local, como a entrevista que Ted dá no topo do prédio aos jornalistas logo depois de pular de para-quedas. Usam dois ângulos diferentes e isolados de câmera, onde parece que Kevin Spacey está olhando para o nada.

Além disso, o gato não é engraçado e suas cenas de interações com os adultos são bobas, como rejeitar a comida de gato ou reclamar de privacidade ao fazer xixi na caixa de areia. Um dos momentos que arrancam algumas risadas da audiência é na cena em que o gato briga com uma garrafa de whisky. Detalhe: essa cena praticamente não tem fala, somente grunhidos do gato fazendo esforço para conseguir abrir a garrafa e beber seu conteúdo. E toda ela é feita em computação gráfica. Transformar Kevin Spacey em um gato mau humorado, com a intenção de soar engraçado, não convenceu e muito menos fez rir. Fica pior se o filme é dublado, porque até a referência ao ator de perde. Você fica olhando para o relógio e se perguntando que horas o filme vai terminar.

Virei um gato, que foi dirigido por Berry Sonnefeld (Família Adams I e II, Trilogia MIB e O Nome do Jogo), é uma sucessão de clichês do início ao fim e um completo desastre comparável a Marmaduke (2010). Quer ver um gato fofinho e atrapalhado? Acesse o YouTube, existem milhares de vídeos desses. Saudades dos filmes da Lessie, hein?

Assista o trailer de ‘Virei Um Gato’:

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